O presente artigo objetiva analisar as concepções dos profissionais de Psicologia sobre infância e adolescência. Para dar conta de tal objetivo, buscou-se suporte teórico na Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski. Participaram deste estudo 11 profissionais de Psicologia, que atuam nos equipamentos das políticas públicas de assistência social da região do Cariri cearense, com idades entre 24 e 55 anos, sendo dez do sexo feminino. O tempo de formação variou de três a 32 anos, dos quais, oito estavam atuando no CRAS, dois no CREAS e um na Casa de Acolhimento. Optou-se por uma abordagem quali-quantitativa, utilizando-se da entrevista semiestruturada para coleta de dados e um questionário para identificação dos dados sociodemográficos dos entrevistados. Para análise das entrevistas, utilizou-se o softwareALCESTE, recorrendo-se à análise clássica, por meio da análise hierárquica descendente. A análise dos dados apontou quatro classes discursivas: violação de direitos, dinâmica da família das crianças e dos adolescentes, atuação dos profissionais de Psicologia, concepção acerca da infância e da adolescência. De modo geral, os profissionais de Psicologia têm uma atuação pautada numa concepção naturalizante, universalista e descontextualizada acerca da infância e da adolescência. Isso acaba comprometendo as ações realizadas por esses profissionais, pois se apresentam distanciadas da realidade concreta, servindo mais como uma ferramenta de controle social das crianças e adolescentes pobres do que como estratégia de efetivação de direitos.
Resumo: O presente artigo analisa as contribuições do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) na perspectiva dos seus participantes: educandos e seus familiares. Participaram da pesquisa como educandos 359 crianças e adolescentes e 153 familiares. Utilizou-se uma entrevista semiestruturada, cujas questões versavam sobre o significado do PETI, os motivos de inserção dos educandos, os aspectos positivos e negativos acerca do programa e o que mudou em suas vidas após a entrada no programa. Para análise dos dados, utilizou-se a Análise de Conteúdo Temática e o SPSS. Os resultados mostram que a contribuição do PETI se dá prioritariamente na retirada de crianças e adolescentes de situações de risco, com menor ênfase no combate ao trabalho infantil. As atividades oferecidas estão mais no nível assistencial do que em processos educativos, limitando-se a brincadeiras, lazer e indicando a falta de um projeto pedagógico no programa. Constata-se também falta de capacitação dos educadores, o que faz com que o trabalho realizado por eles seja executado, muitas vezes, a partir do senso comum. Palavras-chave: Trabalho infantil, Políticas públicas, Crianças e adolescentes. PETI (Child Labor Eradication Program): students' and families' conceptionsAbstract: This paper analyzes the contributions of the Government's Child Labor Eradication Program (PETI) in its participants' perspective: students and their families. 359 children and adolescents, and 153 families participated. A semi-structured interview including questions related to the meaning of PETI, to the reasons for students' inclusion, to the pros and cons regarding the program, and to the changes in students' lives after joining the program was conducted. Thematic content analysis and SPSS were used for data analysis. Results show that the contribution of PETI occurs predominantly in removing children and adolescents from risk situations, with less emphasis on combating child labor. The activities offered are more focused on the level of assistance than on the educational one, being restricted to plays and leisure, indicating the absence of a suitable pedagogical project. It is also noticeable a lack of qualified educators, what makes their work often based on common sense.
ResumoEste artigo objetiva analisar o sentido da escola para adolescentes em contexto de vulnerabilidade social. Utilizou-se como instrumento o Jogo de Sentenças Incompletas, e para análise o modelo quantitativo-interpretativo de Alves. Participaram 12 adolescentes entre 13 e 15 anos, estudantes do sexto ao nono ano de uma escola da rede pública municipal de João Pessoa, PB, localizada em uma área de vulnerabilidade social. Os dados revelam que o contexto de vulnerabilidade é marcado, sobretudo, pela falta de aspectos estruturais, que impõem aos sujeitos condições precárias de vida. Quanto à escola, os adolescentes a reconhecem como lugar do conhecimento e da aprendizagem, que possibilita a perspectiva de um futuro digno por meio da qualificação, mas o sentido identificado é o de escola como um espaço privilegiado para o encontro com o outro, para o cultivo de vínculos afetivos, para a troca, para o diálogo, a cooperação e a diversão.Palavras-chave: Escola; adolescentes; sentido. The School direction: Conceptions of adolescent students AbstractThis article aims to analyze the meaning of school for adolescents in the context of social vulnerability. It was used as a tool Incomplete Sentences game and for the analyze the quantitative-interpretative model by Alves. Tehe participantes were 12 adolescents between 13 and 15, students from the sixth to the ninth year of a municipal public school of João Pessoa, PB, located in an area of social vulnerability. The data show that the vulnerability context is marked above all by the lack of structural aspects, which require the subject precarious living conditions. As for school, teens recognize it as a place of knowledge and learning, which enables the prospect of a decent future through qualifying, but the identified direction is the school as a privileged space for the encounter with the other, for cultivation affective ties, to exchange, for dialogue, cooperation and fun.Keywords: School; adolescents; sense. El sentido de la escuela: concepciones de estudiantes adolescentes ResumenEste artículo tiene por objetivo analizar el sentido de la escuela para adolescentes en contexto de vulnerabilidad social. Se utilizó como instrumento el Juego de Sentencias Incompletas, y para análisis el modelo cuantitativo-interpretativo de Alves. Participaron 12 adolescentes entre 13 y 15 años, estudiantes del sexto al noveno año de una escuela de la red pública municipal de João Pessoa, PB, localizada en un área de vulnerabilidad social. Los datos revelan que el contexto de vulnerabilidad es marcado, sobre todo, por la falta de aspectos estructurales, que imponen a los sujetos condiciones precarias de vida. Cuanto a la escuela, los adolescentes la reconocen como lugar del conocimiento y del aprendizaje, que posibilita la perspectiva de un futuro digno por intermedio de la cualificación, pero el sentido identificado es el de escuela como un espacio privilegiado para el encuentro con el otro, para el cultivo de vínculos afectivos, para el intercambio, para el diálogo, la cooperación y la d...
Este estudo analisa a formação profissional oferecida por uma instituição filantrópica a partir da perspectiva de jovens aprendizes. Participaram 20 jovens aprendizes, 14 do sexo feminino e seis do sexo masculino, com idades entre 15 e 22 anos, com pelo menos seis meses de experiência no Programa. Foi utilizada uma abordagem qualitativa, com realização de entrevistas semiestruturadas. As entrevistas foram analisadas por meio de análise de conteúdo temática. A partir daí identificou-se que a experiência de aprendizagem foi percebida pelos jovens como situação privilegiada para sua formação e inserção profissional. Entretanto, os autores entendem que esta formação é limitada, por se concentrar em questões comportamentais, ensinando a reproduzir e seguir as normas das empresas.
Este artigo apresenta uma experiência de extensão desenvolvida por estudantes e professores de Psicologia nos Núcleos do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) da cidade de João Pessoa. A extensão objetivava desnaturalizar o trabalho infantil, contribuir para a formação da cidadania, desenvolver o protagonismo e formar profissionais em Psicologia social. O PETI é um programa do Governo Federal que objetiva retirar crianças e adolescentes de 7 a 15 anos e 11 meses de idade do trabalho perigoso, penoso, insalubre ou degradante, e fundamenta-se nos aportes teóricos da história da criança, dos direitos das crianças e adolescentes, do protagonismo juvenil e da educação popular. A metodologia visa à construção conjunta considerando as experiências dos diferentes atores. Utilizamos oficinas de literatura, escrita, música, filmes, fotografia, gibis, desenhos, Estatuto da Criança e do Adolescente, conversas em círculos, jogos e brincadeiras. A experiência conduziu-nos para aspectos que nem mesmo estavam entre os objetivos do trabalho. Percebemos que as crianças e os adolescentes do PETI não se veem como sujeitos de direitos, naturalizam a violência e não acreditam em mudanças, mas apresentam lampejos de resistência, de participação e de ações coletivas.
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