A tilápia é considerada um dos peixes mais difundidos e cultivados no mundo, principalmente pelo seu rápido crescimento, alta prolificidade, rusticidade e excelente aceitação de mercado. Na piscicultura, os animais cultivados de forma intensiva não consomem prontamente toda ração disponível nos tanques de cultivo. Como consequência, a lixiviação dos nutrientes e excretas dos animais vão para o sistema aquático gerando excesso de formas de estruturas químicas, principalmente relacionadas aos elementos N e P, que são prejudiciais ao sistema de cultivo de peixes. Entretanto, tais efluentes gerados representam um aporte rico em nutrientes essências para o crescimento vegetal, e, portanto, ações voltadas para melhorar a produção agrícola podem ser implementadas para produção de alimentos de modo sustentável, como exemplo, a fertirrigação. Nesse sentido, o presente projeto visa avaliar o desempenho da fertirrigação na produção de cenouras irrigada com efluentes da criação de tilápia como integração de práticas e modelos produtivos que possibilitem a diversificação de atividades no meio rural e aprimoramento dos sistemas de produção. Os ensaios experimentais estão em andamento, com 30 dias após semeadura, na Unidade Didática de Piscicultura, Pesquisa e Produção de Peixes de Cordeiro (UDPPPC) da FIPERJ. Os canteiros de cenouras estão sendo irrigados com água da criação de tilápia em sistema de recirculação e água de poço tubular semi-artesiano. Semanalmente, os parâmetros físico-químicos da água são coletados e registrados para análises posteriores. Ao término do ciclo de produção da cenoura, serão avaliadas a biomassa total dos canteiros, o peso, diâmetro e comprimento unitário, e realização da análise bromatológica e de betacaroteno da cenoura dos diferentes grupos experimentais.

Métodos de produção baseados em sistemas integrados podem ser capazes de reduzir impactos ambientais, além de ampliar a eficiência produtiva do meio rural, sendo uma estratégia racional na utilização dos recursos hídricos. O excesso do fornecimento de ração como alimento e as excretas dos peixes são os principais fatores causadores da deterioração da qualidade da água. A lixiviação desse sistema representa uma ameaça aos corpos hídricos naturais, por estarem com excesso de diversas formas de estruturas químicas, principalmente relacionadas aos elementos N e P, que são prejudiciais aos peixes. Assim, para reduzir a carga de poluentes liberados na piscicultura, é necessário que o efluente gerado passe por um processo de tratamento. Tais estruturas químicas, no entanto, são elementos nutritivos essenciais para o desenvolvimento vegetal. As macrofitas aquáticas vêm sendo utilizadas na piscicultura a fim de mitigar os efeitos da eutrofização das águas, por possuírem a capacidade de biorremediar e fitorremediar águas eutrofizadas utilizando a rizofiltração, processo que remove o excesso de nutrientes e contaminantes pelas raízes do vegetal. Além de melhorar a qualidade da água, as macrófitas aquáticas podem ainda servir de alimento para os peixes. Com o intuito de promover estratégicas sustentáveis de produção, encontra-se em andamento no Colégio Estadual Agropecuário de Itaperuna um experimento que tem como objetivo avaliar a capacidade das macrófitas aquáticas na filtragem do efluente da piscicultura, bem como a inserção das plantas como alimento nutritivo e alternativo na criação de tilápia. Através desse processo de reciclagem de nutrientes, espera-se restabelecer melhorias na qualidade da água e diminuir custos de produção.