This essay discusses some key ideas and debates about urban studies in Brazil, considered historiographically, from the mid-1900s to the present. It presents the main components and particularities of what emerges as the Brazilian matrix of urban studies, interrogating the most influential work in the field with the country’s own experiences of industrialisation and urbanisation. It discusses some key urban debates of the 21st century, namely new planning models associated with globalisation, global mega-events, public–private partnerships, inner-city gentrification, housing and city financialisation, rising forms of urban warfare and social control in slums (favelas), and new activisms and urban insurgencies. Through this analysis, we point to contradictions and tensions in relation to European and North American urban theory, calling for the need to formulate new categories and hypotheses to better understand the unequal and extreme processes resulting from violent expansion of capitalist relations over the entire planet, and comment on the new practices and forms of social mobilisation emerging from turbulent contexts.
Este artigo analisa conflitos e articulações por trás da transformação de uma antiga área alagadiça, as várzeas do rio Pinheiros, em uma das regiões mais valorizadas de São Paulo e, atualmente, sua fachada globalizada. O texto discute, particularmente, os nexos que se constituem, nas últimas décadas, entre a financeirização global da economia e os arranjos específicos que se configuram em São Paulo; entre mecanismos supostamente avançados - como operações urbanas, Cepacs e fundos de investimento imobiliário - e formas típicas de acumulação primitiva, nas quais força, fraude, opressão e pilhagem são exibidas de modo recorrente; entre "a cidade própria" das elites e a cidade dita clandestina, que ocupa beiras de córrego, encostas de morros, margens de represas. Tomo como referência três ícones dessa paisagem urbana: uma ponte estaiada, imagem-síntese da cenografia da "nova cidade"; um gigantesco emprendimento murado, que mescla residência, comércio de luxo e escritórios; e um complexo empresarial com torres de escritório e hotel, interligados por um shopping subterrâneo.
RESUMO O presente artigo tem dois objetivos: 1) precisar conceitos que estão envolvidos na relação entre o mercado imobiliário e a financeirização da acumulação de capital; e 2) aprofundar a reflexão sobre as contradições existentes no tratamento da terra como puro ativo financeiro. Sempre que possível, exemplos concretos serão trazidos para ilustrar esse esforço conceitual.
A antiga estação de trens Júlio Prestes, concebida para ser a porta de entrada da cidade do café, foi inaugurada apenas em 1938, depois da crise de 1929, e permaneceu esquecida por longo tempo. Somente agora, quando é convertida em uma moderna sala de concertos, a estação parece viver seu apogeu. Sede da nova Orquestra do Estado, modernizada pelo maestro Neschling, a Sala São Paulo é atualmente o maior símbolo das novas intervenções em cultura na cidade. Rodeada por uma zona urbana degradada, a chamada “ Cracolândia" a Sala São Paulo nasce como aparente sinal de civilização em meio à barbárie e pretende transformar todo seu entorno. Mais que isso, a sala é anunciada como o ponto de inflexão de uma “ grande virada” na área central: desencadeando, juntamente com outros investimentos culturais, um “ efeito dominó” de revalorização e retomada dos negócios imobiliários. As relações entre Estado e setor privado, entre alta cultura e mercado imobiliário, a disputa territorial que se configura com a tentativa de retomada do centro pelas elites e seu suposto projeto civilizatório permeiam a história da Sala São Paulo e são investigadas neste artigo
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