Este artigo busca revelar os significados da experiência de adoecer numa perspectiva mundana, isto é, a partir da noção de que a vida humana, e conseqüentemente a doença, encontra-se implicada no mundo sensível, na história e na cultura. Através de um trabalho de campo, realizado no Serviço de Fisioterapia do Núcleo de Atenção Médica Integrada da Universidade de Fortaleza, no qual se combinou a utilização dos métodos etnográfico e fenomenológico, buscou-se a superação da compreensão unicamente biológica do adoecer humano, enfocando o mundo da experiência vivida como campo privilegiado de revelações de sentido do estar doente. Os resultados mostram que o adoecer é uma vivência de despotencialização e exclusão social, mas que pode ser também uma oportunidade de revisão da vida, bem como de obter ganhos secundários.
mArcio ArtHoni souto dA rocHA gEorgEs dAniEl JAnJA Bloc Boris VirginiA morEirA Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo compreender a experiência suicida a partir de um referencial humanista-fenomenológico que propõe uma revisão conceitual da psicologia humanista de Carl Rogers a partir da fenomenologia da ambiguidade de Maurice Merleau-Ponty. Partindo da compreensão de que a experiência vivida apenas pode ser adequadamente compreendida em mútua constituição com o mundo, tal perspectiva fenomenológica supera a dicotomia de interno versus externo, tão presente nos estudos sobre a subjetividade. Desta forma, a experiência suicida pode ser reconhecida como uma experiência mundana, uma vez que não é possível compreendê-la sem sua condição de imbricação com o mundo. Foram entrevistados seis pacientes psiquiátricos do sexo masculino que puderam descrever suas tentativas de suicídio por meio de entrevistas semiestruturadas. Identificando como cada colaborador compreendia suas experiências suicidas, foi possível descrevê-las sem as amarras teóricas dos estudos sobre tal tema. Pode-se perceber que a experiência suicida se caracteriza como uma vivência de aniquilamento existencial, e reconhecer, também, que as condições culturais e socioeconômicas em torno do suicídio devem ser sistematicamente consideradas e aprofundadas para que tal fenômeno humano possa ser melhor compreendido como um fenômeno mundano.
RESUMOEste estudo trabalha um dos temas emergentes relativos à pesquisa longitudinal fenomenológica, o qual diz respeito ao estigma na doença mental em portadores do HIV/AIDS: a morte. Pretende-se compreender os significados da morte e da finitude e sua repercussão no mundo vivido de pessoas com HIV/AIDS. Foi utilizado o método fenomenológico mundano e reanalisadas 50 entrevistas com pacientes portadores de HIV/AIDS na referida pesquisa. Os resultados revelam que o momento da descoberta da doença, a iminência de sintomas e suas consequências, são os momentos descritos onde significados relativos à morte estão mais presentes. Significados da finitude repercutem no mundo vivido dos entrevistados e a possibilidade iminente da morte configura-se como fator de sofrimento e agravamento da doença. Palavras-chave: Morte, HIV/AIDS, Método fenomenológico. ABSTRACTThis study further develops one of the themes emerging from a phenomenological longitudinal research on the stigma of the mental disease and HIV: death. It aims to investigate the meanings of death and finitude and its repercussions in the lived world of people living with HIV. We use the phenomenological mundane method and reanalyzed interviews with 50 patients with HIV in this research. The results show that the moment of discovery of the disease and the imminence of its symptoms and consequences are the moments described in which meanings of death are most present. Meanings of finitude impact the lived world of the respondents and the possibility of imminent death has become a factor of suffering and of aggravation of the disease.
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