ResumoEstudo sobre a comemoração funerária das mulheres em Atenas a partir dos epigramas. Trata-se de explorar a hipótese de que os contextos funerários, como espaços de 'publicização' e de exposição, mostram uma relação positiva da comunidade políade com as mulheres, através da valorização de temas como o das relações de philia e da recorrência de elogios derivados da tradição épica, em épocas anteriores destinados apenas aos elogios fúnebres masculinos. Discute-se essa positividade sob a ótica da tese de Vernant sobre a forte conexão entre espaço público e identidade política, concluindo que a apresentação feminina em espaços funerários pode ser concebida como uma das formas pelas quais a sociedade políade representa sua identidade, ultrapassando o quadro restrito dos valores cidadãos. Palavras-chave: epigramas funerários; história das mulheres; Atenas clássica.
AbstractThis paper analyses the funerary celebrations of women in Athens, focusing particularly on Attic epigrams. It explores the thesis that funerary contexts, viewed as 'publicizing' and exposing spaces, highlight a positive relation of the polis community towards its women, by means of the valorization of question such as philia relationships and the recurring epic traditional eulogies, which formerly applied only to men. I seek to discuss this positivity, drawing on Vernant's thesis of a strong connection between the public space and political identity, arguing that female presentation in funerary spaces can be conceived as one of the ways by which polis society represents its identity, moving beyond the restrictive frame of citizen values.
Neste artigo, discutimos as potencialidades teórico-metodológicas dos estudos de gênero na perspectiva da História Comparada. A partir da análise de enunciações dos mitos de Pandora e Eva, focalizamos uma problemática do gênero associada à tematização do corpo e do casamento na Atenas Clássica (apropriações das narrativas do mito de Pandora por Hesíodo) e no Reino de Portugal em fins do medievo, analisando como a diferença é significada, questionada e legitimada nestes dois contextos históricos distintos.
(1974), em que a cidade é examinada segundo o crivo da vida cívica.
Em Flesch and stone: the body and the city in Western civilization,Sennett retoma, com mais força, temas e abordagens que não são propriamente inéditos em sua obra, mas se apresentam aqui concentrados para trazer à tona o espaço social que produz a própria cidade. Ao constatar que a prática do espaço urbano no mundo contemporâneo promove o individualismo e o apaziguamento dos encontros corporais, ele sugere que a história da cidade, tecido pela experiência corporal das pessoas (p. 15), pode trazer luz para melhor compreender a situação atual.Esteenfoque nos atrai a atenção sob vários aspectos, mas em especial por incidir sobre corpo e cidade, ao pontuar uma história da produção do espaço urbano no Ocidente a partir da experiência (humana) corporalmente expressada/mobilizada. Uma história tão bizarra quanto sua narrativa, que não privilegia tipos de fontes, nem pretendetraçar o começo, o meio e o fim.
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