Death is one of the major taboos of contemporary Western society and is a forbidden and avoided subject. If in the past it was a public and domestic event, nowadays it is hidden in hospitals crowded with professionals who are unprepared to deal with issues related to the end of life. This unpreparedness is a reflex of excessively technical and non-humanistic training which favors healing over caring. Therefore, it seems medical students are taught to work against death and not with it. In this context, we sought to trace the profile of attitudes towards death of the students graduating from the Medicine course of a public university in Brazil and evaluate how this course has prepared them to deal with issues of death and dying in their perception. We employed quantitative and qualitative methodologies by applying two data collection instruments: a questionnaire to collect sociodemographic and academic data as well as data on the teaching about death, and another to define the profile of attitudes towards death (DAP-R). We analyzed the studied variables descriptively using frequencies and means, and intercorrelated them to infer the hypotheses. We also considered student statements for analysis and discussion of results based on comments on the responses to one of the questionnaires. As results, we observed that the students’ attitude towards death was characterized by a view of death as a natural event of life (neutral acceptance), while their imagination about death was permeated with conflicting feelings; that most students had experienced the death of a patient during the course (75.8%) although most of those received no guidance in these situations (80%); that the humanistic courses concentrated the approaches on death; and that such approaches somewhat contributed to create reflection and develop abilities for managing death. We concluded that teaching about death and dying is still concentrated in few courses of the medical curriculum, mainly in the humanistic ones, and is excessively theoretical, whereas the real experiences with death during the Medicine course are treated with detachment and silence when they could be better utilized for teaching and learning about the end of life.
Um dos dilemas atuais do setor saúde no mundo é a má distribuição de médicos entre áreas rurais e urbanas, e entre capitais e interior. No Brasil, a Região Norte é a que possui a menor quantidade de médicos por habitantes. O objetivo deste estudo foi analisar os indicadores de distribuição de médicos na Região Norte, com especial atenção para as disparidades entre capitais e interior. Trata-se de um estudo ecológico, cujas fontes consultadas foram os bancos de dados ou documentos oficiais do IBGE, CFM e ANS. O principal indicador utilizado foi a relação de médicos por mil habitantes. A Região Norte possui um médico por mil habitantes. O conjunto de capitais possui 2,5, variando de 1,4 em Macapá a 3,4 em Belém. O interior da Amazônia possui 0,4, variando de 0,2 no Amazonas a 1,1 no Tocantins. O acesso a médicos nas capitais chega a ser mais de dez vezes superior no Amazonas e no Pará em relação ao interior. O local que mais necessita de médicos no Brasil é o interior da Amazônia.
No final de janeiro de 2020 a Organização Mundial de Saúde declarou estado de Emergência em Saúde Pública pelo novo CoronavÍrus (Sars-Cov-2) após reconhecimento da pandemia da doença (COVID-19). O vírus chegou ao Brasil no final de fevereiro e ao Acre no meio do mês de março. Com a paralisação das faculdades, articulou-se uma grande equipe de alunos e professores de medicina em uma parceria com o Núcleo Telessaúde Acre para a realização do Telemonitoramento dos casos de COVID-19 em Rio Branco. O objetivo do artigo é relatar a experiência do Telemonitoramento com ênfase na coordenação do cuidado. A equipe trabalha articulada com a central de Teleconsulta da prefeitura, com as Unidades Básicas e Unidades de Referência e tem atuado no encaminhamento oportuno dos casos para atendimento. Também está articulada com duas equipes de psicologia que dão apoio aos pacientes. Essa experiência tem sido de intenso aprendizado para os estudantes de medicina e de importância central para o enfrentamento à COVID-19 em Rio Branco.
The aim of this research was to evaluate previous serum screening for hepatitis B (total anti-HBc) among blood donation candidates, verifying the link between the variables: gender, age, degree of education and native-born. A transverse study with retrospective data carried out on a target population, blood donation candidates from districts of the interior of Acre State, who came to the Acre Hematology and Hemoterapy Center during the period January to December, 2002. The research indicated reactivity in 54.8% of the total anti-HBc among the 673 candidates included. Greater reactivity of total anti-HBc was observed among males, older candidates and those with lower education levels (p<0.005). Previous serum screening for hepatitis B among blood donation candidates is a viable alternative, since it reduces cost and increases transfusional safety. Attracting female donors, youths and those who have higher education levels, would signify potential blood donors for HEMOACRE.
Resumo dos debates orientados pelas evidências científicas e experiências dos membros do Grupo de Trabalho de Medicina Rural da SBMFC a respeito da questão de recursos humanos para a saúde, com foco na realidade Brasileira. Tendo se reunido em Belém-PA, em maio de 2013, durante o 12º Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade, o Grupo de Trabalho de Medicina Rural da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), baseado em estudos prévios das evidências publicadas nacional e internacionalmente e na própria experiência como médicos rurais e estudiosos do tema, após debate e consenso, considerando que:O Brasil é um país continental e com enorme variedade locorregional;O conceito de ruralidade aqui utilizado será o da Declaração de Brasília;1A saúde das populações rurais e remotas apresenta características específicas, que a difere da saúde das populações de grandes áreas urbanas e, em grande parte, os indicadores de saúde daquelas populações são inferiores às últimas;2-5As populações de áreas rurais e remotas têm a saúde como direito assegurado constitucionalmente, tanto quanto qualquer outra população;6O Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro tem como pressupostos a atenção universal, integral e com equidade para os cidadãos brasileiros,6 entretanto não estão atualmente assegurados o acesso, a longitudinalidade, a integralidade, a coordenação do cuidado, nem a qualidade das ações de saúde para as populações rurais;3Existe em todo o país escassez de recursos humanos para a saúde e este fato não pode ser explicado, exclusivamente, pela falta de profissionais, mas, preferentemente, pela má distribuição destes.3,7O GT de Medicina Rural da SBMFC declara: É essencial que o governo brasileiro, assegurando adequada participação social, assuma a responsabilidade da criação e sustentação de políticas públicas, direcionadas para a iniquidade da situação de saúde das populações rurais.Estas políticas devem ser, preferencialmente, adequadas regionalmente e, se necessário, localmente.Múltiplas estratégias devem ser adotadas simultaneamente, ao invés de escolherem-se estratégias isoladas, sendo que uma política adequada de recrutamento e retenção de recursos humanos, que englobe múltiplas estratégias, deve fazer parte das políticas anteriormente citadas, embora não sejam suficientes.8As políticas de recrutamento e retenção de recursos humanos em saúde não podem ser construídas separadamente das políticas de aprimoramento do sistema de saúde e da gestão, e deveriam estar relacionadas com maior orientação do sistema de saúde para a Atenção Primária à Saúde (APS).9Deve-se ter em mente que a prática do cuidado à saúde em áreas rurais não se constitui em cenários diferentes, da simples aplicação de evidências científicas descontextualizadas e portanto, as políticas voltadas para esta área não devem estar em desarmonia com as políticas de formação e treinamento.Políticas de formação de profissionais de saúde, tanto em nível de graduação como de pós-graduação, devem ser redirecionadas para a obtenção de profissionais com perfil generalista. O Médico de Família e Comunidade (MFC), em nosso país, deve ser o profissional de referência para a prática em áreas rurais e remotas, pois este é o perfil profissional que internacionalmente obtém melhores resultados nestas condições.9 O mesmo perfil deveria ser buscado nas demais profissões da saúde, preferencialmente, e o trabalho em equipe deve ser estimulado. A formação destes profissionais deve ser direcionada para as demandas das comunidades locais.Estratégias de pré-seleção de estudantes nas universidades para perfis voltados para a APS e para a Medicina de Família e Comunidade são internacionalmente relacionadas a melhores desfechos para esta necessidade e deveriam ser criadas juntamente com: (a) políticas de pré-seleção de estudantes de áreas rurais e remotas, carentes de profissionais de saúde; e (b) descentralização progressiva dos cursos da área da saúde.Estratégias que aumentam o recrutamento temporariamente, mas não fixam o profissional nas áreas rurais, como o serviço temporário obrigatório ou voluntário (assim como as que premiam o profissional ao terminar o prazo de serviço ou ao retornar para a cidade), não deveriam ser a primeira opção, tampouco prioritárias, visto que têm potencial de prejudicar a qualidade, a longitudinalidade e a integralidade do cuidado, além de, indiretamente, desestimular as melhorias dos sistemas de saúde locais e a busca de um perfil profissional adequado. Estas podem, entretanto, ser soluções opcionais quando outras alternativas se mostrarem infrutíferas, devendo ser reavaliadas periodicamente quanto à sua necessidade, devido ao seu caráter de solução a curto prazo. Ao se optar por premiação após o serviço rural, deve-se priorizar o estímulo às especialidades deficitárias e generalistas.Estratégias de valorização do profissional rural devem ser adotadas, por exemplo, premiações por longitudinalidade, o escopo mais amplo de habilidades e procedimentos, dificuldade de acesso.Estratégias de diminuição do isolamento do profissional, como o acesso adequado às tecnologias de informação, a existência de internet de boa qualidade, redes bem estruturadas de referência e consultoria presenciais e/ou a distância e o estímulo governamental às associações de profissionais rurais, conferências e publicações.Estratégias de facilitação de inserção acadêmica, como o mapeamento e apoio aos programas curriculares que incorporam estágios ou disciplinas de saúde rural, apoio à inserção em projetos de pesquisa e capacitação para tal, apoio à descentralização de cursos da área da saúde.Estratégias de migração de profissionais estrangeiros deveriam ser encaradas como soluções emergenciais, de curto prazo, somente após outras opções terem sido esgotadas e sempre respeitando as regras nacionais respectivas.Estratégias de apoio à qualidade de vida do profissional e sua família, visto que são fatores importantes diagnosticados para a não fixação em muitas áreas rurais. Exemplos clássicos são: o auxílio à moradia, obtenção de emprego para cônjuge, transporte, educação dos filhos e remuneração.O GT de Medicina Rural define que: De forma resumida, sem o fortalecimento do SUS, o aprofundamento de seu direcionamento para APS e a melhoria na gestão, com direcionamento adequado de recursos, não será possível uma solução duradoura e adequada para o problema da falta de recursos humanos em saúde.Estratégias múltiplas e regionalizadas deveriam fazer parte de uma política mais ampla de recursos humanos, que necessariamente estivesse conectada com transformações na formação de profissionais para um perfil preferencialmente generalista e qualificado. Soluções de curto prazo, que recrutem e não fixem profissionais nas áreas rurais só podem ser tomadas como opção complementar não devendo ser prioritárias.
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