O artigo problematiza a construção do familismo no Brasil como elemento estruturante da política social na formação sóciohistórica brasileira. Destaca a necessidade de entender a vinculação orgânica entre política social e família para afrontar sua naturalização na esfera da proteção social. Ao recorrer à formação sócio-histórica observa repercussões do período colonial e imperial na configuração da cultura política na fase republicana. Aponta que tais repercussões incidem sobre a proteção social e revelam a posição estratégica da família no desenvolvimento do capitalismo. O recuo histórico é fundamental para explicar a arquitetura do familismo e demonstrar sua atualidade na estruturação da política social. Ressalta, ainda, que perdura no país uma concepção de família conectada às bases de sua formação social e econômica e com papel fundamental na reprodução ideológica da sociedade brasileira.Palavras–chave: Familismo. Política social. Formação sócio-histórica.FAMILISM AND SOCIAL POLICY: approaches with the bases of Brazilian socio-historical formationAbstractThe article discusses the construction of familism in Brazil as a structuring element of social policy in Brazil’s socio-historical formation. It highlights the need to understand the link between social policy and family to confront its naturalization in the sphere of social protection. By resorting to socio-historical formation, it is observed the repercussions of colonial and imperial periods in the configuration of political culture in the republican period. Such repercussions affect social protection and reveal the family's strategic position in the development of capitalism. The historical recap is key to explain the architecture of familism and to demonstrate its relevance in social policy. It is argued that persists in the country a concept of family connected to the basis of its social-economic formation and with a key role in the ideological reproduction of the brazilian society.Keywords: Familism. Social policy. Socio-historical formation.
O avanço do capitalismo alterou as relações de trabalho e novas demandas foram colocadas às famílias. A participação das mulheres no mercado de trabalho e os debates propostos pelo feminismo conferiu relevância às políticas de conciliação entre trabalho e família. Este trabalho busca pontuar aspectos referentes ao desafio das famílias em equilibrar trabalho remunerado e não remunerado. Instigar esse debate no campo do Serviço Social é urgente, pois os assistentes sociais se defrontam com os conflitos gerados nas relações entre trabalho e família, inseridos no campo das políticas de seguridade social, que exaltam o papel da família na proteção de seus membros.
This article discusses the student permanence in technical courses that are subsequent to high school at the Federal Institute of Santa Catarina (Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC – initials in Portuguese from Brazil) and presents the results of a study carried out with teachers and students of these courses. The objective was to understand the conditions related to student permanence based on the interlocution between their living conditions and institutional conditions. Living conditions are understood as a product of student participation in the process of social production and reproduction. Institutional conditions comprise institutional programs and actions developed by the courses. The results indicate compatibility and incompatibility among the mentioned conditions and indicate the priority of institutional responsibility in the production of strategies to assure that students remain on track to complete the courses.
Resumo:Equilibrar trabalho e responsabilidades familiares é um dos principais desafios colocados às famílias trabalhadoras contemporâneas. Este artigo problematiza as condições das famílias para enfrentar esse desafio a partir dos resultados de uma pesquisa qualitativa com trabalhadores que produzem para o setor têxtil na cidade de Jaraguá do Sul/SC. Os resultados mostram que, diante da inexistência de políticas que favoreçam o equilíbrio trabalho-família, são articuladas estratégias de caráter essencialmente privado: arranjos e adaptações no cotidiano, "opção" pelo trabalho informal e em domicílio; divisão do trabalho familiar entre os cônjuges e práticas de solidariedade familiar. Nesse contexto, demarca-se a sobrecarga da família e a negação dos direitos de cidadania.Palavras-chave: Família. Trabalho. Cidadania. Abstract:One of the main challenges of contemporary working families is to balance work and families responsibilities. This work discusses the conditions of families to meet this challenge based on the results of a qualitative research with people that produce to textile industry in Jaraguá do Sul/SC. The results show that in the face of lack of policies that promote work-family balance, strategies essentially private are articulated: arrangements and adjustments in daily life, the "option" for informal work and work at home; the division of the family work between the spouses and the family solidarity practices. In the context, it stands out from the overhead of the family and the denial of citizenship rights.
Resumo:O toyotismo, combinado com o modelo de acumulação flexível, acarretou a flexibilização das relações de trabalho, resultando na terceirização, no desemprego e na desregulamentação dos contratos e direitos trabalhistas. No setor têxtil cresce o trabalho em domicílio que indica a autoexploração do trabalhador. A casa passa a ser lugar de produção e reprodução, pois permite às mulheres exercerem uma atividade produtiva e manterem as tarefas de reprodução. Considera-se que o trabalho em domicílio seja adotado como estratégia de conciliação entre trabalho e família. Este assunto merece atenção das políticas sociais quanto aos direitos do trabalho, bem como das políticas de atenção às famílias. Palavras-chave:Trabalho em domicílio. Família. Conciliação. Abstract:The IntroduçãoEste estudo buscou problematizar o trabalho em domicílio no setor têxtil e as estratégias de conciliação desenvolvidas pelas famílias. Essa problematização inicia-se com uma breve revisão sobre as transformações que atingiram o setor no marco das alterações da pós-reestruturação produtiva e da abertura dos comércios no Brasil, após a década de 1990. Para resistir às crises, que são cíclicas e inerentes ao sistema capitalista, o setor têxtil apelou para formas que se baseiam na autoexploração do trabalhador, como nas situações de trabalho em domicílio. Este resulta de estratégias de descentralização e terceirização da produção, que possibilitam maior exploração da classe trabalhadora, acumulação de capital e o trânsito da produção para fora do espaço fabril. Para a realização desse trânsito foi necessário (re)utilizar espaços que na fase de industrialização foram relegados ao âmbito privado; transferiu-se, então, parte da produção para outros espaços, incluindo a casa do trabalhador. Pelas características do trabalho desenvolvido, o setor tornou-se um grande empregador de mão de obra feminina.Essa realidade foi analisada a partir das observações oriundas da prática profissional da pesquisadora, como assistente social na região do Vale do Itapocu 1 (SC), e dos resultados de sua pesquisa com trabalhadores do setor têxtil realizada para a conclusão do curso de mestrado em Serviço Social 2 . A região, com destaque para a cidade de Jaraguá do Sul, tem grande ênfase na produção do setor têxtil e abriga desde grandes empresas que se evidenciam nacionalmente até formas precárias de produção, como o trabalho informal e em domicílio.Nas situações de trabalho em domicílio, atenta-se para a inter-relação do trabalho com a família, já que a casa passa a ser, ao mesmo tempo, lugar de produção e reprodução. É necessário relembrar que, no Brasil, a influência da economia internacional e do capital financeiro intensificou-se durante a década de 1990 sob a lógica dos ajustes ao modelo neoliberal. Nesse período, assistiu-se à retração do Estado, conhecida como contrarreforma, acompanhando a tendência de ajustes neoliberais que preconizavam a
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