O presente artigo tem como objetivo analisar diferentes possibilidades teórico-metodológicas para o historiador interessado em empreender uma pesquisa na área da História da Historiografia da Ciência. Valendo-nos de Magalhães, Guimarães, Martins, Prost e outros historiadores, buscamos não apenas problematizar os diversos desafios encontrados nesse tipo de investigação histórica, mas também refletir sobre possíveis caminhos metodológicos para o pesquisador. Nossos esforços sugerem que o trabalho no campo da História da Historiografia da Ciência não apenas proporciona experiências de historicização, mas também lança novas possibilidades de compreensão quanto ao desenvolvimento historiográfico da ciência.
RESUMOO presente texto tem por objetivo lançar luz sobre aspectos da relação entre o Cristianismo e a irrupção da Revolução Científica dos séculos XVI e XVII a partir da perspectiva de três pensadores que discutem o tema: Robert K. Merton, Klaas Woortmann e Edward Grant. Em contraposição ao que parte da literatura de divulgação científica sustenta, historiadores têm, cada vez mais, defendido a hipótese de que o pensamento religioso teria cumprido um papel fundamental na formação do conceito de "ciência moderna". Ao analisar parte das diretrizes teóricas desses três autores, buscamos evidenciar a complexidade e o caráter heterogêneo do debate. Influenciados pela sociologia weberiana, os dois primeiros argumentam, cada um a sua maneira, que o processo histórico intitulado "Revolução Científica" foi fruto da mudança de mentalidade trazida pela Reforma Protestante. Já Edward Grant defende a hipótese de que as raízes da "ciência moderna" se encontram nas elucubrações dos pensadores da Baixa Idade Média.
O sagrado e suas especificidades acompanham o homem desde tempos imemoriais. O contato com a natureza inóspita revelava um mundo animado de seres e de condições pouco favoráveis à sobrevivência do indivíduo, o qual, diante de forças descomunais, subjugava-se e se protegia a partir de rituais e de comportamentos padronizados. As civilizações antigas dedicavam grandes empreendimentos para o contato e a reverência ao seu mundo sagrado. As várias religiões que inauguraram a humanidade atravessaram séculos e continuam a determinar o modo de ver e de tratar as relações na sociedade. Houve um tempo em que se pensava que a religião e as formas do sagrado estariam em franca decadência, e que a ciência substituiria as crenças eternas. O crescente conhecimento daria lugar à racionalidade exacerbada e as crenças supersticiosas não teriam qualquer papel na sociedade. Durkheim, Weber, Freud, Berger, entre outros, dedicaram parte de seus estudos a fim de mostrar o valor da religião para o homem. Diante da importância que assume a experiência do sagrado, propomos uma discussão sobre ela e as expressões resultantes da reflexão histórica, sociológica, filosófica e científica. Essa proposta justifica-se, uma vez que a história mostra-nos que o mundo atual, desde o surgimento do pensamento científico até as altas performances tecnológicas, não serviram para livrar o homem do sagrado. Podemos notar o avanço das mais diversas formas de contato com o sagrado vivido no mundo atual a partir da liquidez das crenças no espaço urbano.
A controvérsia teórica que opõe continuístas a descontinuístas ocupa um lugar privilegiado dentro dos debates relacionados à História da Historiografia da Ciência. Mais do que uma polêmica contemporânea, essa disputa tem idade considerável; diferentes pensadores em distintas épocas dedicaram reflexões ao assunto, mobilizando categorias analíticas, tais como “ciência moderna”, a partir de seus respectivos contextos. Este artigo tem por objetivo analisar a historicidade dessa contenda, examinando a dimensão histórica de alguns dos elementos argumentativos que compõem ambas as tradições. Para tanto, selecionamos alguns pensadores que se debruçam sobre o tema e alinhamos nossa análise à abordagem histórico-conceitual. Concluímos que, embora os contornos dessa problemática teórica tenham se tornado mais visíveis no século XX, a tensão continuidade/descontinuidade pode ser vista como um desdobramento de concepções históricas muito mais antigas.
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