Esta pesquisa qualitativa surgiu da percepção de que diversos estudantes revelam em suas falas corriqueiras atribuições de variadas formas a respeito da matemática, não só enquanto matéria curricular, mas também enquanto algo que pode ser utilizado no dia-a-dia e que desperta emoções que podem ser boas ou ruins. A presente análise leva em consideração aspectos da ansiedade à matemática e da matofobia. O estudo foi realizado com alunos/as do quarto ano ensino fundamental de uma escola municipal de Olinda em Pernambuco, onde foi aplicada a técnica do brainstorming, que consiste em lançar o maior número de ideias ou relatos a respeito de certo tema. Nesse estudo o objetivo foi conhecer as representações sobre a matemática. A análise dos dados baseou-se na análise de conteúdo. Os resultados revelaram as seguintes categorias: atribuições positivas, atribuições negativas, conceito, metodológicas, aplicabilidade na matemática e outros. Constatou-se que a maioria dos/as estudantes não demonstraram indícios de que sofrem matofobia e/ou ansiedade diante da disciplina matemática.
Os/as educandos/as carregam de modo subjacente aos comportamentos diante da leitura as concepções que têm sobre ela. Essas representações podem mudar conforme novas vivências. Esta pesquisa parte da hipótese que discentes em atraso escolar agem passivamente frente à leitura por terem representações ancoradas em ideias negativas sobre ela, baseadas em experiências desagradáveis, dificultando a alfabetização. Essa conjectura originou o objetivo deste estudo: compreender as representações sociais de leitura elaboradas por oito estudantes – não alfabetizados e repetentes – de uma turma de correção de fluxo da rede municipal do Recife. Nessa perspectiva, adotou-se como referencial teórico-metodológico a Teoria das Representações Sociais (TRS) pela preocupação com a interrelação entre sujeito e objeto e como é construído o conhecimento do senso comum. Realizou-se um estudo de caso como estratégia metodológica de investigação-ação, com abordagem qualitativa e modalidade etnográfica. Os instrumentos de produção de dados foram a observação participante, para verificação das relações do grupo com a leitura, e as entrevistas, para averiguação das transformações das representações. O exame dos dados pautou-se na análise de conteúdo. Os resultados revelaram quatro categorias: concepções ancoradas em aspectos positivos, concepções ancoradas em aspectos negativos, concepções ancoradas na escolarização e concepções ancoradas no letramento. Verificaram-se transformações nas representações devido às novas experiências pedagógicas. No final do ano não havia indicadores ancorados em ideias negativas. Conclui-se que mudanças nas representações impactaram positivamente na aprendizagem. Este estudo deixa sua contribuição ao abordar as relações entre as representações de um objeto (leitura) e a sua aprendizagem (alfabetização), impulsionando reflexões sobre às colaborações da TRS à educação, atribuindo um olhar psicossocial ao processo educativo e às dificuldades presentes nesse percurso.
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