Este artigo trata de um traço cultural brasileiro conhecido como “jeitinho brasileiro” ou simplesmente “jeitinho” e de sua interface com a Administração Pública. O objetivo foi o de confrontar as visões de diferentes autores que já trataram do assunto e procurar entender se o jeitinho poderia ser considerado uma saída válida e aceitável para resolução de problemas dentro da Gestão Pública ou se, pelo contrário, poderia configurar-se como uma violação de um dos princípios da Administração Pública, o da impessoalidade. Metodologia: foi realizado levantamento da literatura existente nas bases de dados do Portal Periódicos Capes, Scielo e BDTD, tendo sido aplicados os seguintes descritores: “jeitinho brasileiro”, “traços culturais”, “formalismo”. Resultados: foram encontradas 27 obras a respeito do tema, abrangendo 38 diferentes autores. Pontos positivos foram apontados pelos autores como relacionados à prática do jeitinho - como flexibilidade e criatividade - bem como fatores negativos foram levantados - como a falta de objetividade e o seu caráter individualista. Não foram computados quantitativamente os fatores positivos e negativos uma vez que se tratou de uma análise qualitativa e, frequentemente, os conceitos de positivo/negativo divergem em relação ao contexto. Conclusão: de uma forma geral, entendeu-se que o jeitinho pode ser considerado um produto do formalismo e, quando aplicado como mecanismo de resolução de problemas, pode caracterizar violação do princípio da impessoalidade, bem como pode encobrir a raiz dos problemas, uma vez que se ocupa de resolver situações pontuais. (Trabalho de conclusão de Pós-graduação Especialização em Gestão Pública pela UAB-Unifesp).
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.