O crescimento e a expansão urbana trazem, em seu próprio processo constitutivo, riscos e perigos que se expressam pela falta de ajuste e aderência da produção do espaço urbano aos sistemas naturais. Esta situação se agrava quando o próprio sítio é naturalmente frágil, como é o caso das áreas costeiras do litoral norte de São Paulo. Esta região viveu uma de suas décadas de maior crescimento urbano e econômico, no contexto de grandes transformações ligadas à exploração de gás e petróleo, expansão do porto de São Sebastião, mudanças na atividade turística e consolidação da urbanização, especialmente em Caraguatatuba, sede e polo irradiador da maior parte das transformações. Divulgados os dados do Censo Demográfico de 2010, é momento propício para precisar a intensidade e as formas deste crescimento na última década, observado empiricamente, e suas relações com os riscos e vulnerabilidade. Se há uma relação entre urbanização e risco, a tendência é que as intensas mudanças recentes tenham aprofundado e criado novas áreas de risco, com a expansão urbana avançando sobre áreas naturalmente frágeis. O presente estudo procura identificar quem vive ou trabalha nestas áreas, concentrando-se nas novas áreas, a partir de uma compreensão do processo de urbanização no trópico úmido e suas consequências em termos de riscos e vulnerabilidade, com foco nos dados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010.Palavras-chave: Urbanização. Mudança climática. Geografia dos riscos. População e ambiente.* Esse trabalho integra o projeto "Crescimento Urbano, Vulnerabilidade e Adaptação: dimensões sociais e ecológicas das mudanças climáticas no litoral norte de São Paulo" (financiado pela Fapesp, processo n. 2008/58159-7), correspondendo a uma versão revista e ampliada de trabalho apresentado no V Congresso da Asociación Lationoamericana de Población, realizado em Montevidéu, Uruguai, em outubro de 2012.
Resumo Qual é a primeira imagem que lhe vem à mente ao pensar em sua cidade natal? São muitas? Poucas? Uma? Se fosse possível cartografá-la(s), qual(is) seria(m) a(s) imagem(s) que você mesmo faz de sua cidade? Os mapas, para além das cartografias mais técnicas e tradicionais, servem também para expressar como percebemos e concebemos nossa cidade. Uma cartografia da experiência urbana estaria comprometida a entender como cada cidadão estabelece distintas relações com os seus lugares, construindo imagens e percepções próprias da morfologia e paisagem da cidade. É na tentativa de mapear estas vivências que buscamos revelar as cartografias pessoais de Campinas. Palavras-chave: Geografia humanista. Fenomenologia. Forma. Mapa. Experiência urbana. AbstractWhat is the first image that appears on your mind when you think about your home town? Are there many images? Or just a few? Only one? If it would be possible to make a cartography of them, what would be your own image(s) of your city? The maps, beyond of the technical and traditional cartographies, also serve to express how we perceive and conceive our city. A cartography of urban experience should be compromised to comprehend how each citizen establishes different relationships with their places, constructing particular images and perceptions of the morphology and landscape of city. Trying to map these experiences, we seek to reveal the personal cartographies of Campinas city.
O que é cartografia? Caro leitor, quando pensamos em possíveis respostas para tal pergunta parece quase natural procurarmos definições que apontem para uma série de habilidades e ferramentas matemáticas para produzir representações gráficas do espaço, numa linguagem própria, imbuída de uma racionalidade cartesiana, não? O cálculo de graus (latitudinais e longitudinais), escalas e distâncias, entre outros elementos, marcam a imagem "dura" da prática cartográfica, fria e distante de nosso cotidiano. Seria isto a cartografia? Para Jörn Seemann, não. Essa imagem é uma (e apenas uma) entre as incontáveis possibilidades da cartografia representar e expressar graficamente os lugares, regiões, estados, nações e-por que não-narrativas e histórias. Existem tantos mapas quantas mentes para imaginá-los e criá-los, sem limites de escalas, formas ou projeções. A usual ênfase à exatidão e objetividade de cálculos, coordenadas, fusos horários e escalas colabora para que sejam majoritariamente produzidos livros didáticos e manuais de cartografia que não necessariamente têm uma preocupação crítica e sensível em desvelar a essência dessa disciplina enquanto linguagem-o que implicaria em refletir sobre "culturas cartográficas", espaço, visões de mundo, narrativas, discursos, arte etc.-, e não limitar-se a ensinar soluções técnicas para a elaboração de um mapa "correto". A preocupação em reproduzir uma cartografia exata e de precisão métrica e locacional, principalmente em ambientes pedagógicos, coloca, muitas vezes, outras possibilidades imaginativas da cartografia em zonas de sombra. O mapa não é a realidade, mas uma maneira de representá-la, sendo "lastimável se desperdiçássemos seu potencial como forma de comunicação, expressão e meio para apreender a realidade" (SEEMANN, 2012, p. 13).
ResumoUm dos traços das grandes cidades brasileiras é o espraiamento do tecido urbano, a gerar paisagens fragmentadas. A amplitude deste fenômeno é um dos fatores à produção de imagens frágeis e desarticuladas da cidade. Investigando Campinas-SP, o presente artigo objetiva detalhar elementos da forma urbana e analisar problemas de ilegibilidade da paisagem. Pretende-se balancear e refletir sobre qual o papel da forma urbana e como os processos e experiências coletivas podem proteger e difundir a importância da imagem da cidade à vida urbana. Palavras-chave: forma urbana, imagem da cidade, experiência e percepção urbana. Abstract One of large Brazilian cities hallmarks is the urban sprawl, which generates fragmented landscapes. The extension of this phenomenon is one of the factors of production fragile and disjointed images of the city. Investigating Campinas-SP, this article aims to detail elements of urban form and analyze problems of illegibility landscape. It is intended to balance and reflect the role of urban form and how processes and collective experiences can protect and spread the importance of the image of the city to urban life. Keywords: urban form, image of the city, urban experience and perception.
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