A história da educação na relação com os saberes histórico e pedagógico Revista Brasileira de Educação v. 13 n. 39 set./dez. 2008 483 1N a historiografia da história da educação, vários autores têm salientado a posição "entre-dois" que a disciplina ocupa (Nóvoa, 1994, p. 21; Depaepe, 1993, p. 31). Disciplina histórica, elemento estruturante da incipiente ciência da educação, só se desenvolveu historicamente no campo institucional da formação de professores, a que ficou vinculada. A partir dessa situação, sentida como desconfortável pela ambiguidade que gera ao nível da identidade dos próprios cultores, no reconhecimento académico, na afectação de recursos e nas relações de poder, discorre-se sobre as vantagens, desvantagens e potencialidades a explorar.O objectivo deste texto é analisar a questão de forma semi-retrospectiva, partindo das recordações, quase emoções, que a experiência pessoal permite * Este texto foi escrito em simultâneo para o relatório da disciplina "História da educação em Portugal: instituições, materiais, práticas e representações", do mestrado em Educação e HerançaCultural, e apresentado a concurso para professora associada em ciências da educação da evocar para a partir delas caminhar na interrogação ao passado nacional e lançar um olhar sobre a situação da história da educação em outros países europeus. Do individual ao colectivo: a experiência pessoal como texto para análiseNo início dos anos de 1970, o curso de história da Faculdade de Letras do Porto era constituído por cinco anos lectivos. No final do 5º ano, apresentava-se uma tese de licenciatura. Quem se destinava ao ensino, e era o inexorável destino comum, devia fazer o curso de ciências pedagógicas, frequentado então por uma verdadeira multidão de gente mais velha: professores em exercício das várias áreas do saber, professores das escolas do magistério primário.
Este trabalho tem como propósito analisar o modo pelo qual a disciplina Canto Coral se configurou no currículo da escola portuguesa, durante o regime da Primeira República. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, respaldada nos presupostos teóricos da Cultura Escolar. Foi através do Decreto n.º 4650, de 14 de julho de 1918, que a disciplina Canto Coral passou a fazer parte do currículo dos Liceus. Oobjetivo era contribuir para a educação da voz, do sentimento estético e, especialmente, para o desenvolvimento do nacionalismo. O mesmo Decreto que criou a disciplina Canto Coral estabelecia, também, a criação de um Orfeão nos estabelecimentos de ensino. Os Orfeões se tornaram veículos de difusão das ideias republicanas. Sua função primeira, não era atribuir um papel educativo à disciplina Canto Coral, na formação dos escolares, mas, propagar a ideologia do governo vigente.
A cidade do Porto e as suas Escolas Normais, masculina e feminina, tiveram um papel preponderante na afirmação do modelo fröebeliano de educação infantil em Portugal no final do século XIX e início do XX. O objetivo deste trabalho é apresentar o modelo de formação das educadoras e das crianças, que se foi afirmando e divulgando através das escolas de formação de professores e dos jardins de infância, sem esquecer formas mais populares de educação, que existiram em concomitância. O trabalho baseia-se na pesquisa que as autoras têm realizado sobre o espólio das antigas Escolas Normais do Porto e no currículo das Jardineiras de Infância, designação atribuída a esta nova categoria profissional. Recorreu-se também à história oral, em particular no concelho de Murça, no Nordeste transmontano, para identificar outras formas de educação popular infantil e as suas características. Tendo como referente teórico Chartier (2002), procuramos interligar as representações que o modelo de formação faz da infância e seu desenvolvimento com as práticas no jardim de infância, através de um caderno de uma educadora e com práticas populares de cuidado e educação de crianças.
Pretende-se apresentar a obra de duas personalidades singulares nas suas áreas de atuação, cujos interesses um dia se cruzaram, dado os seus trabalhos confluírem na relevância atribuída ao estabelecimento da harmonia entre os estados físico, mental, emocional e espiritual. Manuela Malpique desenvolveu atividades pedagógicas e psicoterapêuticas no campo da imaginativa onírica. Nise da Silveira, psiquiatra, pioneira no uso da terapia ocupacional no contexto hospitalar, abriu caminho para a expressão plástica de doentes mentais marginalizados pela sociedade, pela ciência. O estudo histórico e teórico, com recurso a entrevistas, evidencia a relação entre educação, terapia e arte teorizado e praticado pelas biografadas.Palavras-chave: Educação. Terapia. Arte. Pedagogia da Alteridade.
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