This paper presents the traditions of assisted childbirth in the Brazilian state of Bahia in the 19th Century and develops the hypothesis that two obstetrical traditions coexisted in the capital, Salvador, namely the doctor-midwives--who used technical resources and knowledge acquired from obstetrics as a medical specialty--and the traditional midwives, whose know-how was purely of an empirical-sensorial nature. Despite all efforts employed by the doctors to win over the confidence of Bahian families, the midwives continued to be predominant in the art of 'delivering' children and treating female illnesses. The analysis focuses on the social and professional segments that were active in assisted birth; the role of the Bahian College of Medicine (Faculdade de Medicina da Bahia) in the training and certification of midwives and the use of newspapers as a way to legitimize the doctor-midwives; it also discusses the scant coverage of the midwives in these media.
A quase centenária Maternidade Pro Matre, inaugurada em fevereiro de 1919, com a finalidade de prestar assistência a mães e crianças dos grupos sociais menos favorecidos, foi iniciativa do médico filantropo Fernando Magalhães e da feminista Stella de Carvalho Guerra Duval com apoio de senhoras da sociedade carioca. Sua criação inseriu-se em movimento de assistência materno-infantil que a historiografia hoje chama de projeto maternalista, com base na ideia de que mãe e filho são culturalmente indissociáveis. Ao apresentar as fontes existentes no arquivo institucional da Pro Matre, partilhamos possibilidades de pesquisa no campo da assistência materno-infantil no Rio de Janeiro e, por extensão, no Brasil.
Esse artigo tem por objetivo estudar as doen-ças da população escrava em Salvador, na primeira metade do século XIX, a partir dos registros de doentes internados no hospital da Santa Casa da Misericórdia da Bahia. Consideramos também o impacto da epidemia de cólera de 1855 no perfil desses doentes internados, bem como os dados acerca de doenças e de cor. Analisaremos as principais doenças da população escrava e a inter-relação dessas com o trabalho.
Resumo O artigo tem por objetivo ampliar a discussão sobre a história da assistência à saúde da população cativa, em particular a criação de espaços específicos para partos. Trata-se da Maternidade Santa Isabel criada no último quartel do século XIX, inserida no cenário escravista e atravessada pelo discurso médico-científico, pelo ideal caritativo, eurocêntrico e reducionista. Essa reflexão soma-se a outras investigações que problematizam o organização de um aparato de cuidados à saúde dos escravos e escravas, agregando contribuições historiográficas às consagradas pesquisas sobre escravidão no Brasil. A documentação examinada encontra-se sob guarda do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro e revela como a maternidade carioca tornou-se um projeto matizado por interesses científicos, pedagógicos e de assistência à saúde, na lógica da mentalidade escravista do Brasil Imperial.
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