ResumoEste artigo aborda a presença indígena no ensino superior brasileiro baseado em pesquisa em universidade que executa política afirmativa para ingresso e permanência de estudantes indígenas. Analisa também teses e dissertações, distribuídas em diferentes programas de pós-graduação, que tematizam o ingresso de estudantes indígenas (implantação de políticas de acesso, processos seletivos para ingresso) e questões relacionadas à sua permanência na universidade (programas de apoio financeiro e pedagógico, relação institucional com os estudantes, ações de acompanhamento e promoção da permanência). O acompanhamento dos estudantes considerou os depoimentos e a convivência com estudantes indígenas no espaço acadêmico. Dados mostram que a presença indígena no ensino superior oferece possibilidades de autorreflexão sobre as práticas pedagógicas da instituição de ensino superior e seu papel social. Também apontam que a permanência dos estudantes indígenas é um grande desafio para universidades e que diálogo e postura receptiva aos conhecimentos originários podem ser o primeiro passo para efetivar processos de interculturalidade no ensino superior.Palavras-chave: ensino superior; estudantes indígenas; políticas afirmativas.
A educação escolar específica e diferenciada vem sendo constituída pelos povos indígenas brasileiros, com maior intensidade, nas últimas décadas. Os Guarani, zelosos de sua cosmologia e contrários à introdução de aparatos ocidentais em seu modo de vida tradicional, foram historicamente desfavoráveis à escola. Hoje, algumas aldeias buscam-na, como uma forma de se aparelharem para compreender o "mundo dos brancos", acessando, por meio da escola, conhecimentos necessários para uma interação mais simétrica com a sociedade não-indígena. A reflexão proposta neste texto aborda os processos de escolarização, evidenciando as formas de apropriação que ocorrem na escola das aldeias Guarani, no Rio Grande do Sul, por meio de práticas escolares que buscam constituir um modo próprio de ensinar, em diálogo com os princípios que compõem a educação tradicional e a cosmologia desse povo.
SCHOOL MEMORIALS AND TRAINING PROCEDURES TO TEACHING ABSTRACT:In this text, we analized the narrative memories of fourteen students from the Course of Pedagogy, scholarship holders of the Institutional Program of Iniciation to Teaching Scholarships -PIBID. The memorials that compose the book 'Iniciation to Teaching in Pedagogy: memories that count stories' are analyzed in the perspective to understand them as an important part in the formative process of the scholarship holders that integrate the Program, who from the present look into the past and construct memories that disclose their school passages. Rereading the memorials, we also resume each one of them and the meaning they have acquired in the formation of each scholarship holder, highlighting what they collectively represent as important aspects of their life trajectories: childhood, family, school experiences and, finally, the choice for teaching and being a teacher at PIBID.
Resumo Neste artigo apresentamos um estudo do decreto presidencial nº 6.861, que criou os Territórios Etnoeducacionais, discorrendo sobre possíveis mudanças que o documento anuncia para a política escolar indígena no Brasil, desde 2009, ano de sua edição, até outubro de 2013, quando foi publicada a portaria nº 1.062, do Ministério da Educação, instituindo o Programa Nacional dos Territórios Etnoeducacionais. Metodologicamente, assentamos o pensamento numa metáfora que teve como inspiração a instalação artística "Nosso Norte é o Sul", de Yanagi Yukinori (8ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre, RS, 2011), cujo "território das formigas", construído ao longo do evento, se mostrou fecundo para pensar possibilidades vislumbradas a partir desses documentos. O decreto e a portaria, ao ressituarem a política de educação escolar indígena, interferem não só na organização territorial, mas principalmente nas formas de gestão e condução das escolas, inserindo com maior ênfase o protagonismo ameríndio nos processos de educação escolar.
ResumoA educação escolar indígena no Brasil foi imposta aos povos originários desde os primórdios da colonização, com o intuito de catequizá-los e civilizá-los. No entanto, coerentes com suas cosmologias, esses povos mantiveram um modo próprio de educação. Apesar dos prejuí-zos infligidos historicamente pela escola nas sociedades indígenas, estas aprenderam a com ela conviver e, em muitos casos, a demandam e a recriam. Observa-se hoje uma 'indianização' das escolas nas aldeias, por meio de práticas que buscam na memória, na tradição, nos saberes ancestrais e no ensino de história a afirmação de suas identidades étnicas, fazendo dessa instituição e das práticas que nela desenvolvem possíveis aliadas de luta. Palavras-chave: educação indígena; ensino de história; tradição e memória. AbstractIndigenous school education in Brazil has been imposed on indigenous people since the beginnings of colonization, with the aim of catechizing and civilizing them. Nevertheless, in agreement with their cosmologies, these peoples have retained their own way of education. Despite the harm historically inflicted by the western form of teaching on indigenous societies, they have learned how to live with it and in many cases they demand it and recreate it. Today we can see a process of 'Indianization' in many village schools, through practices that seek in memory, tradition, ancestral wisdom and in the teaching of history the affirmation of their ethnic identities, making this institution and the practices developed within it possible allies in their historical struggles.
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