A Andrea Saad Hossne pela aposta acolhedora e desafiadora e, sobretudo, por me acompanhar sem jamais se impor, em diálogos sempre marcados por liberdade e confiança. A Luiz Mattos, exemplo de gentileza, e demais funcionários do DTLLC, sempre prestativos. A Marcelo Coelho que foi quem primeiro incentivou minhas leituras. A Márcio Seligmann-Silva pela arguição na qualificação, que encorajou alguns rumos tomados. A Bruno Zeni, Carolina Rubira, Flavia Lago, Jonas Lopes, Milton Ohata e Paulo Werneck por livros emprestados, leituras compartilhadas e pelo espírito de inquietação diante da literatura de maneira mais ampla. A minha mãe, minha grande intercessora e modelo de batalha, a meu pai, pelas inspirações que provocam minha alma, a meu irmão, por me provar desde a infância como experiências comuns são incorporadas de modo sempre singular. Ao grande amigo José Cortizo Jr. (por motivos sem fim). Às amigas Ana Carolina Neves, Daniela Senador, Lívia Deorsola e Maria Helena Arrigucci pelo carinho e pelas presenças luminosas em um momento muito especial na minha trajetória e que coincidiu com os tempos da redação deste estudo. A Cecília do Val por ter aberto a mim um espaço que se tornou um retiro para a escrita, num 20º andar do centrão paulistano, de onde tantas vezes pude me dar conta do meu próprio deslocamento. A Benjamin Moser pela afinidade e o reconhecimento de quem também se desloca. E, de modo especial, a Suzy Capobianco, por me ajudar a ler a história de uma viajante nas entrelinhas do que se confessa por meio do que as palavras escolhidas contam. Resumo O estudo analisa o romance Capão pecado, de Ferréz, publicado originalmente em 2000. A obra foi noticiada em um grande jornal do país antes mesmo de ser publicada e ganhou grande repercussão pelo fato de ter sido escrita por um jovem morador desempregado da periferia da zona sul paulistana, região marcada por altos índices de violência, entre outras mazelas sociais, onde a literatura nunca houvera sido um meio de expressão familiar. O discurso do autor, imbuído de uma missão de representar vivências até então excluídas da cena literária, e do processo simbólico de maneira geral, a partir de um ponto de vista interno, parece imporse como mediação de seu texto, estabelecendo com o leitor o que chamo de pacto de verossimilhança, marcado pelo teor testemunhal como componente. O reconhecimento do extra-literário como fator determinante e intrínseco à fruição estética do objeto analisado, no entanto, não diminui o caráter decisivo de sua elaboração ficcional, como se procurará mostrar.