Resumo ste texto tem dois objetivos: o primeiro é prosseguir em um esforço coletivo de enfrentamento dos procedimentos de exclusão que marcam o campo dos estudos organizacionais. Ao tomar como tema de pesquisa os movimentos sociais, assumimos os riscos de 'rechaço' e 'isolamento', constantemente rememorados pelo 'silêncio da razão'. O segundo propósito é contribuir para tornar visível parte da multiplicidade de mundos organizacionais negada pela hegemonia da organização. O termo hegemonia se refere, aqui, a um alinhamento do discurso político que produz um significado social específico: a definição de organização a partir de um enfoque sistêmico estrutural como objeto formalizado. Para que possamos nos envolver nessa tarefa, precisamos nos expor a outras possibilidades: tanto aquelas já presentes em nosso campo disciplinar e que adotam uma abordagem processual do organizar, quanto por fertilização a partir do engajamento com outros campos disciplinares. Nesse sentido, fazemos uma breve revisão teórica sobre o tema da resistência no que se refere à apropriação do conhecimento, e registramos algumas produções feitas por acadêmicos ativistas ou por ativistas sem inserção na academia, ambos construindo conhecimento na sua práxis de intelectuais orgânicos.
ResumoA teoria de movimentos sociais (MSs) -especialmente, a desenvolvida no contexto norte-americano -é fortemente influenciada pelos estudos organizacionais. No período recente, estudiosos de organizações também do contexto norteamericano têm, explicitamente, dialogado e compartilhado referenciais com a teoria de MSs, em busca de inspiração para tratar de fenômenos empresariais contemporâneos. Neste artigo, fazemos uma revisão dessa trajetória de aproximações, com foco na teoria da mobilização de recursos, na teoria da estrutura de oportunidades políticas e no esforço de convergência entre as mesmas, na aproximação recente entre teoria de movimentos sociais e teoria institucional e na abordagem de redes. Em vez de nos orientarmos pela pergunta sobre quais aprendizagens a gestão empresarial ter a partir da flexibilidade e fluidez dos MSs, perguntamos sobre as conseqüências que uma teoria fortemente influenciada pela lógica empresarial pode ter para nossa compreensão de movimentos que se orientam para a superação dessa lógica e das relações sociais por ela constituídas. Finalizamos apresentando uma agenda provisória sobre questões e opções que se encontram em nosso caminho.Palavras-chave: teorias organizacionais; movimentos sociais; teoria da mobilização de recursos; teoria da estrutura de oportunidades políticas; teoria institucional. AbstractSocial Movements' theory, mainly the one developed in the North-American context, is strongly influenced by organization studies. Recently, academics of the organizational field, also from the North-American context, have explicitly shared theoretical references with Social Movement's theories. In this article we review such trajectory of approximation, focusing on Mobilization Resources Theory, Structure of Political Opportunities and in the effort of connecting both, the recently approximation between Social Movements'theory and institutional theory, and network approach. Instead of orienting our question to the learning which enterprise's management can have with the flexibility and fluidity of Social Movements, we ask what would be the consequences of a theory strongly influenced by business logics to the understanding of movements oriented towards the overcome of such logic and the relations it produces. Finally, we present a provisory agenda of questions and options for further developments.
AN ANTI-MANAGEMENT STATEMENT IN DIALOGUE WITH CRITICAL BRAZILIAN AUTHORS Uma declaração anti-management em diálogo com autores de estudos críticos brasileiros Una declaración anti-management en diálogo con autores de estudios críticos brasileños ABSTRACTThe expressions Management and Organization Studies and Management and Organization Knowledge are expressions of an Anglo-Saxon construct. The association of Organization Studies (OS) with Management (M) produces the subordination of the former to the latter. In a different direction, a critical approach elaborated in Brazilian OS provides an original body of knowledge that expresses an anti-management (A-M) attitude. As the Brazilian A-M authors point out, the distinction between North/South M is irrelevant; what is relevant is a coherent pluriversal A-M attitude. In this paper, we honor and disseminate the Brazilian original body of knowledge on OS and introduce an OS agenda that is liberated from M.KEYWORDS | Organization studies, anti-management, organization, social struggles, critique. RESUMO As expressões Estudos Organizacionais e Management e Conhecimento Organizacional e Management são expressões de um construto anglo-saxão. A associação dos Estudos Organizacionais (EOs) com Management produz a subordinação do primeiro ao último. Em outra direção, os EOs críticos brasileiros oferecem um conhecimento original que expressa uma atitude anti-management (A-M). Os autores A-M brasileiros indicam que a distinção entre M do Norte ou do Sul é irrelevante; o que é relevante é uma atitude A-M coerente. Neste artigo, honramos e disseminamos o conhecimento original brasileiro nos EOs e introduzimos uma agenda de EOs liberados do M. PALAVRAS-CHAVE | Estudos organizacionais, anti-management, organização, lutas sociais, crítica. RESUMEN Las expresiones Estudios Organizacionales y Management y Conocimiento Organizacional y Management son expresiones de un constructo anglosajón. La asociación de los Estudios Organizacionales (EOs) con Management produce la subordinación del primero al último. En otra dirección, los EOs críticos brasileños ofrecen un conocimiento original que expresa una actitud anti-management (A-M). Los autores A-M brasileños indican que la distinción entre M del Norte o del Sur es irrelevante; lo que es relevante es una actitud A-M coherente. En este artículo, honramos y diseminamos el conocimiento original brasileño en los EOs e introducimos una agenda de EOs liberados del M. PALABRAS-CLAVE | Estudios organizacionales, anti-management, organización, luchas sociales, crítica. RAE-Revista de Administração de Empresas | FGV-EAESP
ResumoO artigo defende que, para compreender a apropriação capitalista da água em suas diversas manifestações, é necessário considerá-las como momentos da produção de valor, uma dimensão socialmente construída que organiza o metabolismo entre seres humanos e natureza na dinâmica da luta de classes. Fundamentado em Marx, propõe uma interpretação para o tema da água a partir da ontologia do ser social e problematiza a construção histórico-conceitual dos consensos em torno da concepção hegemônica da água como bem econômico, analisando suas implicações para a organização da gestão e do acesso. Constata-se que, de modo funcional a essa organização, a apropriação da água é tratada de modo fragmentado e desarticulado. Por outro lado, nas lutas sociais pela defesa de meios de vida ameaçados, emergem concepções que se contrapõem aos consensos sobre a água e ao valor social capitalista, apontando na direção de uma concepção universal da água como bem comum.Palavras-chave: Água. Capital. Natureza. Luta de Classes. Bem Comum. AbstractT he paper argues that in order to understand capitalist water appropriation in its diverse manifestations, its necessary to consider all of them as moments of the production of value, a socially constructed dimension that organizes metabolism between human beings and nature in a class struggle dynamics. Based on Marx, it proposes an interpretation of water issues from the perspective of the ontology of social being, discussing the historical and conceptual construction of consensus around the hegemonic conception of water as an economic good, and analyzing their implications for water management and access. One of its findings argues that the appropriation of water is approached in a fragmented and non-articulated way. On the other hand, in social struggles in defense of threatened livelihoods, conceptions that oppose the water consensus and the capitalist social value emerge, pointing towards a universal conception of water as a common good.
Os modelos de gestão de recursos hídricos têm sofrido transformações em vários países, tornando-se cada vez mais complexos. O sistema adotado pela legislação brasileira é caracterizado por descentralização, planejamento por bacias, utilização de instrumentos normativos e econômicos, e participação da sociedade. Assumindo como situação problemática a participação de atores com interesses distintos no planejamento da bacia, este artigo analisa o processo participativo no Comitê Lago Guaíba como parte integrante do Sistema Estadual de Recursos Hídricos do Rio Grande do Sul. Como procedimento metodológico, analisaram-se as atas de reuniões do comitê na gestão 2001/02 e os conceitos, tipologias e fatores condicionantes do sucesso da participação sugeridos por diversos autores. A partir de índices de presença e contribuições na plenária identificaram-se membros omissos e atuantes e caracterizou-se a influência da sociedade e a atuação do governo do estado. Uma efetiva participação de grupos e organizações da sociedade civil, bem como dos usuários da água nas decisões do comitê, foi um ponto positivo no caso estudado. Entretanto, o artigo revela que governo do estado não participa no processo do comitê.
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