Para compreender e tratar dos casos de mães que perdem filhos - consensuada enquanto a dor sem nome, sem fim e sem tamanho -, emerge a necessidade de retomar conceitos fundamentais desde o princípio da obra freudiana. O objetivo do trabalho foi lançar luz aos conceitos de luto e melancolia para compreender o sofrimento da mãe diante da perda do filho. O método utilizado foi a análise do filme Rabbit Hole, que retrata a história de um casal que perde um filho. Para enriquecer o trabalho, foram utilizadas vinhetas de entrevistas que realizamos com mães que perderam filhos. Os resultados revelaram o conceito de identificação narcísica enquanto fundamental para compreender a questão posta. Existe a hipótese de que no filme a identificação tenha sido estabelecida com o agressor, o que impossibilita o trabalho de luto. Como conclusão, pontuamos que a perda do filho abre uma grande ferida narcísica que afunda as mães em estados melancólicos. A psicanálise pode conceder um lugar de sofrimento para a mãe que perde o filho sem, contudo, deixar que ela recaia completamente no lugar de vítima, visando que se faça um "giro" da morte em direção à vida.
Para discutir algumas contribuições que a perspectiva psicanalítica traz para a compreensão da condição de estrangeiridade, entrevistamos um grupo de estudantes vinculados a programas de formação superior vindos de países de língua oficial portuguesa. Organizamos, a partir da análise das unidades de significado das entrevistas, alguns dos conflitos experimentados. Além da língua, os motivos da escolha do país, a chegada, a integração, o convênio, os relacionamentos afetivos e sexuais, a percepção dos brasileiros e a percepção das dificuldades encontradas compõem o cenário que possibilitou nossa leitura. O sofrimento que alguns demonstram mais do que outros, diz de um conflito que é próprio da constituição do sujeito e que pode emergir nessa experiência.
Resumo A obesidade tem atingido níveis epidêmicos na atualidade e constitui problema de saúde pública. Apesar de ela tradicionalmente ser tratada por meio da reeducação alimentar e da prática de atividade física, nem sempre estas medidas são eficazes para o tratamento da obesidade mórbida. Neste contexto, a cirurgia bariátrica emerge como um dos principais tratamentos que a medicina oferece atualmente para a perda de peso substancial. No entanto, estima-se que ela seja eficaz em 85% dos casos, pois há aqueles em que os pacientes acabam por recuperar parte do peso perdido e desenvolvem transtornos alimentares ou diversos comportamentos compulsivos. O presente artigo tem por objetivo compreender o sofrimento psíquico subjacente à obesidade, por meio de uma revisão bibliográfica de conceitos psicanalíticos freudianos que operacionalizam uma compreensão da dinâmica do funcionamento do aparelho psíquico, com ênfase nos conceitos de pulsão de morte, narcisismo e melancolia. A partir da análise do “Complexo da mãe morta”, de André Green, sustentamos a hipótese de que algumas obesidades seriam consequência de uma tentativa de superação de uma dor melancólica, um luto que não pode ser elaborado, relacionado a uma perda narcísica.
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