Este texto levanta uma reflexão sobre a escrita e os processos de escrita, considerando os pressupostos da Genética Textual e da Linguística da Enunciação.
O ano de 1996, para a Linguística, foi marcado pela descoberta de uma série de manuscritos reveladores do fato de que o linguista F. de Saussure escreveu muito e sobre assuntos os mais variados. De um universo de aproximadamente 50 mil folhas manuscritas, vieram a público, na França, em 2002, a obra Écrits de Linguistique Générale (ELG) e, na suíça, em 2011, o título Science du langage; De la double essence du langage. O linguista italiano De Mauro (2013) coloca em evidência quatro categorias terminológicas presentes nestas compilações que não aparecem, de modo explícito, no Curso de Linguística Geral. Sejam eles: 1. quaternion; 2. parallélie; 3. synonymie e synonyme; e 4. intégration ou postmédiation-réflexion. Destes, um em particular é objeto de nossa atenção: a “sinonímia”. Buscamos refletir quais razões e de que maneira os “fatos de sinonímia” interessam ao linguista genebrino.
Este trabalho tem como objetivo apresentar uma tradução do proêmio do texto Medicamina Faciei Femineae, do poeta latino Ovídio. Circunscrito na literatura pelo seu caráter didático, o texto ovidiano recebeu, ao longo do tempo, pouca atenção da crítica literária, o que não aconteceu com outras obras, a exemplo da “Arte de Amar”. Elegemos o proêmio do texto Medicamina Faciei Femineae para traduzir e comentar sobre a presença da puella romana e de outras mulheres, às quais o autor faz referência. Refletimos, ainda, sobre certas analogias estabelecidas no texto ovidiano que parecem oferecer credibilidade aos ensinamentos por ele propostos.
RESUMO: Este trabalho discute a ocorrência homonímica como um dos fenômenos que pode interferir em processos de criação de narrativas ficcionais em ambiente escolar. Analisamos o diálogo e o manuscrito escolar estabelecido por uma dupla de alunas recém alfabetizadas. A partir do campo teórico delineado pela Genética Textual, indicamos como este fenômeno pode ser reconhecido pelas escreventes novatas e, a partir de suas "escutas", colocá-las em posição de scriptor. PALAVRAS-CHAVE: Escola. Produção textual. Criatividade. Escreventes novatos. Autoria.ABSTRACT: This paper discusses the homonymic occurrence as one of the phenomena that can interfere in the fictional narratives' creation processes in a school environment. We analyzed the dialogue and the school manuscript provided by a pair of newly literate students. From the theoretical framework outlined by Textual Genetics, we point out the way in which this phenomenon can be recognized by the writers and, through their "hearings", put them in scriptor's position.
A importância da analogia no estudo das línguas remonta à Antiguidade (LYONS, 1982), mas tornou-se protagonista na discussão sobre a mudança linguística com o advento da Escola Neogramática ao insistirem esses linguistas sobre o papel da analogia como causa das modificações das línguas no curso do tempo. Essa definição foi amplamente veiculada em manuais de Linguística, assim como a representação de Saussure como participante da Escola Neogramática (PAVEAU; SARFATI, 2006;MOUNIN, 1970) com a publicação de seu Mémoire sur le système primitif des voyelles dans les langues indo-européennes (1879) ao recorrer à analogia como categoria de análise. Para além desse trabalho histórico, Koerner (2008) discute em um longo artigo a influência que o linguista genebrino teria recebido da obra teórica de seus contemporâneos Neogramáticos, os Princípios fundamentais da história da língua (1966), de Hermann Paul, para formulação dos conceitos seminais do Curso de Linguística Geral (1970). Tendo em vista este problema historiográfico, esta pesquisa, de natureza teórica, tem como objetivo investigar as possíveis relações conceituais de analogia no Curso de Linguística Geral e nos Princípios fundamentais da história da língua. Observamos que, de um lado, o fenômeno analógico se situa no entroncamento dos conceitos de língua e fala e do par sincronia e diacronia, de outro, a analogia remete a dois conceitos ou dois processos mentais.
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