Neste artigo, a análise se fundamenta no nível narrativo do percurso da produção de sentido e explora o conceito de paixão (LARA e MATTE, 2009) para formular a hipótese de que o agente do bullying pode ser identificado por um perfil patêmico, cuja satisfação ou realização tem como meta estimular a abulia ou ausência de um querer no outro; neste caso, o bulizado. O trabalho analisa uma ocorrência verídica de bullying contra uma pessoa com deficiência visual e aponta para paixões como malevolência, em relação ao bulizador (ou bulidor), e decepção, frustração e resignação, em relação ao bulizado (ou bulido), paixões que são identificadas, intradiscursivamente, nesta reflexão que problematiza o tema do (des)empoderamento da pessoa com deficiência e o bullying.
A audiodescrição (AD) é uma modalidade de tradução audiovisual que visa atender a necessidade sensorial de pessoas com deficiência visual, possibilitando-lhes obter pela palavra a informação visual que é obtida pelo sentido da visão. Quanto às pesquisas nacionais sobre AD, XXXX (2014) desenvolveu um modelo de análise – denominado Modelo Semiótico Sistêmico-funcional de XXXX (MSSFA) – para auxiliar na formação de profissionais da área, os audiodescritores. O MSSFA resulta da interface entre o modelo semiótico sistêmico-funcional de O’toole (1990, 1994, 1995, 2011), os estudos sobre AD de De Coster e Mühleis (2007), de Holland (2009) e de Magalhães e Araújo (2012). A aplicação do MSSFA na formação de audiodescritores demonstrou que este não dá conta das questões linguísticas da AD, dado que busca apenas oferecer parâmetros de letramento visual. O presente artigo identifica uma carência de trabalhos que observem a construção da textura da AD de obras de arte e, nesse sentido, objetiva contribuir com a produção textual que decorre da leitura e interpretação da imagem. Trata-se de um estudo de caso que parte de uma obra de arte (Frida y Diego Rivera, pintado por Frida Kahlo em 1931) e dois roteiros de AD descrevendo a referida pintura (um roteiro produzido por um audiodescritor iniciante e sua versão corrigida por um audiodescritor experiente). A obra de arte é analisada a partir do MSSFA, ao passo que os dois roteiros de AD são analisados a partir do Recurso de Periodicidade (MARTIN, 1992, MARTIN; ROSE, 2007) da Linguística Sistêmico-funcional (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2014).
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