O sagrado e suas especificidades acompanham o homem desde tempos imemoriais. O contato com a natureza inóspita revelava um mundo animado de seres e de condições pouco favoráveis à sobrevivência do indivíduo, o qual, diante de forças descomunais, subjugava-se e se protegia a partir de rituais e de comportamentos padronizados. As civilizações antigas dedicavam grandes empreendimentos para o contato e a reverência ao seu mundo sagrado. As várias religiões que inauguraram a humanidade atravessaram séculos e continuam a determinar o modo de ver e de tratar as relações na sociedade. Houve um tempo em que se pensava que a religião e as formas do sagrado estariam em franca decadência, e que a ciência substituiria as crenças eternas. O crescente conhecimento daria lugar à racionalidade exacerbada e as crenças supersticiosas não teriam qualquer papel na sociedade. Durkheim, Weber, Freud, Berger, entre outros, dedicaram parte de seus estudos a fim de mostrar o valor da religião para o homem. Diante da importância que assume a experiência do sagrado, propomos uma discussão sobre ela e as expressões resultantes da reflexão histórica, sociológica, filosófica e científica. Essa proposta justifica-se, uma vez que a história mostra-nos que o mundo atual, desde o surgimento do pensamento científico até as altas performances tecnológicas, não serviram para livrar o homem do sagrado. Podemos notar o avanço das mais diversas formas de contato com o sagrado vivido no mundo atual a partir da liquidez das crenças no espaço urbano.
O presente artigo busca analisar o processo de entrada de pessoas na Ordem Terceira do Carmo em Vila Rica e em Mariana. Esse processo era extremamente criterioso, dividido em fase de avaliação dos candidatos, por parte da mesa administrativa. Entre ela estava o noviciado, um estágio de preparação que envolvia todas as etapas de devoção, orações, práticas e conhecimento da própria Ordem. Somente ao final de todo esse processo avaliativo os noviços eram reconhecidos como Irmãos Terceiros da Ordem do Carmo.
Resumo: A participação de leigos em associações religiosas no período Colonial foi de grande expressão, pois esses fiéis que, incorporados na Igreja eram constituídos como Povo de Deus se tornaram participantes efetivos da Igreja onde ela não podia exercer sua função. Em Minas Gerais, onde era expressamente proibida a fixação de Ordens religiosas couberam, então, aos leigos a divulgação e proliferação da fé Católica nesta Capitania. A Ordem Terceira do Carmo foi uma associação de grande destaque em Minas; ela, diferentemente das Irmandades, agrupava leigos que pertenciam, a elite mineira, constituída principalmente pelos mineradores e grandes comerciantes. No entanto, para participar da Ordem Terceira seus membros passavam por um processo seletivo, que incluída a limpeza de sangue, isto é, somente pessoas brancas e de condição social elevada poderiam pleitear uma vaga nesta corporação.
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