Para que o uso de recursos de Tecnologia Assistiva (TA) seja efetivo, estesdevem ser avaliados por seus usuários reais. Realizar teste de usabilidade é uma prática que permite identificar problemas no produto avaliado e conhecer o comportamento e as impressões dos usuários face à interação proposta. A sua aplicação é, entretanto, desafiadora para recursos que se destinam a pessoas com Síndrome de Down, devido às condições cognitivas, sensoriais e motoras envolvidas. Este artigo apresenta a adequação de um processo de teste de usabilidade, sistematizado e instrumentalizado, aplicado à avaliação do aplicativo PlayDown, por oito usuários reais. A experiência permitiu a participação de pessoas com Síndrome de Down na avaliação e a identificação de nove problemas de interface. A estruturação e o detalhamento do processo permite, ainda, que o mesmo possa ser instanciado para a avaliação de outros recursos de TA destinados ao mesmo público.
A heterogeneidade dos sintomas das pessoas com TEA exige que as intervenções sejam específicas para cada caso. No Brasil, há aproximadamente sete anos, diretrizes do governo foram estabelecidas de forma a garantir a inclusão dessa parte da população, inclusive em escola regular e com o auxílio de tecnologia. Como consequência desse incentivo, pesquisas acadêmicas e soluções assistivas vêm sendo impulsionadas na academia e no mercado. Por outro lado, países como a França, vem estudando essa parcela da população e propondo políticas públicas há mais de duas décadas. Assim sendo, uma análise comparativa das abordagens que os recursos tecnológicos assistivos vêm sendo desenvolvidos, utilizados e avaliados é relevante na tentativa de aprimorar e direcionar esforços já empregados no país. Neste cenário, foi mapeada a produção científica nacional sobre “Autismo, Educação e Tecnologia” para compilar informações sobre as pesquisas realizadas a partir de uma revisão de literatura, contemplando 33 artigos identificando a predominância de soluções de softwares educativos para alfabetização de crianças com TEA. A partir dos dados encontrados foi realizado uma análise comparativa entre as soluções brasileiras propostas com o relatório disponibilizado pela Fundação Internacional de Pesquisa Aplicada sobre Deficiência (Fondation Internationale de la Recherche Appliquée sur le Handicap, FIRAH), que visa minimizar os problemas e potencializar os ganhos no uso de tecnologias por pessoas com autismo. Foi percebido tanto nas publicações nacionais, quanto no guia preconizado pela França, que há um déficit em insumos técnico-científicos que subsidiem a Engenharia de Software no processo de desenvolvimento e avaliação de qualidade de recursos assistivos para autistas. Além disso, do ponto de vista do usuário, algumas iniciativas podem ser tomadas para maximizar a qualidade do software e a experiência desses usuários: indicativo de bateria, limitação e flexibilização de uso, meios de restrição de conteúdo, disponibilização de interface multimídia e multimodal.
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