A reabilitação da vegetação pós-mineração em dunas no norte da Paraíba, foi avaliada através de um estudo comparativo dos estratos arbóreo adulto e regenerativo de duas dunas revegetadas há 24 (D1) e 22 anos (D2), e duas dunas naturais próximas à lavra (controle), em Mataraca. Em cada duna foram instaladas oito parcelas de 50 x 6 m, e nestas os indivíduos com DAP ≥ 5 cm foram identificados e medidos (diâmetro e altura). Foram calculados os parâmetros de densidade e dominância para cada espécie, e para as áreas os índices de diversidade de Shannon, equabilidade de Pielou e similaridade de Sörensen, assim como, altura e diâmetro médios. Para análise da regeneração, em cada parcela demarcou-se uma subparcela de 3×3 m e contabilizaram-se os indivíduos com altura ≤ 1 m, calculando-se frequência e densidade relativa das espécies. A riqueza nas dunas em recuperação corresponde cerca de 37% (estrato adulto) e 36% (regenerativo) da observada nas áreas naturais. D1 apresenta riqueza e diversidade superiores à D2, porém, equabilidade semelhante. D1 e D2 apresentam altura média inferior a verificada nas áreas naturais, entretanto o diâmetro médio em D1 foi superior. D1 apresenta valores superiores a D2 em todos os parâmetros analisados. Os resultados mostram que as duas dunas revegetadas estão em diferentes estágios de reabilitação. D1 apresenta incremento de novas espécies e a redução gradativa na quantidade de exóticas, sem necessidade de novas intervenções. D2 necessita de enriquecimento e tratos culturais para avançar no processo de reabilitação.
O presente estudo teve como objetivo investigar as concepções docentes sobre aspectos centrais do cotidiano das aulas de Biologia, descrevendo e analisando a visão que esses professores desenvolveram a partir de suas experiências profissionais sobre o ensino e a aprendizagem dos alunos no Ensino Médio. Para isso, realizamos uma pesquisa qualitativa com base em fundamentos da fenomenologia, definindo a amostra através da saturação teórica dos dados (que ocorreu na entrevista com o décimo docente). As entrevistas semiestruturadas foram realizadas em 2017 e se basearam em duas questões norteadoras: quais as competências e habilidades necessárias para um professor de Biologia do Ensino Médio; e quais suas principais dificuldades em relação à aprendizagem dos alunos no Ensino Médio. Os resultados apontaram que em relação às habilidades e competências docentes mais importantes, a contextualização dos conteúdos com o cotidiano dos estudantes (70% dos professores), e o domínio dos vários conteúdos da Biologia (50%), foram as categorias mais apontadas pelos professores participantes da pesquisa. Em relação às dificuldades de aprendizagem dos alunos, foram apontadas a complexidade da linguagem exigida pelo currículo de Biologia (70% dos professores), e as dificuldades que os alunos apresentam para escrever e compreender textos (60%), como os temas mais relevantes. Tais resultados demonstram que os professores de Biologia vêm defendendo um ensino mais focado no aluno, no qual a contextualização dos conteúdos e currículos com o universo de significação do estudante deve se tornar o eixo central da Biologia no Ensino Médio. Resultados que podem contribuir para a restruturação de currículos formativos e práticas pedagógicas que supram as dificuldades de aprendizagem apontadas pelos docentes entrevistados.
A presente pesquisa teve como finalidade investigar as concepções de professores sobre os objetivos didático-pedagógicos do ensino de Biologia. A metodologia foi desenvolvida a partir da abordagem qualitativa com base no método fenomenológico, recorrendo à saturação teórica para o fechamento amostral. Foram realizadas oito entrevistas semiestruturadas com professores de Biologia de escolas públicas de cidade x, estado x, investigando a visão dos professores sobre os objetivos do ensino de Biologia. Os resultados apontam que na concepção dos professores a contextualização dos conteúdos com aspectos do cotidiano dos alunos é o objetivo central, sendo um tema que apareceu na entrevista de todos os docentes entrevistados. Os docentes também lançaram atenção ao fomento de aulas que preparem os alunos para os vestibulares; desenvolvimento da compreensão sobre o funcionamento da natureza; compreensão da linguagem científica; de noções sobre os processos que envolvem o método científico; e a importância da contextualização dos conteúdos da Biologia com os de outras disciplinas escolares. De forma geral, foi possível concluir que as concepções docentes apontam um comprometimento com a formação científica e cidadã dos alunos, mas o direcionamento à preparação para o vestibular pode representar uma distorção dos objetivos de um ensino de Biologia comprometido com a atuação social e com a formação crítica dos estudantes.
O presente estudo teve como objetivo analisar o curso de licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal da Paraíba, a partir das concepções de professores de Biologia que se formaram no respectivo curso. A metodologia foi desenvolvida a partir da abordagem qualitativa, com base no método fenomenológico-descritivo, no qual aplicamos entrevistas para a coleta e análise dos dados. A seleção e fechamento amostral foi desenvolvida de acordo com a amostragem por cotas, com a investigação dos relatos de dez professores a respeito do fenômeno da formação inicial. Como resultado identificamos 122 assertivas significativas relacionadas ao fenômeno investigado, sendo 63 vinculadas aos êxitos e 59 às críticas ao referido curso. Em relação aos êxitos identificamos a emergência de três temas que representaram as essências fenomenológicas gerais: 1) Os Projetos Extracurriculares são fundamentais para formação docente; 2) As aulas práticas do curso servem como modelo para as aulas no ensino médio; 3) O curso forma bem no que se refere aos saberes disciplinares da Biologia. Em relação às críticas identificamos três temas: 1) As aulas da Licenciatura são voltadas para a formação de um Bacharel; 2) Nos componentes pedagógicos aprende-se educação geral e pouco Ensino de Biologia; 3) Algumas teorias didático-pedagógicas da formação são pouco viáveis na escola. A emergência dessas temáticas demonstra aspectos centrais para que a formação inicial consiga realizar reestruturações curriculares condizentes com as reais demandas formativas dos professores de Biologia.
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