Este artigo objetiva analisar a forma como a Educação Popular (EP) tem contribuído na reorientação das práticas e da política de saúde no Brasil. Trata-se de um trabalho de sistematização da reflexão teórica que vem acontecendo nos debates do movimento brasileiro de educação popular em saúde, iniciado na década de 1970, quando várias experiências de saúde comunitária começaram a ser organizadas, como parte do movimento de resistência à ditadura militar, buscando fortalecer a organização e a consciência crítica da sociedade civil. Nesse processo, muitos profissionais de saúde aproximaram-se da prática e da teoria da EP. Estas experiências criaram importantes referências práticas e teóricas para o processo de reforma do sistema de saúde iniciado na década de 1980. Com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), a EP passou a orientar as atividades de muitos serviços e, posteriormente, a construção de formas de gestão mais participativas da política de saúde. Há um progressivo reconhecimento da importância da EP para a construção de uma integralidade mais radical na assistência à saúde e de uma promoção da saúde que contribua no fortalecimento da democracia e da justiça social. Assim, em 2013, foi aprovada a Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEP-SUS).
RESUMO A situação prisional brasileira no tocante às questões de gênero e à violação dos direitos humanos apresenta-se como uma problemática importante a ser aprofundada e discutida, principalmente, tendo em vista conhecer a experiência vivenciada pelos sujeitos que sofrem esse tipo de violência institucional e social. Nesse sentido, a presente pesquisa teve como objetivo compreender os sentidos atribuídos pelas mulheres às visitas carcerárias feitas na Unidade Prisional Desembargador Flósculo da Nóbrega (Róger), em João Pessoa-PB. Para atingir os objetivos do estudo foi desenvolvido uma pesquisa qualitativa por meio de seis entrevistas semiestruturadas norteadas pelas seguintes questões: a motivação à visita e os sentimentos durante e após a visita, além da descrição de como elas ocorrem. Por meio da redução fenomenológica, identificaram-se nas falas das participantes os seguintes aspectos: vínculo afetivo; cuidado como responsabilidade feminina; desgastes na preparação para a visita; experiências na revista carcerária e extensão da pena. Assim, foi possível observar como o sentimento de afeto pelos apenados influencia no sentido que as visitas têm para as mulheres participantes. A dimensão do cuidado como responsabilidade feminina pôde ser observado nas falas de cuidado com a saúde do detento, e o sentimento de responsabilidade pela realização das visitas. A revista carcerária mostrou-se como principal gatilho para sentimentos negativos no tocante aos métodos de revista, aos agentes penitenciários e ao sistema carcerário. As visitas ao cárcere se revelaram difíceis e desconfortáveis, apresentando alguns aspectos de violação aos direitos humanos. Entretanto, se mostraram necessárias devido aos vínculos com o apenado e aos papéis sexistas de gênero que atribuem às mulheres a função de cuidar. Os resultados apresentados convergem e corroboram com outros estudos desenvolvidos sobre o sistema carcerário, e, ao mesmo tempo, traz novos elementos com relação às vivências de mulheres em suas visitas ao cárcere.
A escuta e o diálogo são ferramentas importantes e necessárias no processo da atenção em saúde, principalmente, se considerarmos os princípios, diretrizes e políticas que norteiam o modelo de atenção, viabilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O projeto de extensão universitária "Para Além da Psicologia Clínica Clássica" tem como fundamentos norteadores a Psicologia Humanista, desenvolvida por Carl Rogers e a Educação Popular, preconizada por Paulo Freire, nos quais a escuta e o diálogo são destacados. Este estudo objetivou analisar os processos construídos pelo projeto, identificando sua contribuição no âmbito da atenção primária à saúde, especialmente, no tocante a questão da escuta sensível. O estudo está vinculado a uma pesquisa qualitativa desenvolvida a partir de uma pesquisa-ação realizada em uma comunidade periférica da cidade de João Pessoa-PB. Os dados foram coletados através dos seguintes instrumentos e técnicas: registros no diário de campo, oriundos da observação participante feita entre 2002 e 2013 e também de outras fontes documentais relativas às experiências no projeto. Além disso, foram utilizados dados de quatro entrevistas semiestruturadas. A partir da sistematização da experiência pode-se evidenciar que a escuta sensível e profunda orientando o diálogo no cuidado em saúde foi uma categoria central. A escuta sensível e profunda foi fundamental para o diálogo estabelecido no processo de cuidado em saúde
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