A leitura literária possibilita a construção de sentidos sobre o mundo e a interpretação desse universo em determinado contexto. O resultado dessas ações pode ser diferente para cada leitor. Este vai descobrir um sentido para o que lê e uma maneira de desvendar o texto a seu modo, pois a compreensão sobre leitura vai além do que está escrito, é um processo que depende de conhecimentos e interesses prévios ao ato da leitura. Por isso, propomo-nos a estabelecer reflexões sobre a formação do leitor literário nos anos finais do Ensino Fundamental e apresentar uma metodologia que se efetiva por meio de “Oficinas literárias temáticas” que abordam “Ressignificações do Segundo Reinado do Brasil”, mais especificamente no que se refere ao processo de escravidão, refletindo sobre narrativas híbridas de história e ficção. Para alçar tais objetivos, ancoramo-nos em conceitos fundamentais que permeiam abordagens referentes à formação do leitor literário e ao papel humanizador e transformador da literatura, como destacados em Candido (1972; 2011), Jauss (1979), Mendoza Fillola (1994), Fleck (2007; 2017; 2019), Zucki (2015) entre outros. Além disso, com a valorização da leitura literária em sala de aula, procuramos fundamentar uma perspectiva descolonizadora a respeito dos eventos históricos desse contexto acima mencionado, de modo a desconstruir certos conceitos arraigados na sociedade, tais como heroísmo, progresso e desenvolvimento e apontar uma valorização das vozes marginalizadas, vítimas de violência e exploração e ainda hoje vistas de forma discriminatória pela sociedade hegemônica.
O presente artigo, desenvolvido no Mestrado Profissional em Letras – Profletras, tem por tema a reescrita de textos, uma das etapas do processo de produção textual, juntamente com o planejamento, a escrita, e a revisão. No intuito de compreender significados que professores de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental – séries finais - atribuem à etapa da reescrita, realizamos uma pesquisa qualitativa, interpretativista, utilizando um questionário para geração de dados, cujas respostas obtidas compõem o corpus ora em análise. Para isso, apoiamo-nos em estudos de Bakhtin, entre outros autores, sobre as concepções de escrita; de produção textual, tipos de correção. Também levamos em consideração o que preconizam os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (PCN) sobre esse tema. Os resultados demonstram, segundo as respostas dadas, que a reescrita é uma prática que acontece em sala de aula. Entretanto, quando se analisam as explicações de como ela se desenvolve na prática, observamos que sua efetivação se centra em aspectos como: indicação e correção de “erros” gramaticais, na superficialidade do texto, desconsiderando-se a interlocução. Desse modo, o trabalho com a reescrita estaria voltado prioritariamente à dimensão formal do texto, relegando-se a segundo plano (ou talvez até nem considerando) questões do âmbito discursivo.
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