Este estudo objetiva analisar os impactos da Lei 13.415/2017, que reformulou a Lei 9.394/1996 e instaurou o chamado “Novo Ensino Médio”. Atenta para a questão da estrutura curricular proposta por ela para essa etapa do ensino e como nessa estrutura a Geografia aparece contemplada. A análise toma a própria Lei como instrumento de investigação empírica, constituindo-se a partir de uma abordagem qualitativa e documental. No campo das ideias, fundamenta-se nas teorias críticas da Educação e da Geografia. Conclui-se que a reforma curricular estabelecida pela Lei 13.415/2017, ao tornar a Geografia Escolar matéria optativa no currículo do Ensino Médio, poderá empobrecer a formação dos jovens brasileiros das classes populares, interditando as suas possibilidades de fazer a leitura crítica do mundo através do espaço geográfico, o que limitará a sua ação política em seus contextos espaciais. No geral, a desobrigação curricular da Geografia é parte do caráter “minimalista, dual e desigual” que caracteriza essa reforma educacional. Por outro lado, expressa as tendências pedagógicas pragmáticas coincidentes com os postulados neoliberais vigentes atualmente na educação nacional.Palavras-chave: Lei 13.415; Currículo; Ensino Médio; Geografia Escolar.
RESUMOEstas notas objetivam analisar alguns retrocessos da Lei 13.415/2017, que reformulou a Lei 9. 394/1996, na educação nacional, notadamente àqueles que incidem diretamente sobre a estrutura curricular do Ensino Médio. Procuram revelar como, na letra dessa lei, a Geografia aparece contemplada. Buscam, também, caracterizar as ideias pedagógicas que fundamentam, no plano teórico, essa reforma, no atual contexto de retomada da versão mais ortodoxa das doutrinas neoliberais nas esferas política, econômica, social e cultural pelo estado brasileiro. A análise se fundamenta nas teorias críticas, tanto no campo da Educação quanto no da Geografia. Portanto, em alguns autores filiados a essas perspectivas teóricas, a exemplo de Frigotto e Saviani, na Educação; Lacoste e Santos, na Geografia, para analisar o que propõe a referida lei. Conclui-se que a dita reforma apresenta um caráter "minimalista, dual e desigual" (FRIGOTO, 2016a), e promove a educação como um serviço a ser buscado no mercado educacional e a escola como espaço de formação de produtores e consumidores. Com isso, a razão instrumental se sobrepõe à humanista na educação, desobrigando ou diluindo as ciências humanas, entre elas a Geografia, no currículo, deformando a formação dos jovens filhos da classe trabalhadora. Enfim, constitui-se em um ressurgimento ou uma retomada de teorias pedagógicas pragmáticas a serviço do mercado e em detrimento da formação integral, universal e omnilateral dos filhos dos trabalhadores brasileiros.Palavras-chave: neoliberalismo; novo ensino médio; Geografia; pedagogias pragmáticas.
<p>Preparar o professor para a alfabetização cartográfica do aluno nos anos iniciais do Ensino Fundamental se constitui como uma condição para a plena realização da construção do raciocínio espacial, tanto no plano perceptivo quanto no representativo. Assim sendo, no ano de 2018, foi realizado, no âmbito do PROBEX/UFCG, o projeto de extensão “Representações do espaço vivido: a alfabetização cartográfica nos anos iniciais do Ensino Fundamental”, o qual, amparado nos postulados teóricos do construtivismo e nos conceitos da epistemologia piagetiana, propôs-se a fazer a formação continuada para a alfabetização cartográfica junto às professoras de uma escola da rede pública municipal de Campina Grande-PB. Este estudo, fundamentado na análise/síntese do relatório final dessa ação extensionista, objetiva analisar uma das atividades realizadas com esse propósito: a brincadeira da barra-bandeira. Constatou-se que esta pode, de forma lúdica, contribuir para a construção dos conceitos geográficos de território, limites, fronteiras e continuidade espacial, basilares para a construção da representação cartográfica por crianças nas fases do pensamento pré-operatório e concreto.</p>
<p>Este ensaio objetiva analisar o papel educativo da Geografia Escolar Crítica na formação para a cidadania no Brasil. Para isso, amparou-se nos princípios da pesquisa bibliográfica e nos fundamentos da teoria crítica. Procura revelar como a Educação e a Geografia Escolar, em suas diferentes perspectivas e em diferentes contextos históricos do país, estiveram no centro dos conflitos inerentes à cidadania. Conclui que a educação fundamentada na filosofia da práxis e a Geografia Escolar Crítica podem contribuir para a superação do modelo de sociedade brasileira atual e da sua cidadania atrofiada, mutilada e amputada, que se traduz na figura do cidadão produtivo e consumidor, que as propostas curriculares pragmáticas oficiais contemporâneas objetivam formar. Considera que a Geografia Crítica Escolar, por possibilitar a leitura das contradições do espaço, pode contribuir para a formação da consciência política necessária às lutas para a edificação da cidadania real, integral, irrestrita e concreta. </p><p><strong>Palavras-chaves: </strong>Educação; Ensino de Geografia; Geografia Escolar Crítica; Cidadania.</p>
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