O papel nuclear da didática é oferecer conhecimentos que instrumentalizem os professores para a realização da atividade de ensino de conteúdos escolares. Com a finalidade de colaborar para a produção desses conhecimentos, apontamos, neste texto, algumas contribuições que a interação entre os estudos da Didática e da Teoria Histórico-Cultural pode oferecer aos professores. Apresentamos alguns princípios didáticos e ações docentes que, tendo sido objetos de investigação em experimentos didáticos, mostraram-se favoráveis à promoção da aprendizagem conceitual dos estudantes na perspectiva de formação do pensamento teórico.
Neste trabalho são analisadas situações de ensino e aprendizagem em busca de evidências da relação entre o desenvolvimento do pensamento dos estudantes e a forma pela qual o conhecimento é organizado e ensinado na escola. As análises estão fundamentadas em discussões de autores da Teoria Histórico-Cultural acerca dos conceitos cotidianos e científicos, bem como sobre a relação entre pensamento e linguagem. Os dados empíricos foram obtidos durante a realização de um projeto com alunos da quarta série do ensino fundamental de uma escola pública do município de Maringá, no qual foi desenvolvido o tema alimentos, no que se refere à produção e conservação, envolvendo também aspectos da industrialização e da tecnologia. No decorrer do projeto, perseguimos a aprendizagem conceitual, tendo como fundamento que a mediação docente deve concorrer para que os conhecimentos prévios sejam transformados em científicos. Nos episódios de ensino analisados neste trabalho, observamos o movimento do pensamento dos estudantes, desencadeado por situações-problema que lhes permitiram transitar entre o conceito espontâneo e o científico.
RESUMOEste artigo tem como objetivo discutir a apropriação da linguagem escrita, especificamente no que se refere à ortografia, como uma aprendizagem conceitual. O trabalho se orienta pelo referencial de autores da Teoria Histórico-Cultural, sobretudo os estudos sistematizados por Leontiev (1983) no texto "Questões psicológicas da teoria da consciência", no qual analisa processos psíquicos, como atenção e percepção, necessários à apropriação de conceitos em atividades de ensino. Com a realização da pesquisa, foi possível explicitar a conscientização dos conceitos pelos estudantes como um dos aspectos que podem contribuir para a compreensão e o encaminhamento didático-metodológicos do ensino do conteúdo da linguagem escrita, nas quatro primeiras séries do ensino fundamental. Palavras-chave: escrita, ortografia, aprendizagem, ensino fundamental.
Este artigo apresenta resultados de uma pesquisa que teve como objetivo investigar concepções, práticas e perspectivas de avaliação da aprendizagem conceitual em contexto escolar. Mediante estudos bibliográficos e entrevistas, buscou-se analisar a avaliação em três âmbitos: nas produções teóricas contemporâneas, nos documentos educacionais e nas concepções e práticas avaliativas de professores das séries iniciais do ensino fundamental. Na análise dos dados identificou-se profunda semelhança entre as concepções de avaliação presentes nos três âmbitos investigados. Neles evidencia-se a preocupação em romper com uma prática de avaliação autoritária, seletiva e realizada ao fim do processo de ensino. Buscando-se a implementação de formas de avaliação mais democráticas e comprometidas com a aprendizagem do aluno, são propostas novas formas de avaliação, como a diagnóstica, contínua e formativa. Para que se possa avançar nessas propostas faz-se necessário aprofundar estudos na compreensão do próprio processo de aprendizagem conceitual. Com a intenção de encontrar subsídios teórico-metodológicos que possam embasar a ação docente na prática avaliativa, buscaram-se inferências em teorizações feitas por Vygotsky e Leontiev acerca da formação de conceitos, tendo em vista o conteúdo que deve ser externalizado pelo aluno como indicador de sua aprendizagem.
Tendo em vista as relações entre ensino, aprendizagem e desenvolvimento humano, apontadas pela Teoria Histórico-Cultural, consideramos que a articulação entre essa teoria e a Didática permite a produção de conhecimentos que pode instrumentalizar o professor na atividade de ensino. Essa articulação, no entanto, é ainda incipiente nas pesquisas no campo da Didática Geral. Com o objetivo de compreender as razões da falta de diálogo entre esses dois campos, buscamos reconstruir e analisar as discussões que marcaram a Didática no Brasil, da década de 1970 ao início deste século, permeando esse histórico com a chegada da Teoria Histórico-Cultural em terras brasileiras. Por meio desta análise, identificamos que nas últimas décadas houve um recuo da Didática nas discussões sobre o ensino e a incorporação de “novos temas” em sua pauta, influenciada pelas políticas educacionais neoliberais e pela pós-modernidade. A diminuição do interesse investigativo na organização didática do ensino de conceitos científicos coloca a Didática numa perspectiva que se distancia do repertório teórico que a Psicologia Histórico-Cultural tem a oferecer.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.