ResumoDurante trabalhos de campo realizados nos últimos dez anos ao longo da borda leste da Bacia do Parnaíba, no Estado do Piauí, tem-se observado uma contínua destruição de afloramentos fossilíferos da Formação Pimenteira, sendo claramente motivo de preocupação. No atual momento de retomada dos estudos sobre esta formação, a realização de inventários amplos, abrangendo todos os grupos fósseis de determinadas regiões, assim como seu contexto geológico, é uma forma de proteção ao patrimônio geológico que deve ser efetuada. O objetivo do presente trabalho é a caracterização da composição e do modo de ocorrência das tafocenoses, além da valoração relativa da importância dos numerosos sítios fossilíferos da Formação Pimenteira, contribuindo para a sua conservação. Este levantamento reúne dados inéditos obtidos a partir de 2005, informações disponíveis na literatura e dados não publicados, como dissertações e teses, cadernetas de campo, fotos de diversas épocas e registros de amostras da Formação Pimenteira depositadas em coleções científicas de diferentes museus e universidades. Desde o trabalho pioneiro de Caster (1948), as tafocenoses da Formação Pimenteira têm sido caracterizadas como erráticas e relacionadas principalmente aos arenitos. Estas interpretações iniciais sofreram alteração significativa após a excursão realizada em 2009, que revelou novos sítios e horizontes fossilíferos em depósitos com litologias diversas (siltitos, arenitos e conglomerados). Com base no presente inventário, consideram-se como mais relevantes os seguintes afloramentos: Morro Branco de Kegel, Rio Sambito, Morro do Cemitério, BR-316/km 318, Itainópolis, Riachão, São João Vermelho e PI-466/km 12. Estas localidades são as mais citadas na literatura e algumas apresentam maior valor histórico e uma considerável diversidade de tafocenoses capazes de fornecer dados sobre o paleoambiente deposicional, a gênese e a idade dos depósitos fossilíferos. Além disso, os fósseis estão mais bem preservados e documentam de forma mais ampla as variações faunísticas e florísticas dos mares devonianos e dos ambientes flúvio-deltaicos do entorno.
ICHNOFOSSILS FROM THE PARNAÍBA BASIN: THE CONTRIBUTIONS OF WILHELM KEGEL. A pioneer in the study of ichnofossils from the Parnaíba Basin, Wilhelm Kegel described materials collected from strata assigned at that time to the Pimenteira, Cabeças, and Longá formations. Since the mid-1960's these specimens remained without proper review and were housed in the paleontological collection of the Departamento Nacional de Produção Mineral in Rio de Janeiro (DNPM/RJ). Because of the remarkable scientific and historical importance of these ichnofossils, their taxonomy and lithostratigraphy have been reviewed in this work, with the following results: (i) the specimens in sample DGM 4940-I, originally described as isolated tubes without ichnogeneric and ichnospecific determination, were classified as Arenicolites isp., possibly originated from the Jaicós Formation; (ii) the specimen in sample DGM 4946-I, cited as straight oriented impressions united by a linear depression, originally attributed to Rusophycus, were identified as Bifungites isp., from the Longá Formation; (iii) the specimen DGM 4945-I, described as Crossochorda maranhensis Kegel was doubtfully classified as Crossopodia? maranhensis (Kegel), probably from the Tianguá Formation; (iv) the specimens DGM 4434-I and DGM 4435-I, described as Crossopodia estrellada Kegel were identified as Phycosiphon incertum Fischer-Ooster and attributed to the Longá Formation; and (v) the specimen DGM 4944-I, from the Pimenteira Formation, described as Spirophyton sp., has been reclassified as Zoophycos isp. The specimen DGM 4923-I, described as Neoskolithos picosensis Kegel is maintained in Kegel's original classification. The specimen DGM 5424-I, described as a ?Homalonotus trace, is not discussed in this paper because it has not been located in the Museu de Ciências da Terra/DNPM/RJ collections. RESUMO-Pioneiro no estudo dos icnofósseis da bacia do Parnaíba, Wilhelm Kegel descreveu o material coletado em estratos atribuídos, na época, às formações Pimenteira, Cabeças e Longá. Desde meados da década de 1960, estes exemplares permaneceram sem uma reavaliação adequada, tendo sido depositados na coleção paleontológica do Departamento Nacional de Produção Mineral do Rio de Janeiro (DNPM/RJ). Devido à importância científica e histórica dos referidos icnofósseis, o presente trabalho efetuou a atualização das atribuições taxonômicas e litoestratigráficas dos mesmos, com os seguintes resultados: (i) os exemplares da amostra DGM 4940-I, descritos originalmente como tubos isolados sem determinação icnogenérica e icnoespecífica, foram classificados como Arenicolites isp., possivelmente oriundos da Formação Jaicós; (ii) na amostra DGM 4946-I, o exemplar referenciado como impressões orientadas em linha reta e unidas por uma depressão linear, atribuído originalmente a Rusophycus, foi identificado como Bifungites isp., da Formação Longá; (iii) o exemplar DGM 4945-I, descrito como Crossochorda maranhensis Kegel foi duvidosamente referenciado como Crossopodia? maranhensis (Kegel), provavelmente da...
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