Nair Iracema Silveira dos Santos
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RESUMO:Problematiza-se neste artigo, a partir da Psicologia Social, como e em função de quais razões os jovens foram vistos como objeto estratégico de intervenção política global, a partir da década de 1980. Analisando documentos oficiais da Organização das Nações Unidas e outros produzidos no Brasil, sob um referencial genealógico inspirado pelo trabalho filosófico de Michel Foucault, investigou-se uma área tensa que são as práticas direcionadas aos jovens, especialmente os discursos que prescrevem políticas públicas, nos quais eles são tratados como um grupo populacional e, ao mesmo tempo, um grupo politicamente relevante para o progresso social. O poder jovem aparece, aqui, como um analisador importante que visa refletir sobre uma maneira de encarar a força da juventude que, por um lado é considerada incontrolável e, por outro é canalizável, podendo ser utilizada como um recurso estratégico para os países em desenvolvimento. A pesquisa sinalizou que há um deslocamento importante na problemática dos jovens, mostrando que não é mais a força política contestadora que está em jogo, mas uma força positiva que visa ao desenvolvimento político e social e, por conseguinte, esse é o objetivo estratégico das ações governamentais que visam melhorar a vida da população em geral. Palavras-chave: Juventude. Políticas públicas. Biopolítica. Poder.
ABSTRACT:This paper addresses, from the perspective of Social Psychology, the issue of how and why youth has up till recently been thought of as a strategic object for global political intervention since the 1980's. Through a Foucault-inspired genealogical analysis of some of the United Nations' official documents, as well as of specifically 1 Mestre em Psicologia Social e Institucional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). E-mail: mvinicius.goulart@gmail.com 2 Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). E-mail: nair.iracema@gmail.com Esta obra foi licenciada com uma Licença Creative Commons -Atribuição 3.0 Não Adaptada.
Resumo: O texto objetiva analisar como as problematizações da juventude constituíram o Ensino Médio como direito fundamental dos jovens brasileiros desde o início da década de 2000. Utilizamos o conceito foucaultiano de problematização e optamos pela análise documental. O estudo permitiu referir que as problematizações desenvolveram: a) uma visão positiva dos jovens brasileiros; b) a institucionalização a nível governamental das discussões sobre juventude; c) a noção de que os jovens brasileiros são um grupo heterogêneo, que não pode ser enquadrado em um modelo único e ideal. Em síntese, os ditos sobre os jovens, além de instituir uma visão de juventude, também marcam uma disputa política em torno da melhor forma de educá-los. Palavras-chave: Ensino Médio -Juventudes -Problematização-Michel Foucault -Discurso Abstract: This text intends to analyze how youth problematizations have made High School a fundamental right of Brazilian young people since the early 2000s. We used Foucault's concept of problematization and document analysis. The study helped us reveal that the problematizations developed: a) a positive perspective of Brazilian youth; b) the governmental level institutionalization of youth discussions; c) the notion that Brazilian young people are a heterogeneous group that cannot be framed in an only ideal model. In summary, besides establishing a perspective of youth, the statements about young people also set a political dispute over the best way to educate them.
The Value Added Statement (DVA) that points to the formation and distribution of the wealth generated for the company, in the same way, the Sustainability Report as instrument
O intuito deste texto é analisar as noções de poder e governamentalidade no pensamento político de Michel Foucault. Para isso, apresenta-se a crítica desenvolvida pelo filósofo a o que ele chamou de Teoria Jurídica Clássica do Poder, segundo a qual, entre outras coisas, o poder seria um atributo, algo que pertenceria a alguém. Nesse caso, a crítica se dirige ao Leviatã hobbesiano, no qual o poder soberano seria a constituição de uma unidade a partir do conjunto das vontades cedidas pelos súditos. Em função disso, a noção de governamentalidade aparece como um importante analisador das práticas de governo, de modo que com ela Foucault introduz uma forma de analisar o Poder que leva em consideração toda a complexidade da trama social. Essa noção emerge como uma forma de analisar o poder em uma perspectiva distinta daquela que aparece na teoria jurídica clássica.
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