Os contratos de agências privadas com a Central de Inteligência Americana (CIA) e suas atividades de combate ao terrorismo, após os atentados de 11 de Setembro, foram um dos principais responsáveis pela expansão do mercado de segurança privada no Iraque. Este artigo pretende relacionar o papel crescente dos atores privados na estratégia de contraterrorismo da coalização liderada pelos EUA no contexto da ocupação do Iraque. Entendemos que falta de controle das atividades das empresas privadas de segurança tornam-se funcionais para as democracias liberais quando se envolvem nesse tipo de ação armada. Ou seja, um dos fatores responsáveis pela ascensão das Empresas Militares de Segurança Privada (PMSCs, na sigla em inglês) se relaciona à resposta a um ambiente em mudança operacional no terreno onde ocorrem as "novas guerras". O fato de o inimigo mais fraco poder ter influência sobre a coesão nacional das grandes potências, impondo custos políticos e econômicos significativos a seus adversários, faz com que a guerra seja travada além das operações militares no campo de batalha. Nossa hipótese é que os EUA, e a coalização militar que liderou a invasão do Iraque, procuraram gerenciar os riscos políticos (legitimidade) e os riscos de vida (para os combatentes e civis), considerados além daquilo que a opinião pública está disposta a aceitar. A estratégia revela-se num processo de transferência de risco para novas organizações civis de prestação de serviços, menos visíveis, de forma a tornar extremamente difícil imputar responsabilidades. PALAVRAS-CHAVE: terrorismo; empresas privadas de segurança; Iraque; serviço de inteligência; EUA.Recebido em 8 de Julho de 2014. Aprovado em 15 de Setembro de 2014.
Approaching urban social conflicts in Brazil and in Palestine/Israel in terms of settler colonial theory allows the identification of the historical racist structures involved in the violent pacification of racialized native populations. Settler colonialism does not end with the declaration of independence but persists in the postcolonial context through the constant expropriation, extermination, confinement, and assimilation of racialized populations in the service of capitalist accumulation by settler elites. The cases of Jerusalem and Rio de Janeiro exemplify this process. Analisando conflitos urbanos sociais no Brasil e na Palestina com respeito à teoria de colonização permite a identificação das estruturas racistas históricas envolvidas na pacificação violenta de populações nativas. O colonialismo não termina com a declaração de independência. Ele persiste no contexto pós-colonial por meio de constantes expropriações, extermínio, encarceramento e assimilação das populações nativas. Tudo a serviço da acumulação capitalista das elites colonizadoras. Os casos de Jerusalém e Rio de Janeiro ilustram esse processo.
A Reforma do Setor de Segurança (RSS) do Haiti no que se refere às ações da polícia e das forças armadas tornou-se objeto fundamental das missões da ONU. A literatura sobre o tema tem enfatizado o papel de diferentes agências internacionais nesse processo, mas sem dar o devido destaque à presença dos EUA. Nosso objetivo é demonstrar que havia, no processo de RSS do Haiti e de constituição da atual Polícia Nacional Haitiana, elementos que podem auxiliar no entendimento da relação entre as organizações internacionais e a política de poder dos EUA entre 1994 e 2004.
Há um consenso literatura acadêmica sobre a criação dos Estados modernos no Oriente Médio cujo ponto de partida para compreensão desse processo se dá no momento da desintegração do Império Otomano e sua substituição pelas potências europeias. No caso do Iraque, a campanha militar e os períodos de ocupação (1914-1920) e de mandato britânico (1920-1932) na Mesopotâmia prepararam o caminho para a criação do estado do Iraque, influenciando de forma significativa seu desenvolvimento político-histórico posterior. No entanto, para além das ações diplomáticas estabelecidas por acordos e tratados internacionais sob a partir das diretrizes estabelecidas pela Liga das Nações, esse processo não ocorreu num espaço vazio como, frequentemente, é mencionado nessa mesma literatura. Os embates por acessos ao petróleo da região, exemplificado pela disputa da região de Mosul, demonstram o caráter político-econômico da construção das novas fronteiras. Além disso, esse resultado não foi unicamente consequência de uma ação política planejada pelo Império Britânico, mas derivou também das revoltas anti-imperialistas em toda a região. Desta forma, o resultado político no Estado Iraque, e seu desenvolvimento subsequente, refletiu não apenas a presença das estruturas de poder imperiais, mas também devido a participação das comunidades e grupos locais, em conexão com movimentos internacionais.
Resumo As características que qualificam a identidade curda são reconhecidas entre seus membros há muito tempo, mas a capacidade de constituir grupos politicamente organizados entre essa população variou ao longo da história. Para compreender a complexidade da questão curda no Oriente Médio, é preciso analisar a forma pela qual eles se organizam politicamente, levando em consideração suas ideologias, particularidades do Estado em que se encontram, e, principalmente, as tensões políticas e disputas internas de seus movimentos. Além disso, é fundamental inserir a reivindicação de autonomia dos curdos no contexto da evolução da guerra civil na Síria de modo mais amplo, por ser esse um dos principais motivos do crescente envolvimento da Turquia e das grandes potências na região.
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