RESUMO: Atualmente, defende-se que os objetivos do ensino de ciências abranjam a participação dos estudantes nas dimensões conceitual, social, epistêmica e material do trabalho científico. Nesse contexto, emergem estudos sobre como normas e práticas das comunidades científicas podem ser promovidas na escola, criando a necessidade de ferramentas que possibilitem esse processo de análise. Neste trabalho, apresentamos uma ferramenta sustentada em referências que compreendem a construção do conhecimento como uma prática social e que auxilia na identificação de operações de professores e estudantes que evidenciam como normas e práticas científicas são partilhadas em aula. Em um exemplo de aplicação da ferramenta, buscamos apontar suas possibilidades de uso e seu potencial para relacionar normas e práticas.
A ideia de ensino de ciências como prática social tem sido exposta por diferentes pesquisadores da área e sustenta-se na concepção filosófica sobre a atividade científica como uma prática social. Assim, nessa compreensão consideramos a construção de entendimentos em sala de aula por meio das interações sociais. Neste texto, buscamos expor as relações entre o ensino de ciências como prática social e os domínios do conhecimento científico. Para isso, expomos e discutimos fundamentos filosóficos sobre a ciência como prática social, a partir das ideias de Helen Longino, e fundamentos educacionais sobre os domínios do conhecimento científico em sala de aula, por meio de proposições de Richard Duschl e David Stroupe. Entendemos que a transposição das normas sociais do conhecimento científico para a sala de aula implica na mobilização de todos os domínios, pois os estudantes possuiriam abertura para negociarem, i) compreendendo como sabem o que sabem (epistêmico), ii) reproduzindo normas, rotinas e valores (social), iii) incorporando ferramentas e recursos no processo de legitimação desses conhecimentos (material), e iv) construindo o conceito estudado (conceitual). Dessa forma, o ensino de ciências como prática social só se sustenta quando são considerados os domínios do conhecimento científico em sala de aula. Entendemos que as ideias apresentadas ao longo deste artigo podem contribuir para estudos da área de pesquisa em Educação em Ciências acerca de modos de avaliar ações e processos em que o currículo e o planejamento consideram elementos para além do domínio conceitual, trazendo, por isso, abertura para a explicitação da ciência como área de conhecimento.
NASCIMENTO, L. de A. Norms and practices promoted by Inquiry-Based Teaching: the constitution of the classroom as a community of practices. 2018. 259 f. Tese (Doutorado) Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018. In this research we aimed to investigate and characterize cultural norms and practices produced in science classes organized by the Inquiry-Based Teaching. Methodologically, this work was structured in two stages. In the first of these, with a theoretical nature, we bring the articulation of references that debate the concept of culture; the discussion about scientific culture and the social norms that organize the process of knowledge construction in scientific communities; and some implications of this discussion for science teaching. From the studies on culture, we present authors who bring contributions to think about this concept as socially constructed ways of act created from the repertoires available to a group, as practices that are meaningful in the everyday actions of subjects that deal with norms and creatively use what they receive. To think about these practices in the context of science teaching, we present some propositions about science teaching as practice. These propositions advocate that the discipline of science should be organized around the conceptual, social, epistemic and material dimensions of scientific work in order to create opportunities for students to reconstruct and deepen their ideas and explanations of the natural world while engaging in simplified processes of scientific work. As a possibility to promote the four dimensions of scientific work in the classroom, we point to Inquiry-Based Teaching which, in its different approaches, advocates that the activities promoted in the classroom bring students closer to investigative practices. In the empirical stage of this thesis, we present the qualitative analysis of three science activities that compose the Inquiry-Based Teaching Sequence "Navigation and Environment", adopting as data sources its planning and the audiovisual record of its implementation in a 3rd year of Elementary School of a public school in São Paulo. In these classes, we searched for evidence of what cultural norms were in force and organized the process of constructing and appreciating explanations for the problems proposed in the sequence. To discuss the practices, we sought to describe the operations carried out by the teacher and the students that showed us how, in that room, practices similar to those developed by the members of scientific communities in the process of knowledge construction were produced and shared. As a result of this research, we highlight that in the planning of the analyzed sequence there are guidelines that cover the four dimensions proposed for teaching science as practice and that these appear with greater or lesser focus, according to the objectives, procedures and exercises of each activity. We also highlight the identification of a relationship between the validity of norms that guarantee a criti...
Ao tratar da escolarização da pessoa com deficiência, as diretrizes para formação docente transitam entre posições genéricas sobre diversidade e a instrumentalização para o atendimento educacional especializado, versando sobre o professor generalista, amparado pelo especialista, sem que se aprofunde em como se dão suas formações. Assumindo os cursos de formação docente como espaços privilegiados de (re)construção de saberes para a prática educacional, neste artigo, propõe-se a investigação dos modos como estudantes de cursos de Pedagogia elaboram questões relacionadas à educação da pessoa com deficiência e ao papel da graduação na construção de conhecimentos sobre o tema. Fundamentado pela Psicologia Histórico-cultural e pelos estudos da linguagem numa perspectiva dialógico-enunciativa, o trabalho envolveu a elaboração/conceituação da ideia de concepção e a realização de rodas de conversas com graduandas de três universidades paulistas sobre a escolarização de estudantes com deficiência. A análise e discussão a partir da áudio-gravação das rodas evidenciam como concepções elaboradas pelas estudantes trazem significados sobre deficiência; sobre a formação na universidade; e sobre a escola e o fazer docente, arrematados pelas indefinições do tema, constituindo-se não como conceitos, mas como saberes em elaboração. A reflexão aqui proposta contribui para a problematização da formação com vistas à transformação de expectativas e práticas que orientam a relação de professores em formação com conhecimentos sobre a pessoa com deficiência e sua educação. Ainda, apontam-se as rodas de conversa como potencial espaço formativo em uma perspectiva dialógica de reelaboração de saberes e práticas.
Considerando a relevância da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e com base nos componentes curriculares para a Geografia desse documento, propomos para este trabalho a construção de um diálogo entre as discussões de gênero e o ensino de Geografia. Para tanto, buscamos evidenciar como a discussão de gênero, ainda que de maneira incipiente, está presente nos componentes curriculares de Geografia. Com esse objetivo, utilizamo-nos da análise documental e do paradigma indiciário para procedermos a análise dos quadros de habilidades e objetos de conhecimento para o 6º, 7º, 8º e 9º anos, a partir dos quais buscamos selecionar e organizar as propostas curriculares da BNCC que possibilitam, dentre outras discussões, o trabalho com gênero. Dentre as possibilidades de trabalho encontradas, podemos dizer que a abordagem de gênero em Geografia, viabiliza uma gama de reflexões sobre as desigualdades sociais em diferentes níveis da sociedade, bem como a produção de novas ações e saberes sobre quaisquer dimensões da existência humana.
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