Dentre as diversas atividades desempenhadas pelas mulheres ribeirinhas em Cametá, Pará, é na produção do açaí que elas concentram grande parte da força de trabalho para a formação da renda familiar. Entretanto, esse trabalho feminino, a muitos olhares alheios, ainda é visto apenas como uma ajuda. Compreendendo a problemática atrelada à invisibilização do papel das mulheres nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi analisar as atividades praticadas pelas mulheres da Ilha Guajará de Baixo, tanto no âmbito reprodutivo quanto produtivo, com principal atenção àquelas relacionadas ao açaí. Para a efetivação deste trabalho, foram realizadas, em maio de 2018 e julho de 2021, entrevistas semiestruturadas com 28 mulheres. Como resultado da pesquisa, identificou-se que essas mulheres possuem papel relevante não somente no cuidado da família, no âmbito doméstico, como também no desenvolvimento de atividades produtivas voltadas, sobretudo, ao açaí.
Os sistemas de agrofloresta produzem alimentos, geram renda e promovem a valorização dos saberes tradicionais e práticas agroecológicas pelos sujeitos campesinos. O objetivo da pesquisa foi analisar as percepções das famílias camponesas sobre o manejo dos sistemas de agrofloresta, em áreas de várzea, no município de Cametá, Pará, na perspectiva da educação agroflorestal. Entrevistou-se 30 famílias, utilizando roteiro de entrevista semiestruturado, e resultados analisados com apoio da estatística descritiva. As relações construídas no manejo dos sistemas estão relacionadas às percepções sobre o caráter econômico da produção, mas com forte perspectiva sociocultural e ambiental. O manejo intensivo propicia mudanças negativas na paisagem e na vida das famílias, com percepções de alternativas de manejo baseadas na diversidade agroflorestal. O envolvimento de sujeitos formadores ocorre pela valorização dos saberes e troca de experiências, e a sensibilização ancorada na educação agroflorestal.
Objetivou-se, nesse artigo, compreender as relações entre as práticas de manejo empregadas nos açaizais por camponeses-ribeirinhos da Ilha Guajará de Baixo, Cametá-PA, e os canais de comercialização por eles acessados. Utilizou-se a pesquisa bibliográfica para aprofundamento no contexto histórico do extrativismo do açaí na Amazônia, entrevistas semiestruturadas e o instrumental metodológico de escalas de sombreamento em açaizais. A pesquisa envolveu agricultores de 16 Unidades de Produção Familiares-UPF e pautou-se na abordagem dos tipos de agricultura de Jan Douwe van der Ploeg. Os resultados revelam que a intensificação das práticas de manejo nos açaizais teve início em 2006, devido à maior demanda do fruto pelos mercados. Nas UPF caracterizadas com pouca sombra nos açaizais, todas as famílias acessaram o PRONAF e comercializam o açaí exclusivamente para intermediários. Em UPF com açaizais em escala de média sombra e muita sombra, predomina o tipo de agricultura camponesa e o acesso aos canais de comercialização: intermediário, feira e batedeiras. O fruto açaí em escala muita sombra apresenta melhor qualidade em relação aos demais e detém preferência das batedeiras, que ofertam o melhor preço na compra. Embora o acesso ao intermediário seja percebido como uma conquista para os camponeses-ribeirinhos, esse canal que se delineia guiado pela lógica dos Impérios Alimentares impulsiona as práticas de manejo intensivo nos açaizais e promove a interação com o tipo empresarial de agricultura. Verificou-se ainda que a pandemia da Covid-19 refletiu na dinâmica de venda, visto que a comercialização nas feiras foi interditada, permanecendo ativos os canais de comercialização das batedeiras e de intermediários.
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