Although Portugal has traditionally produced many emigrants, the last 30 years have also shown increasing immigration. This increase in immigration has drawn attention away from the fact that significant emigration from Portugal continues. In this article, some of the main characteristics of migrations to and from Portugal are highlighted from a systemic perspective. The article shows that Portugal is both a receiving country and a sending country in the global migration system, and that it integrates several of the main migration systems at different levels. It is suggested that Portugal’s participation in existing migration systems is best captured and explained by conceptualizing it as a semi‐peripheral society, one that is part of a core region of the world system (the European Union) and displays a number of characteristics of both central and peripheral countries. The concept of semi‐periphery enables one to recognize the existence of what could be termed a quasi or emergent migratory system: the Lusophone migration system, which one can conceive as communicating intensively with other macro migratory systems. Observing the country’s migratory dynamics from the last two decades, and especially the migration flows that bond the Portuguese‐speaking countries, one may view the Lusophone migration system as able to combine different levels of centers that (in some moments, and given certain conditions) could evolve into a bicephalous, or even tricephalous, center. These centers function as bonds among several other migration systems, and it is in the middle of this Lusophone migration system that the semi‐peripheral role of Portugal becomes evident, as it can be core and periphery at the same time.

Há 40 anos, Portugal era um país de emigração que tinha alguns imigrantes. Hoje é um país de migrações. Entre o retorno ou repatriamento de muitos nacionais portugueses e o acolhimento de centenas de milhares de estrangeiros, a demografia nacional ganhou diversidade e complexidade. Sem a imigração seríamos menos, mais pobres e mais velhos. Após o anunciado fim da emigração, constatamos que atravessámos vários ciclos de emigração e retorno, mas que nunca os fluxos de saída deixaram de ter consequências sociais e sociológicas. Afinal, a emigração é mais estrutural do que pensáramos. A dinâmica e diversidade das origens dos migrantes para Portugal, mas também a geografia múltipla dos destinos dos emigrantes portugueses, representam sinais de alteração do posicionamento do país no sistema migratório global. Portugal (ainda) não é um centro, mas (já) não é periferia (ou talvez o seja para alguns migrantes). A lei de nacionalidade evoluiu, ao sabor de ideologias mais ou menos inclusivas e alargou o número de cidadãos que fazem parte da comunidade nacional. Um país em movimento, pleno de dinâmicas migratórias, é um retrato possível que permite antever um futuro cheio de desafios de integração e de gestão da diversidade.

The health of migrants and refugees, which has long been a cause for concern, has come under greatly increased pressure in the last decade. Against a background where the world has witnessed the largest numbers of migrants in history, the advent of the COVID-19 pandemic has stretched the capacities of countries and of aid, health and relief organizations, from global to local levels, to meet the human rights and pressing needs of migrants and refugees for access to health care and to public health measures needed to protect them from the pandemic. The overview in this article of the situation in examples of middle-income countries that have hosted mass migration in recent years has drawn on information from summaries presented in an M8 Alliance Expert Meeting, from peer-reviewed literature and from reports from international agencies concerned with the status and health of migrants and refugees. The multi-factor approach developed here draws on perspectives from structural factors (including rights, governance, policies and practices), health determinants (including economic, environmental, social and political, as well as migration itself as a determinant) and the human security framework (defined as “freedom from want and fear and freedom to live in dignity” and incorporating the interactive dimensions of health, food, environmental, economic, personal, community and political security). These integrate as a multi-component ‘ecological perspective’ to examine the legal status, health rights and access to health care and other services of migrants and refugees, to mark gap areas and to consider the implications for improving health security both for them and for the communities in countries in which they reside or through which they transit.

o presente estudo resulta de uma pesquisa qualitativa exploratória que objetivou verificar e analisar como a beleza física é vista, e como sua presença/ausência afeta os trabalhadores no cotidiano do trabalho imaterial bancário. Para tanto, realizou-se 12 grupos focais que totalizaram 265 participantes - 134 mulheres e 131 homens - provenientes de uma mesma instituição bancária do setor público. A análise dos resultados seguiu as orientações de Minayo e encontrou respaldo à luz da literatura pertinente que aponta o controle-estimulação, a responsabilização pela conquista e manutenção da beleza física e sua consequente naturalização. Os resultados permitem compreender a beleza física como investimento na carreira, instrumento da gestão gerencialista, definidora da visibilidade/invisibilidade dos corpos, e fonte de sofrimento psíquico. Nesse sentido, a gestão gerencialista se faz notar ao tornar a beleza física rentável. Suas consequências humanas como rejeição, incitação à adesão, impedimentos à ascensão na carreira e sofrimento carecem de divulgação, embora componham o conjunto de elementos relativos à produção de estilos de vida na sociedade líquido-moderna.

No abstract