Este artigo analisa, de uma perspectiva evolucionária e interdisciplinar, critérios de escolha de parceiros heterossexuais com base no fator idade. A pesquisa em que se fundamenta focaliza um total de 3.000 proclamas de casamento publicados no jornal Diário de Notícias de São Paulo, em setembro e outubro de 1996. A publicação de proclamas é um requisito formal para a legalização de uma união civil. Os homens, de modo geral, preferiram casar-se com parceiras mais novas que eles, aumentando essa diferença de idade à medida que se situavam em faixas etárias mais avançadas. A única exceção ficou por conta daqueles que se casaram muito jovens, com menos de 20 anos, que buscaram parceiras um pouco mais velhas que eles próprios. As mulheres jovens, por sua vez, casaram-se com homens mais velhos, mas esta tendência diminuiu com o aumento da idade, chegando a se inverter nas faixas de idade mais avançada. De forma geral, o padrão de preferência pela idade do parceiro contraria a regra da atração pelo similar, um dos princípios de seleção de parceiros melhor estabelecidos, mas é compatível, grosso modo, com os pressupostos da teoria evolucionária.Palavras-chave: seleção de parceiros, evolução, estratégias reprodutivas.
We report a case of gender dysphoria (GD) in a 62-year-old genetic female patient, raising the pros and cons of performing corrective surgery later in life. This 46,XX DSD patient was registered and reared as a girl; CAH was diagnosed late in childhood. Poor adherence to treatment and lack of proper psychological management contributed to evident GD. Living for years as a male, the patient applied for a legitimate male identification document in his late 50s; thereafter, he requested a sex-reassignment surgery "to disguise his female body upon his death." We informed the patient and family about surgery hazards, while analytical therapy allowed the group to evaluate the actual wish for surgery. When the wish was brought up, the role of death urged the group to rethink the course of treatment. During the process, it became clear that the patient's desire for surgery, more than a wish for changing the genitalia, expressed an impulse related to issues of endorsement and acceptance of his male identity. This report raises interesting questions about sexuality in a social context and prompts the idea that sexuality is broader than sex itself, raising new questions on the psychological risks faced when considering a body change after years of living with a disorder of sex development.
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