A dermatite atópica (DA), conhecida também como eczema atópico, é uma condição inflamatória crônica recidivante que acomete o tecido cutâneo. No que tange às estatísticas gerais, a incidência de DA aumentou de 2 a 3 vezes nos países industrializados, afetando aproximadamente 15% a 20% das crianças e 1% a 3% dos adultos em todo o mundo. A DA, em termos fisiopatológicos, é uma afecção inflamatória crônica recidivante da pele, multifacetada, comumente associada a outras manifestações atópicas, como alergia alimentar, rinite alérgica e asma. O início da doença é mais comum aos 5 anos de idade, sendo o diagnóstico e o tratamento precoces essenciais para evitar complicações da DA e melhorar a qualidade de vida. Há muitas condições de pele que podem mimetizar essa doença, sendo possível até mesmo coexistirem e/ou agravarem a DA, que devem ser excluídas ao diagnosticá-la, tais como: dermatite seborreica, sarna, dermatite de contato, psoríase, linfoma cutâneo de células T, dentre outras afecções cutâneas. O tratamento da DA objetiva condutas multifatoriais, das quais dependem da associação de medidas não farmacológicas e farmacológicas, sendo prescrita de acordo com o grau da doença. É imprescindível que os portadores de DA sejam esclarecidos e aderentes às medidas não farmacológicas para prevenção de crises agudas. Nesse sentido, cita-se a necessidade do uso de hidratantes neutros em toda a pele após banhos diários, evitando cremes e sabonetes com produtos alérgenos, além de não se submeterem a extremos de calor, frio ou umidade. Associado a essas medidas, o tratamento farmacológico tem se mostrado muito eficaz em casos mais graves e recidivantes.
A Retinopatia diabética (RD) é definida como a doença vascular da retina mais comum e é impulsionada por episódios prolongados de hiperglicemia. Quanto à etiologia, a causa envolvida na gênese da doença, é o aumento da hemoglobina glicada (HbA1c) e fatores de risco como hipertensão, dislipidemia, tabagismo, nefropatia e maior índice de massa corporal. Sua identificação depende de uma anamnese minuciosa, um exame físico bem detalhado e exames complementares. No que tange ao diagnóstico clínico, exames oftalmológicos são essenciais para identificação da patologia, exames de retina e acuidade visual também são utilizados quando necessários. Para auxílio diagnóstico, lança-se mão da angiografia com fluoresceína, tomografia de coerência óptica (TCO) e angiografia por TCO, fornecendo mais detalhes com melhor acurácia para, juntamente com os dados clínicos, obter o diagnóstico precocemente. Já a abordagem terapêutica, apresenta-se através do manejo farmacológico, cirúrgico e laserterapia. A abordagem farmacológica, terapia tradicional, utiliza inibidores do fator de crescimento endotelial (VEGF) e corticoides intravítreos para controlar as complicações da retinopatia diabética progressiva (RDP). A abordagem cirúrgica é indicada em situações como descolamento da retina, hemorragia vítrea, edema macular e é dividida em vitrectomia, vitrectomia via pars plana (VVPP) e endofotocoagulação. Já a abordagem por laserterapia é um tratamento definitivo que previne descolamento tracional da retina e o glaucoma neovascular, complicações da RD. Por fim, quanto à prevenção, é importante manter um controle glicêmico adequado para prevenir complicações diabéticas e, com isso, reduzir a incidência e progressão da RD.
O uso de inibidores co-transportador de sódio-glicose-2 (ISGLT2) representa uma nova classe de medicamentos no tratamento da doença renal crônica (DRC), cuja principal causa é o diabetes mellitus do tipo 2 (DM2); devido ao seu efeito glicosúrico, além da atuar nas complicações do DM2, age também nos mecanismos fisiopatológicos da doença. Estudos têm demonstrado que o uso de ISGLT2, a longo prazo, pode auxiliar na preservação da função renal e atrasar o uso de terapia renal substitutiva, pois atuam na redução da albumina filtrada e o trabalho de transporte renal, bem como o consumo de oxigênio; além disso, atuam na redução dos valores de hemoglobina glicada, auxiliando no controle glicêmico do paciente diabético. Outrossim, estudos evidenciam que o uso de ISGLT2 reduz o risco de morte por eventos cardiovasculares, infarto do miocárdio não fatal ou acidente vascular cerebral não fatal; dessa maneira, o fármaco também apresenta benefícios em pacientes com outras comorbidades, para além da DRC e DM2. Contudo, os mecanismos pelos quais os ISGLT2 atuam ainda não são bem estabelecidos na literatura, principalmente no que diz respeito ao sistema cardiovascular. Nesse sentido, novas pesquisas são necessárias para estabelecer os benefícios e os malefícios do uso dessa medicação a longo prazo.
A Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC) é uma doença que está associada a um processo infeccioso agudo no parênquima pulmonar. A real incidência da PAC é difícil de ser mensurada, visto que os estudos epidemiológicos possuem limitações e diferenças na seleção de casos e nas metodologias realizadas. Na Europa, diferentes estudos mostram que a incidência de PAC variou entre 20,6 a 79,9 em cada 10.000 pessoas por ano, a depender do país analisado. Apesar da maioria dos casos de PAC estar relacionada a um pequeno grupo de patógenos, existe um amplo espectro de micro-organismos capazes de causar infecções das vias aéreas resultando em quadros de pneumonia, todavia, em até metade dos casos pode não ser possível a identificação do agente. O diagnóstico pode ser feito de forma clínica, porém, pode ser complementado com exames de imagem e laboratoriais, que ajudam não somente no diagnóstico, mas também no controle e no acompanhamento do manejo do paciente. A classificação da gravidade em paciente com PAC é necessária para a escolha de antibióticos apropriados e a definição do melhor local do tratamento. Os sistemas de pontuação mais utilizados são o CURB-65 e o Pneumonia Severity Index (PSI). O tratamento pode ser feito ambulatorialmente ou no ambiente hospitalar, a depender da classificação de risco na qual o paciente se encaixa. É válido ressaltar que o surgimento de organismos multirresistentes vem apresentando desafios na decisão da terapia empírica, o que realça a importância do desenvolvimento de evidências locais sobre os principais agentes etiológicos e a melhor forma de manejar esses pacientes infectados, para melhorar, portanto, os resultados de saúde na PAC.
A pancreatite aguda (PA) é uma patologia comum e está associada a significativas taxas de morbidade e mortalidade, tem como causas mais comuns: obstrução, doença metabólica, alergia, toxicidade, infecções, causas iatrogênicas, genéticas, trauma, pancreatite autoimune e transplante renal. Quanto à epidemiologia, a forma mais grave da PA atinge 20% de todos os pacientes, e está associada a complicações locais e sistêmicas, que vão desde necrose pancreática à disfunção orgânica sistêmica. Também, possuem maior prevalência em pessoas com fatores de risco, como obesidade e distúrbios metabólicos. Quanto às manifestações clínicas, a doença apresenta dor abdominal epigástrica aguda de início súbito, muitas vezes irradiando para as costas, náuseas, vômitos, falência de órgãos, ativação inadequada do tripsinogênio, infiltração de células inflamatórias e destruição de células secretoras. Sua identificação depende de uma anamnese minuciosa, um exame físico bem detalhado e exames complementares. No que tange ao diagnóstico clínico e laboratorial, estão presentes: dor abdominal em andar superior, amilase e lipase superior a três vezes o limite normal. Para auxiliar o diagnóstico pode-se lançar mão da análise imagiológica solicitando tomografia computadorizada (TC), ressonância nuclear magnética (RM) e colangiopancreatografia, fornecendo mais detalhes com melhor acurácia para, juntamente com os dados clínicos, obter o diagnóstico definitivo. Já a abordagem terapêutica, apresenta-se através do manejo farmacológico e cirúrgico. Na abordagem conservadora, lança-se mão da hidratação, suporte ventilatório e nutricional, além de analgesia. A abordagem cirúrgica utiliza a colecistectomia laparoscópica (CL) precoce em quadros de PA de origem biliar e colangiopancreatografia retrógrada (CPRE) deve ser realizada com urgência quando associada a colangite aguda.
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