Aos bons caminhos e aos passos em falso que firmaram minha pisada. Às perguntas mal feitas, refeitas, rarefeitas.Ao grupo Mulheres em Discurso, pela vontade de fazer coletivamente, ousadia, empolgação e amizades.
Resumo:O trabalho analisa a construção discursiva dos estereótipos de mulheres negras no Brasil, com foco na discriminação da figura da empregada doméstica. Com base na teoria da Análise de Discurso, filiada às pesquisas que têm como principal autor Michel Pêcheux, em diálogo com a produção teórica da socióloga feminista negra Lélia Gonzalez, o corpus da pesquisa é composto por textos veiculados nos meios de comunicação brasileiros em torno de duas polêmicas com repercussão significativa em 2013: a aprovação da PEC 66-2012, apelidada " PEC das empregadas domésticas" , projeto que estendeu aos empregados domésticos direitos já garantidos aos demais trabalhadores formais no país, e o programa federal "Mais Médicos", que tem como objetivo contratar médicos para atuarem em cidades com carência no serviço básico de saúde. O enunciado que provoca as análises foi a declaração nas redes sociais de uma jornalista sobre o programa "Mais Médicos": "Me perdoem se for preconceito, mas essas médicas cubanas têm uma cara de empregada doméstica. Será que são médicas mesmo?". Perguntamo-nos sobre como são construídos historicamente os sentidos para a designação "cara de empregada doméstica", percorrendo redes de memórias em que os corpos das mulheres negras são significados (e disputados em seus sentidos) nos discursos da escravidão e do colonialismo, da construção da identidade nacional no mito da democracia racial e dos movimentos sociais contemporâneos de mulheres negras. Considerando que a luta ideológica se dá também no terreno da linguagem, disputando os significantes e produzindo regimes de enunciabilidade e visibilidade, analisamos também os deslocamentos e equívocos que afetam essa designação nas condições atuais de produção e circulação dos discursos sobre "empregadas domésticas" no espaço público e político brasileiro. Palavras-chave: ideologia, contradição social, racismo, resistência, subjetivação Résumé :Ce travail analyse la construction discursive des stéréotypes de femmes noires au Brésil, en mettant l'accent sur la discrimination de l'image de la femme de ménage. Nous nous basons sur la théorie de l'Analyse du Discours, mise en dialogue avec la sociologue féministe noire Lélia Gonzalez. Le corpus de recherche est constitué à partir de certains textes diffusés dans les médias brésiliens autour de deux polémiques ayant eu un impact significatif en 2013 : d'une part, l'approbation de la loi qui a élargi aux femmes de ménage des droits qui étaient déjà assurés à d'autres travailleurs formels du pays; d'autre part, le programme du gouvernement national ayant pour objectif d'embaucher des médecins pour travailler dans des villes dépourvues de ce service fondamental de santé. L'énoncé qui motive les analyses est la déclaration publiée par une journaliste dans les réseaux sociaux: «Pardonnez-moi si c'est un préjugé, mais ces femmes médecins cubaines ont des têtes de femmes de ménage. Est-ce que ce sont vraiment des médecins?». Nous nous demandons donc quel est le visage d'une femme de ménage, en parcourant les réseaux ...
Um presidente, uma conta no Twitter e muitas polêmicas em torno da denominada “ideologia de gênero”. Tomamos aqui o caso do Golden Shower, no período do carnaval de 2019, como acontecimento que, analisado numa rede de memória, propicia reflexões sobre a produção da verdade na contemporaneidade e a discursivização do sexo na sua relação com a política e com a moral, na qual o medo ocupa um papel preponderante. Atravessados pela onda dos discursos de ódio, esses funcionamentos discursivos ainda se relacionam ao modo de enunciar no digital em tensão com a política institucional e os funcionamentos da figura enunciativa do porta-voz, afetando o que pode e deve dizer um presidente.
A CAPES/SPU, pelo financiamento de meu intercâmbio com a Universidade de Buenos Aires.À Profª. Mónica Zoppi Fontana, pelas excelentes aulas no IEL, pela orientação e comentários preciosos para o andamento do trabalho aqui apresentado.À Profª Maria da Conceição Fonseca Silva, pelas sugestões quando da qualificação.À Profª Lucília Maria Sousa Romão, por suas contribuições na qualificação e na banca de defesa.À Profª Ângela Araújo, pelas discussões teóricas e experiência do fazer acadêmico coletivo no Grupo de Gênero da ITCP-Unicamp, pelas aulas no IFCH, pela aceitação em compor a banca e dialogar com outra área de conhecimento.À Profª Cláudia Regina Castellanos Pfeiffer, pela disponibilidade em compor a suplência da banca.Ao Prof. Sírio Possenti, pelas aulas instigantes no IEL, por suas leituras atentas de minhas resenhas e ensaios, por ensinar a reescrita.
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