RESUMO O presente artigo tem por objetivo discorrer sobre racismo institucional e atuação de professoras doutoras e negras em universidades públicas dos estados do Ceará e Rio de Janeiro. Tratamos de equalizar e qualificar o debate, ainda caro na atualidade, sobre práticas de racismo/sexismo em instituições públicas. Para tanto, adotamos como proposta metodológica a realização de entrevistas semiestruturadas com doutoras que se autodeclararam negras. Os relatos esclarecem a persistência do racismo, suas afrontas nas trajetórias docentes, e pontuam o ativismo e as ações coletivas de enfrentamento adotadas por cada professora interpelada nesta investigação.
Este artigo é resultado de um trabalho de conclusão de curso intitulado por “Vidas Marias, mulheres camponesas no curso superior de Licenciatura em Educação do Campo: enfrentamentos e re(existências)”. A pesquisa teve como objetivo identificar e conhecer os fatores socioculturais de gênero e as suas implicações nas trajetórias de mulheres concluintes do curso de Licenciatura em Educação do Campo, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), campus Bom Jesus (PI). Ao problematizar a garantia dos direitos humanos das mulheres do campo e o seu processo de emancipação, objetivamos analisar as implicações dos fatores socioculturais que comprometem o acesso, a permanência e a efetivação do Ensino Superior. Para tanto, foi utilizada a abordagem qualitativa, mediante a realização de entrevistas semiestruturadas, pela qual foi possível através das narrativas, compreender os desafios que ainda persistem nas trajetórias de mulheres no Ensino Superior. Embora os resultados reifiquem a (re)existência do sexismo e as suas relações de poder, foi evidenciado rupturas pelas estudantes, boa parte, propiciadas através das discussões e propostas metodológicas do Curso de Licenciatura em Educação do Campo - Ciências Humanas e Sociais.
A proposta deste artigo é contribuir com os estudos sobre mulher e ciência, provocando uma interseccionalidade entre gênero, raça, geração e uma epistemologia antirracista. A partir de nossos lugares de atuação (universidades públicas e federais), propomos uma autoetnografia negra feminista dialogada, trazendo reflexões para além das vivências diante do racismo e do sexismo. Refletimos a partir do entendimento de que a autoetnografia é um método de pesquisa qualitativa que faz uso dos dados sobre o self e o contexto em que está inserido. Assim, o(a) pesquisador(a) é o centro da investigação, reunindo em si o sujeito e o objeto. Neste sentido, o self (pesquisador/a) e outros selves (os de fora) são reunidos. Em nosso exercício, buscamos que esta metodologia traga duas vozes simultâneas que promovem um enunciado, a partir de experiências individuais ou coletivas, num mesmo texto. Somos duas mulheres negras e doutoras, de gerações diferentes (uma nos seus trinta e outra nos sessenta), que ao falar dos racismos múltiplos no âmbito educacional –embora com uma diferença de três décadas– nossas existências ainda guardam muitas semelhanças. Apontamos aqui uma parte das redes de afeto e religiosidade que compõem as nossas travessias, nosso ethos, bem como pertencimento também no âmbito da práxis educacional.
O presente trabalho objetivou evidenciar o estado da arte de pesquisas sobre a formação de professores em uma perspectiva antirracista na Educação Infantil, a fim de traçar um panorama dos estudos nessa área e verificar suas principais tendências. Para isso, foi realizada uma pesquisa bibliográfica com artigos, teses, dissertações e trabalhos de conclusão de curso publicados entre 2013 e julho de 2021 que atendiam à proposta desta investigação. Após uma análise geral dos trabalhos, foram elaboradas quatro categorias consideradas relevantes para serem discutidas e problematizadas: (1) Práticas pedagógicas antirracistas: possibilidades e limitações no cotidiano escolar; (2) Legislações brasileiras e suas abordagens sobre educação antirracista; (3) Construção da identidade da criança negra; e (4) Mito da democracia racial. Os resultados encontrados apontam desafios que necessitam ser superados para que haja uma educação antirracista desde a primeira infância, sendo fundamental também mais pesquisas que abranjam esse âmbito.
Este artigo é fruto da monografia intitulada Entre Colmeias & Quilombos, e visa se debruçar nos elementos afrocentrados e afrorreferenciados presentes na obra The Gift/Black is King, da multiartista Beyoncé. Na costura entre a Afrocentridade e a Antropologia, junto da proposta metodológica de análise de conteúdo, intenta compreendemos a arte, principalmente a partir das músicas e o álbum, como o locus tensionadores e potencialmente propositivos das humanidades negras, apontando ao mesmo tempo, o resgate de elementos na ancestralidade africana, em vias de tessitura do presente e do futuro em narrativas afrofuturistas. A obra de Beyoncé aqui analisada, apresenta alternativas outras para pessoas negras que encerra com o status quo racista, universalizante e, portanto, eurocêntrico. Assim, discutimos Sankofa e o movimento do Afrofuturismo em consonância com elementos presentes nas músicas de Beyoncé que os ressignifica no presente ao tecer narrativas para a realização humana negra, resultando em autoestima e afrorreferência em sujeitos/as/es africanos/as/es em diáspora ou não, permitindo outras acepções sobre o mundo que se afastam das definições de ser e estar calcadas no ser ocidental-colonial.
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