O presente artigo descreve a experiência de implantação de um centro de operações de emergência (COE) para coordenação da resposta à pandemia de COVID-19 no município do Rio de Janeiro, Brasil. Seguindo o modelo de gestão de emergências em saúde pública preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), este centro de caráter temporário (COE COVID-19 RIO) foi ativado em janeiro de 2021. O relato foi estruturado com base em cinco eixos temáticos: arcabouço legal; estrutura, planos e procedimentos; articulações institucionais; informações em saúde para apoio decisório; e comunicação de risco. Entre os avanços importantes relacionados ao estabelecimento desta iniciativa, destacaram-se ganhos em governança para a organização do enfrentamento à COVID-19, aumento da sinergia entre setores e instituições, maior compartilhamento de informações em relação às medidas de prevenção e controle da doença, inovação nas análises epidemiológicas e ganhos na transparência e oportunidade na tomada de decisões. Concluiu-se que, mesmo sendo concebido em estágio avançado da pandemia na cidade, o COE COVID-19 RIO teve papel relevante na estruturação da resposta. Ainda, apesar do caráter temporário do COE, a experiência mostrou-se como importante legado para a condução de futuras emergências em saúde pública no município do Rio de Janeiro.
ResumoO processo de implantação do Prontuário Eletrônico do Cidadão do e-SUS AB na Área Programática 1.0 teve início em setembro de 2017, com diversas etapas concluídas até maio de 2018, dentre elas, a discussão de indicadores para o contrato de gestão a partir dos relatórios produzidos pelo PEC e-SUS AB, processo de adequação das redes, treinamento de profissionais e reuniões com gestores. Esta é a primeira área de implantação na rede da SMS/RIO a receber este sistema. O presente relato traz essa experiência de implantação do e-SUS AB nas unidades de atenção primária da Área Programática 1.0, região central do município do Rio de Janeiro. Palavras-chaveSistema de informação, prontuário eletrônico, área de planejamento AbstractThe process of implementation of e-SUS AB Citizen Electronic Records in Program Area 1.0 began in September 2017, with several stages completed until May 2018, among them, the discussion of indicators for the management contract from the reports produced by PEC e-SUS AB, process of network adaptation, training of professionals and meetings with managers. This is the first deployment area in the SMS / RIO network to receive this system. The present report brings this experience of implantation of e-SUS AB into the primary care units of Program Area 1.0, central region of the city of Rio de Janeiro. KeywordsInformation system, electronic medical record, planning area Relato da implantação do Sistema PEC e-SUS AB nas unidades de atenção primária da AP 1.0
Introdução: O Sistema Único de Saúde (SUS) deve estar orientado e capacitado para a atenção integral à saúde da mulher, contemplando promoção da saúde, necessidades de saúde, controle de doenças e agravos e garantia do direito à saúde. As análises de situação de saúde são úteis para identificar desigualdades e tendências que subsidiem o planejamento, a gestão e a avaliação de políticas públicas. Objetivo: Descrever indicadores de saúde materna no município do Rio de Janeiro (MRJ) entre 1998 e 2018, sob a perspectiva de raça/cor. Método: Estudo descritivo sobre o perfil da saúde materna de residentes no MRJ entre 1998 e 2018. Com dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos, Sistema de Informação sobre Mortalidade e Sistema de Informação de Agravos de Notificação, analisaram-se a razão de mortalidade materna (RMM), a taxa de incidência de sífilis em gestantes, a cobertura de consultas de pré-natal e a proporção de partos cesáreos. Para a estratificação foi utilizada a variável raça/ cor, agregando as categorias pretos e pardos a fim de formar a categoria negros. A construção dos indicadores foi realizada com auxílio do software Excel, empregando dados disponíveis no TabNet Municipal - RJ, de acesso público e gratuito. Resultados: A RMM mede o risco de uma mulher morrer por causa relacionada ao ciclo gravídico-puerperal. No MRJ, a RMM apresenta uma tendência de aumento, que pode ser explicada pela melhor investigação dos óbitos de mulheres em idade fértil. No entanto, observa-se que a população negra apresenta, em média, RMM duas vezes maior que a população branca, o que evidencia o impacto das desigualdades sociais na assistência às mulheres. Em relação ao pré-natal, nota-se um avanço na cobertura ao longo do tempo. Em 1998, apenas 52% das gestantes haviam feito sete ou mais consultas; em 2008, verifica- se aumento para 66% e, em 2018, essa cobertura atingiu 81% das gestantes do MRJ. Porém, em 2018, enquanto 88% das gestantes brancas tiveram acesso a sete ou mais consultas, esse resultado é de 78% para as gestantes negras. A proporção de partos cesáreos no MRJ orbita em torno de 50% durante o período, com discreto aumento ao longo do tempo. A frequência de partos cesáreos é, em média, 50% maior na população branca do que na negra. Em relação à morbidade, há importante aumento na detecção de sífilis na gestação ao longo dos anos, de sete casos a cada 100 mil nascidos vivos em 2009 para 51 casos a cada 100 mil nascidos vivos em 2018. Ao se compararem gestantes brancas com negras, nota-se um risco duas vezes maior de as mulheres negras contraírem sífilis durante a gestação. Conclusão: Na análise de indicadores de saúde materna sob a perspectiva de raça/ cor, observa-se a influência de condições socioeconômicas nos desfechos obstétricos. Isso pode evidenciar desigualdades sociais, bem como dificuldades do sistema de saúde em oferecer acesso a todas as mulheres. Este trabalho pode fomentar discussões sobre o tema e fornecer subsídios para a proposição de políticas públicas locais.
Introdução: Uma em cada quatro mulheres sofre alguma forma de violência durante o parto. São relatadas manobras dispensáveis, procedimentos dolorosos sem consentimento, falta de analgesia ou negligência e descaso. Esses atos conceituam-se como violência obstétrica, entendida como qualquer intervenção desnecessária dirigida à parturiente ou ao neonato, praticada sem o consentimento da mulher e/ou em desrespeito à sua autonomia e integridade física ou psicológica. Objetivo: Conhecer a literatura relacionada à violência obstétrica, conceituando os tipos de violências obstétricas institucionais. Metodologia: Revisão de literatura sobre a violência obstétrica. As bases utilizadas foram: Scientific Electronic Library Online (SciELO), PubMed, Biblioteca Virtual em Saúde e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs). As buscas foram realizadas com os descritores: “violência obstétrica”, “violência no parto”, “complicações obstétricas”, “parto vaginal”, “episiotomia”, “manobra de Kristeller”. Foram selecionados 24 artigos de língua portuguesa, inglesa e espanhola de 2014 a 2019, de acordo com a relevância. Resultados: As principais situações institucionais vinculadas à violência obstétrica são: violência institucional nas relações de poder, com o corpo feminino, na forma de serviço e como violação de direitos. A violência institucional nas relações de poder diz respeito à submissão, passividade e obediência da mulher diante do poder histórico e cultural dos profissionais de saúde; relação de poder nas práticas discriminatórias de gênero, classe social e raça/etnia. A violência institucional com o corpo feminino mostra-se em: cesáreas eletivas e histerectomias não terapêuticas; utilização de procedimentos desnecessários como enema, tricotomia, episiotomia de rotina, posição supina na hora do parto, uso abusivo de ocitócico, manobra de Kristeller e imobilização no leito; realização de toques vaginais sem autorização e explicação prévia; desrespeito à privacidade; desrespeito à dor física e à liberdade de escolha, banalização do sofrimento; imposição, força e brutalidade na realização de procedimentos e não utilização de analgesia. A violência institucional na forma de serviço está: na burocratização do acesso aos serviços; na ausência de acolhimento; na incapacidade de atender às necessidades de forma resolutiva; na demora no atendimento; na negligência intencional da assistência; na ausência de profissionais, nas condições precárias de trabalho; e nas diferenças no atendimento do serviço privado e público. Por fim, a violência institucional como violação de direitos é vista na ausência do acompanhante e no impedimento do contato precoce entre mãe e bebê sem clínica justificável. Conclusão: A violência obstétrica é intrínseca à esfera social. Nota-se que a causa da violência advém principalmente da formação dos profissionais e da organização dos serviços de saúde. Observa-se a necessidade de investimento na formação desses profissionais para estimular a informação e a autonomia das mulheres.
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