Paisagem é um conceito de interesse da Geografia desde o seu surgimento enquanto ciência. Aplicada para representar uma unidade do espaço, um lugar, a paisagem – portadora de formas, cores, cheiros, barulhos e movimentos – imprime suas marcas na cultura ao passo que recebe suas marcas, numa relação dinâmica recíproca. Os estudos geográficos da paisagem e da cultura, especificamente na paisagem sonora, possível por meio de uma abordagem humanista-cultural, trazem à luz as preocupações com a compreensão de como o indivíduo e o coletivo constroem e concebem o espaço. No presente artigo, pretende-se discutir o conceito de paisagem na Geografia, e apontar caminhos para estudos que tenham por base a paisagem sonora, na busca da compreensão da cultura e do lugar.
A ponte e as águas são os elementos que separam a ilha dos Valadares da cidade de Paranaguá. Apesar da proximidade -cerca de 400 metros do centro urbano -esses lugares possuem características diferentes na paisagem. O que nos interessa aqui é a paisagem sonora, marcante na ilha pela sua peculiaridade mais próxima do natural. Outro elemento importante na ilha é a presença do fandango, uma manifestação da cultura caiçara, que vê ao longo dos anos, as transformações espaciais e políticas que a forçam a buscar formas alternativas de subsistência, além das já tradicionais como a roça e a pesca. Dentro de uma cultura, a música serve para reafirmar valores dentro do grupo, e ajudar na associação de suas existências a objetos próximos. O mundo apreendido é cantado e musicalizado. Os valores do grupo são então repassados nas canções, assim como suas percepções e interações com o meio. O músico parte do "eu", sentindo e experimentando a paisagem, faz suas relações com a vida, e repassa para suas melodias e canções. A relação do músico com o espaço onde vive, resulta no melhor registro permanente de sons do passado: a música. Assim, ela será utilizada nesse projeto como um guia para o estudo das modificações nos hábitos e nas percepções auditivas. Através desse apoio que a música oferece, pretendemos fazer uma análise da paisagem existente na memória dos tocadores de fandango da ilha dos Valadares, e da paisagem atual percebida por eles, esta, apoiada também em mapas mentais e registros de entrevistas.
RESUMOAs relações entre percepção e memória na construção da identidade religiosa são debatidas no presente trabalho, com vistas a apresentar elementos que contribuam à compreensão das paisagens da memória e de sua relação com a espacialidade religiosa. Tendo como base o pensamento de Ernst Cassirer, para o qual o ser humano é dotado de uma capacidade de imaginação e inteligência simbólica, procura-se contribuir aos estudos geográficos de modo a apresentar um conceito de paisagem que não se limita à materialidade das formas visíveis e que, da mesma forma, possa subsidiar os estudos acerca da espacialidade do sagrado. Palavras-chave: percepção; memória; paisagem; identidade religiosa; espacialidade religiosa. ABSTRACTThe relationship between perception and memory in the construction of religious identity are discussed in this paper, in order to introduce elements that contribute to the understanding of the landscapes of memory and its relation to
Os espaços religiosos são produtores de paisagens sonoras que envolvem seus fiéis, ao passo que comunicam valores e conecta-os ao sagrado, o que contribui para a identificação entre o ser religioso e o espaço religioso e, consequentemente, com o espaço sonoro nele e por ele produzido. O espaço religioso possibilita que os fiéis frequentadores compartilhem experiências e memórias, o que concede identidade ao grupo de religiosos e à religião. O presente artigo tece relações entre a paisagem sonora produzida nos espaços religiosos e o ser religioso, tendo como premissa a ideia de que as paisagens sonoras atuam na construção de paisagens da memória, imprescindíveis à construção identitária do ser religioso.
Cora Coralina (1889-1985), poeta e contista, possui uma obra rica em representações sobre o cotidiano do interior brasileiro. Ao escrever sobre os becos e ruas da Cidade de Goiás (GO), a autora foi construindo uma narrativa sobre a própria vida, com versos carregados de um sentimento topofílico. Tendo também trabalhado como doceira por muitos anos, a autora retrata em alguns dos seus textos a questão alimentar com a mesma afetividade. A partir desse contexto, o presente trabalho apoia-se em nove poemas da escritora, com o objetivo de abordar a geopoética dos versos de Cora Coralina, percorrendo por lugares da/na poesia da autora, assim como a descrição dos sabores presentes em sua escrita.
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