O objetivo deste artigo é realizar um balanço das principais transformações ocorridas nos últimos 15 anos no sistema de gênero hegemônico no pentecostalismo. Inicialmente, procuro apresentar o perfil demográfico e socioeconômico dos pentecostais. Em seguida, discuto as conseqüências da opção religiosa dos homens e das mulheres e chamo atenção para os limites do processo de reconfiguração das subjetividades femininas e masculinas no interior das comunidades. O exame das tendências de crescimento do sacerdócio feminino e da participação política das mulheres pentecostais complementa esta análise e ajuda no entendimento das ambivalências na revisão das representações e relações de gênero nesses grupos religiosos.
Resumo: Este artigo realiza uma genealogia do discurso cristão sobre a “ideologia de gênero” que se difundiu em nossa sociedade nos últimos anos e tem pautado uma série de projetos de leis em tramitação nas diferentes instâncias do poder legislativo brasileiro. Neste sentido, revela-se que a formulação deste discurso por intelectuais católicas/os começou nos anos 90, como uma reação às iniciativas das feministas que conseguiram inserir a categoria gênero nos documentos das conferências sociais da ONU. Nas sessões seguintes, é analisada a disseminação deste discurso cristão na esfera política e na sociedade civil por parte de atores católicos e evangélicos que rejeitam a adoção da categoria de gênero nas políticas públicas. Nas considerações finais, são indicados os desafios a serem enfrentados pelos movimentos feministas e LGBTT nos próximos anos.
Este artigo analisa os embates em curso na esfera pública brasileira envolvendo atores políticos com programas culturais bem distintos: católicos, evangélicos e os movimentos feministas e LGBTT. Dividido em quatro seções, inicia com uma apresentação da linha interpretativa adotada e uma breve análise das relações entre Estado e Igreja no século XX. Na seção seguinte, procura-se mostrar como o avanço das políticas de direitos humanos em atendimento às demandas dos movimentos feministas e gays se dá concomitantemente ao crescimento dos evangélicos na política partidária e no poder legislativo e como essas tendências contraditórias tencionam a arena pública. Na terceira seção, examina-se mais detalhadamente a agenda política, a participação dos evangélicos fluminenses nos poderes executivo e legislativo na primeira década do século XXI e o ativismo religioso conservador nas eleições de 2010. Nas considerações finais, procura-se mostrar que, a despeito dos conflitos de interesse entre os atores católicos e evangélicos, parcerias vêm sendo desenvolvidas entre coletivos religiosos de ambos os lados com o objetivo de impedir a criação de uma moralidade sexual de caráter laico.
Aborto e ativismo religioso nas eleições de 2010Este artigo analisa a participação de atores religiosos individuais e coletivos no processo eleitoral realizado no Brasil em 2010 para a escolha do Presidente da República e representantes das unidades federativas na Câ-mara Federal 1 . Marcado não só pela eleição da primeira mulher a ocupar o cargo político mais importante do país, esse pleito expressou tendências importantes em curso na sociedade, como, por exemplo, o uso das mais novas tecnologias digitais pelos atores religiosos individuais que disputavam tanto o poder executivo quanto as cadeiras para o legislativo e pelos movimentos confessionais de caráter tradicionalista para inclusão dos temas do aborto e da homossexualidade no debate eleitoral. Numa disputa em que se apresentaram nove candidatos para o posto mais importante da política nacional e em que, as duas candidaturas femininas receberam mais de 66% dos votos para a Presidência da República no primeiro turno das eleições 2 , líderes religiosos atuaram intensamente para manter a política institucional nos marcos ideológicos cristãos.Nesse sentido, parte-se da perspectiva que interpreta os coletivos religiosos não como resquícios de um passado pré-moderno, mas sim como atores políticos atuando nas muitas modernidades existentes na contemporanei-
Este artigo analisa a percepção de líderes pentecostais sobre a política brasileira e a atuação dos legisladores deste segmento confessional nas últimas três décadas. Após uma breve apresentação das principais transformações ocorridas a partir da redemocratização do país nas esferas política e cultural, examinam-se as opiniões destas lideranças sobre a importância da política no contexto contemporâneo e a relação dos grupos religiosos com esta esfera. Em seguida, discute-se a avaliação destes líderes acerca do comportamento parlamentar dos pentecostais. Àguisa de conclusão, argumenta-se que embora existam concepções diferenciadas de política, predomina a visão minimalista da participação política. Sugere-se também que é hegemônica a ideia de que, como toda e qualquer minoria, este segmento religioso tem que se fazer presente nas instâncias de poder para influenciar no ordenamento da sociedade.
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