Este editorial apresenta o trabalho da Editora Rede Unida em 2021 com um breve relato sobre os livros publicados pela editora e os números regulares e suplementos da Revista Saúde em Rede. Em seguida, são discutidos conjuntamente os 33 artigos publicados neste número. Os autores fazem parte de Instituições de 13 Estados das cinco regiões do Brasil, evidenciando a abrangência territorial dos trabalhos publicados, que juntos traçam um panorama da diversidade de temas e contextos abordados na revista: a interface da educação com a saúde, seja na perspectiva da educação permanente em saúde, voltada para o trabalho, seja na perspectiva da promoção da saúde; o uso de tecnologias no campo da saúde; os cenários de cuidado nos diferentes níveis (atenção básica, vigilância em saúde, gestão do cuidado em hospitais); gestão em saúde; desigualdades em saúde; saúde mental.
Este editorial discute a relevância da modalidade “Relatos de Experiência” nas publicações no campo da saúde coletiva. São identificados aspectos que marcam o campo da formação em saúde, da pesquisa em saúde e das práticas de cuidado que dialogam diretamente com as potencialidades da escrita criativa e das descrições etnográficas. Destaca-se que os Relatos de Experiência constroem pontes sobre os hiatos que desafiam o campo da saúde, tais como a relação entre ensino e serviço, pesquisa e intervenção, teoria e prática, e outros. Enfatizamos sua relação com os problemas de campo, métodos e teorias, recordando que é uma versão da história sobre algo que aconteceu, com embasamento teórico e habilidade de convidar à experimentação - mesmo que imaginativa, dos passados, como uma mostra de vivências, experiências e pesquisas realizadas, com a intencionalidade de relatar o que ocorreu, fomentando o pensamento e a ação do pesquisar. Finalizamos discutindo o perfil dos relatos publicados neste número, ressaltando a presença de autoras/es de 15 Estados, das 5 regiões do Brasil.
Nas últimas duas décadas e até 2016 observamos o crescimento dos investimentos em ensino superior e em ciência e tecnologia no Brasil. Diversos programas marcaram este processo: Programa Ciência Sem Fronteiras, o REUNI (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), o fortalecimento do Fundo de Financiamento da Educação (FIES) e a criação do Programa Universidade Para Todos (ProUni), dentre outros. Como efeito desse processo, houve a criação e o amadurecimento de programas de pós-graduação em todo o Brasil, o aumento no número de doutores e, consequentemente, o crescimento no número de publicações científicas nas diversas áreas do conhecimento, muitas das quais se tornaram referências internacionais. É nesse contexto que surge a Revista Saúde em Redes, garantindo a publicação e propagação da produção científica qualificada produzida principalmente no país, centrando seu foco especificamente no tema do ensino da saúde e suas interfaces com o campo da saúde coletiva.Os cortes de orçamento para a educação não são pautas recentes, mas agravaram-se com a promulgação da Emenda Constitucional 95 (EC-95), o chamado teto de gastos, quando se aprofundou o desinvestimento estatal na educação e nas políticas sociais com a naturalização da austeridade fiscal como solução para o desenvolvimento 1 . Parcela significativa dos recursos da saúde e da educação tem sido contingenciados e/ou transferidos para outras áreas, das Forças Armadas ao chamado "orçamento secreto". É importante termos em vista que esse desinvestimento não é apenas financeiro, mas também simbólico.O atual governo tem atuado fortemente para o desmonte de diversas áreas de políticas públicas e na educação e na saúde não é diferente. São notáveis os discursos que buscam desqualificar o espaço e a produção acadêmica e, até mesmo, o conhecimento científico. Idem para o desenvolvimento tecnológico da saúde, inclusive o desenvolvimento de vacinas e a pesquisa aplicada. O desfinanciamento se associa a negacionismos e ataques à inimigos imaginários e falaciosos como "ideologia de gênero", "escola sem partido", "método Paulo Freire", "home schooling", "educação militar" etc. 2; 3; 4; 5 Apenas esse ano, os novos cortes e o contingenciamento de gastos enfraqueceram o funcionamento das universidades federais, beirando à inviabilidade no funcionamento, e precarizando
Este editorial rememora as atividades ocorridas durante o 15° Congresso Internacional da Rede Unida, realizado entre os dias 16 a 19 de junho de 2022, na Universidade Federal do Espírito Santo, na cidade de Vitória, Espírito Santo. Além disso introduz o conjunto de artigos de revisão submetidos e aprovados para publicação na Revista Saúde em Redes. São revisões sistemáticas, bibliométricas e narrativas de diversos temas aderentes ao grande campo da saúde coletiva e também alguns relatos de experiência. Os textos aportam contribuições importantes para compreendermos crítica e organizadamente a produção de conhecimento e nos convocam à luta e a resistência com a certeza de que “Amanhã será outro dia”.
Este texto convoca à reflexão sobre a importância da extensão universitária com plantas medicinais como ferramenta de aproximação da Universidade com os saberes populares e para a implementação da educação interprofissional. O ‘Projeto de Extensão Interprofissional: educação popular em saúde com plantas medicinais’ desenvolvido por estudantes e professoras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e criado em 2020 é um exemplo concreto para a interprofissionalidade. Com a pandemia de Covid-19, este tem ocorrido de forma virtual e o grupo tem trabalhado na construção de cartilhas digitais com informações sobre uso, preparo e cultivo de plantas medicinais. Como resultado, o projeto tem possibilitado muitos aprendizados e evidenciado que a união de diferentes conhecimentos constitui uma potente estratégia para a mudança dos paradigmas de ensino e de saúde hegemônicos que estruturam as relações de cuidados em saúde e ainda se fazem presentes no Sistema Único de Saúde (SUS).Palavras-chave: Plantas Medicinais. Educação Interprofissional. Participação Popular. Extensão Comunitária.
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