Este texto pretende identificar aspectos da educação das crianças de zero a seis anos, no Asilo dos Expostos da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, de 1896 até 1950. Para tanto, foram consultados os Relatórios dos Mordomos dos Expostos. O texto trata inicialmente das propostas para os bebês, e posteriormente das propostas para as crianças de três a seis anos. Em relação aos bebês, o aspecto mais importante foi o fato de as crianças não serem mais entregues às amas para serem criadas, permanecendo no berçário, que foi fundado em 1936. Com relação às crianças maiores, desde o início do século identifica-se a existência do jardim-de-infância, que irá também se renovar na década de 1940, com a chegada de profissionais ligadas à secretaria estadual de educação. As propostas e as concepções pedagógicas existentes na sociedade se manifestam nas funções educacionais do asilo.
O trabalho discorre sobre a elaboração da Base de Dados do "Boletim Interno da Divisão de Educação, Assistência e Recreio", da Secretaria de Educação e Cultura do Município de São Paulo, publicação mensal que circulou nos Parques Infantis paulistanos no período de 1947 a 1957. A criação da base justifica-se pela necessidade de se sistematizarem informações sobre a estrutura e a organização do Boletim Interno e identificar tendências educacionais e temas enfocados. Tornou-se orientação o princípio de que a definição dos campos de registro não deve ocorrer, a priori, sem um exame prévio da publicação. Considera-se a base como um primeiro processo de análise que, para prover elementos para a pesquisa, precisa ser composta por campos analíticos adequados às especificidades da publicação, ultrapassando a formalidade de registros.
Editorial Escola Em FocoNo quadro da discussão sobre a Base Nacional Comum Curricular, este número de Cadernos de Pesquisa traz importantes contribuições à reflexão. A seção Tema em Destaque reúne sete artigos sobre a questão do conhecimento escolar, referenciados em diferentes perspectivas teóri-cas, sobre os quais há qualificada apresentação dos seus organizadores, Roberto Rafael Dias da Silva e Cláudia Valentina Assumpção Galian. A escola continua em exame na seção Artigos.
Ao público leitor, Convidamos à leitura deste primeiro número de 2015. Há novidades na estrutura, pois optamos por não publicar a seção Tema em Destaque, nesta edição. Com isso, alterou-se o nome da seção chamada Outros Temas, que passa a ser intitulada Artigos. A revista inicia com o texto de Márcia Denise Pletsch, que trata de pesquisa na área da educação especial, com alunos com deficiência múltipla e suas professoras. Há reflexões importantes não apenas relacionadas ao tema, mas também à metodologia da pesquisa, às políticas e às condições de trabalho do professorado, à pedagogia e às propostas educacionais. Ana Margarida da Veiga-Simão, Lourdes Maria Bragagnolo Frison e Rejane Flor Machado são as autoras do artigo seguinte, que se ocupa do gênero discursivo resumo, analisando textos de candidatos ao mestrado, indicando estratégias para a autorregulação da aprendizagem, no desenvolvimento da escrita de textos acadêmicos e no domínio de informações e conhecimento. Em seguida, temos dois artigos que se ocupam da metodologia de pesquisa e dos cuidados necessários no desenvolvimento das investigações. Wanda Maria Junqueira de Aguiar, Júlio Ribeiro Soares e Virgínia Campos Machado discutem a dimensão histórico-dialética da proposta metodológica dos núcleos de significação, a consistência dos procedimentos e das interpretações. Elena Maria Mallmann discorre sobre a
O artigo investiga o interesse pelo estudo social e histórico da meninice nos textos escritos por Gilberto Freyre, durante seus anos de formação. Indica-se a apropriação da New History, que articulava história antropologia e cultura, assim como do ChildStudy, na psicologia, oriunda dos seus estudos na Universidade de Colúmbia. Analisam-se as suas considerações sobre uma sociologia do brinquedo e a história da meninice, e sobre a criança e a vida social no Brasil. Considera-se que, ao lado do olhar atento para temáticas desprezadas nos estudos da sociedade, o posicionamento do autor marcava-se por uma apropriação acrítica e seletiva das fontes, pelo conservadorismo e pela naturalização das relações raciais e sociais.
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