Resumo: Este artigo pretende discutir a teoria do reconhecimento de Axel Honneth e suas mudanças ao longo das últimas duas décadas. Para isto, serão analisados a fundamentação de sua teoria e os desdobramentos que Honneth deu ao modelo original apresentado em 1992 no livro Luta por reconhecimento. Estes desdobramentos, que nos últimos anos levaram-no a reflexões sobre o conceito de reificação e a sociologia do trabalho serão apresentados aqui e submetidos ao processo de crítica a partir dos objetivos da própria teoria do reconhecimento a fim de neles buscar alternativas frutíferas para o desenvolvimento desta teoria.
Civitas, Porto Alegre, v. 17, n. 3, a98-a114, set.-dez. 2017 Exceto onde especificado diferentemente, a matéria publicada neste periódico é licenciada sob forma de uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License Abstract: This paper addresses Axel Honneth's recent endeavors to defend his theory of justice, broadly described in Freedom's right (2011) as an analysis of society. The paper begins by exposing Honneth's model as a theory of institutional intersubjectivity rather than a theory of the struggle for recognition. This model, however, was subject of criticism due to its supposedly acceptance of the social order of capitalistic market economy. In order to defend it from such objections, Honneth (2016) exposes the normative core of the socialist ideals as a version of social freedom. Finally, he presents a distinction between two forms of political intervention: an internal and an external struggle for recognition -and asserts the advantages of the former.
The aim of this paper is to explore a tension between two concepts designed to expose social discomforts in Axel Honneth's mature work, namely social pathologies and anomie. Particular emphasis will be given to how they contribute or obstruct Honneth's apprehension of social tensions. In the first session of this exposition I will show that Honneth's interpretation of social pathologies is based on a conception of society as an organic whole (I). While this interpretation represents a slight change regarding Honneth's understanding of social pathologies in Das Recht der Freiheit, it does not change the fact that in his work subsequent to that book the concept of false developments has not been properly theorized. Accordingly, social discomforts related to deviations from expected patterns of a normative reconstruction remain largely ignored. This calls for a perspective more fully able to grasp the heteronomy of social life (II). As a result, in Honneth's mature work there seems to be a tension between the aims of a normative reconstruction and those of social critique, mainly due to an inability of the author to combine both elements of his social theory. In its final section (III), the paper will address that tension in order to critically contribute to Honneth's attempt to link normative reconstruction, social analysis and criticism.
Resumo O presente artigo tem por objetivo central esboçar uma discussão teórica a respeito de relações de demarcação e hierarquização simbólicas que poderiam ser descritas por meio da categoria analítica de desreconhecimento. Este conceito, que será apresentado em relação aos recentes debates sobre a teoria do reconhecimento, conforme formulada por Axel Honneth, e sobre o lado negativo das relações de reconhecimento, visa explicitar formas de exercício do poder por meio das quais grupos privilegiados denegam a outros grupos ou indivíduos a possibilidade de participar em condições de igualdade das esferas institucionais de reconhecimento que legitimam as sociedades modernas. Neste sentido, as práticas e discursos de desreconhecimento representam uma negação intencional ou uma tentativa de solapar a aplicação dos princípios implícitos do liberalismo democrático e universalista, conforme pressuposto na tradição teórica do reconhecimento. Particular atenção será dada a dois casos de corrosão das normas implícitas de reconhecimento: em primeiro lugar, serão expostas formas de animosidade que buscam justificar estas práticas por meio do recurso à constituição de um imaginário sobre grupos diferentes, assim atribuindo a estes últimos certas características negativas; em segundo lugar, serão trabalhados alguns exemplos da tradição do pensamento social brasileiro e de um eventual aguçamento das tensões políticas e de suas consequências para as tentativas de demarcação simbólica observadas no país.
Este artigo visa dois objetivos em quatro fases: após uma breve introdução sobre a emergência de conflitos por reconhecimento, serão apresentadas as leituras e reconstruções que Nancy Fraser e Axel Honneth fazem desta situação para que, por fim, sejam apontadas direções no debate entre os modelos teóricos destes dois autores, respectivamente da redistribuição e do reconhecimento. Assim, espera-se contribuir tanto para o movimento de situar o debate entre Fraser e Honneth quanto para apontar direções para onde se dirige a teoria social contemporânea.
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