O cenário pandêmico é tomado à análise neste artigo com foco no campo educacional e nas transformações e desafios enfrentados pelas escolas de Educação Básica. Com o objetivo de analisar as tensões pendulares entre suspensão e retorno das aulas presenciais no estado do Amazonas nos primeiros meses da pandemia de Covid-19, o artigo retraça a governança educacional no primeiro semestre de 2020. A partir da Sociologia da Ação Pública, demonstramos: as principais consequências da pandemia sobre a educação; a complexa teia de governança educacional em tempos de pandemia; e as lutas por hegemonia a partir dos movimentos entre suspensão e retorno presencial das aulas nas escolas do Amazonas.

Resumo Com o objetivo de analisar o desenho da governança educacional para a Educação Básica, que se materializou no primeiro ano da pandemia de Covid-19, no Amazonas, o artigo retoma e analisa as tomadas de decisões do poder público sobre as redes municipal e estadual de ensino da capital e do estado, entre março de 2020 e fevereiro de 2021. A partir da Sociologia da Ação Pública, e de uma abordagem qualitativa, o estudo que serve de base para esse artigo – levado a cabo por pesquisadoras da área da Educação da Universidade Federal do Amazonas, a partir de uma revisão integrativa da literatura especializada, de mapeamento e de análise das ações das secretarias de Educação de Manaus e do Amazonas – reconstruiu os caminhos consolidados no campo educacional em um dos epicentros da pandemia no país. Os dados são reveladores da complexa teia de agentes públicos e privados que engendram a governança aqui investigada, das tensões entre as idas e as vindas em torno da retomada das aulas presenciais, bem como dos modelos de ensino alternativos para o cenário pandêmico e do aprofundamento das parcerias público-privadas.

O artigo toma à análise o Sistema de Avaliação do Desempenho Educacional do Amazonas (SADEAM). Com o objetivo central bifurcado em compreender a constituição histórica e política do SADEAM e seus principais impactos para os distritos de Manaus, este artigo situa-se na Sociologia Política da Educação e, com uma abordagem quanti-qualitativa, faz uso dos dados secundários dos resultados do SADEAM entre 2011 e 2015. O estudo acabou por apontar uma interdependência entre sistemas de avaliação educacional nas ordens internacional, nacional, estaduais e municipais; além disso foi possível situar o SADEAM no macrossistema de avaliação da educação brasileira, bem como compreender seus sustentáculos e refletir, a partir dos resultados dos distritos manauaras, sobre os desdobramentos das avaliações externas para o cotidiano escolar.

Analisa as ações de integração de novos estudantes ao ambiente universitário, desenvolvidas na Faculdade de Educação da Universidade Federal do Amazonas, ancorando-se no debate atual sobre o processo de transição do ensino médio à educação superior no Brasil. A metodologia, de abordagem qualitativa, sustenta-se em referenciais teórico-metodológicos da pesquisa em educação, dialogando com estudos de juventude. Os dados resultam de revisão bibliográfica e análise de documentos. Os resultados apontam queo processo de integração de novos estudantes nos cursos de graduação instigarum debate multidimensional que considere aspectos estruturais que permeiam o contexto de expansão do acesso à educação superior; aspectos institucionais que se expressam em diferentes graus de produção de suporte aos jovens recém ingressos na educação superior; além da indispensável discussão no campo das subjetividades. Na experiência institucional explorada no estudo, observa-se um esforço de integração articulado sobre princípios de deliberação coletiva, participação de diferentes atores e continuidade. Experiência que pode ser favorecida pela inserção de processos de escuta dos jovens.