Este trabalho objetivou compreender, na perspectiva do discurso de professores que atuam no ensino superior, o trabalho docente desenvolvido durante a pandemia da COVID-19, identificando aspectos que caracterizam a natureza do trabalho. De um modo mais específico, problematizar o agravamento da precarização do trabalho dos profissionais da educação, frente às demandas provocadas pela crise sanitária da pandemia do coronavírus. Esse estudo de natureza qualitativa, exploratória foi desenvolvido com 15 professores que atuam no Ensino Superior, tendo como base a perspectiva bakhtiniana de língua como discurso (BAKHTIN, 2010). Os dados foram referenciados a partir de duas categorias: 1) a aula como trabalho; 2) precarização do trabalho docente. Foi constatado que o trabalho docente se mostrou/mostra complexo, às vezes, conflituoso; envolve escolhas; exige organização e planejamento; enfrentamento das limitações das capacidades físicas e mentais do professor; é agir sobre o contexto; o ensino remoto é limitador da interação, necessária para concretização de um trabalho que se dá a partir da comunicação entre os sujeitos participantes desse processo, portanto, através da/com a linguagem. Em suma, o estudo possibilitou a construção de conhecimento sobre o trabalho do professor, afirmando que este é um trabalho sobre o humano, com o humano e é uma atividade; é uma atividade que se concretiza pela linguagem.
A docência universitária é focalizada nesse artigo a partir das relações didáticas empreendidas nas aulas. Ela é discutida com interfaces dos saberes e práticas pedagógicas, buscando conhecer os elementos presentes nesse movimento didático. Assim, este artigo buscou verificar os desafios e perspectivas presentes nas relações didáticas de docentes universitários em um curso de formação em serviço e os saberes construídos e mobilizados na prática pedagógica. A pesquisa foi realizada no ano de 2014, através das observações de aulas universitárias, com descrição em notas de campo, no curso de Licenciatura em Pedagogia, que se configurava como formação em serviço, por ser específico para professores. Com a análise dos dados produzidos, constatamos que as aulas observadas eram problematizadas e contextualizadas e traziam aspectos da realidade social dos alunos. Assim, verificamos que nessas aulas vinha sendo realizado o movimento de construção e desconstrução de conhecimentos e saberes e que o processo de ensinar-aprender vinha se dando em meio às resistências e insistências. Constatamos, ainda, que as relações didáticas abarcavam novidades pedagógicas, metodológicas, ideológicas, humanas, culturais, entre outras. Nas aulas, desafios foram revelados e perspectivas emergiram em meio à construção da formação. Dessa forma, a docência universitária é analisada e construída nas interfaces entre os saberes e práticas pedagógicas como movimentos de aprendizagens.
O presente texto objetivou analisar, a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores (DCNFPs) (2015/2019), os desafios postos às licenciaturas para formação de professores como um projeto de mudança e reflexão no atual cenário político. Esses documentos oficiais (BRASIL, 2015; 2019), foram analisados, tendo os resultados discutidos com outras legislações e publicações científicas. Fez-se necessária, também, a contextualização da educação em cenários anteriores e no atual momento, direcionando nossas análises para as políticas de formação de professores e para a implantação das Diretrizes aqui analisadas. Os desafios apresentados e problematizados neste estudo referem-se a distribuição da carga horária e as dimensões do conhecimento, evidenciando, também, o modelo de formação proposto em cada uma das diretrizes, permitindo-nos ampliar o olhar sobre as configurações das licenciaturas. Dessa forma, consideramos necessário conhecer as DCNFPs e tomar um posicionamento sobre elas e, que este seja direcionador de ações de aceitação ou de resistências.
O artigo traz um estudo de abordagem qualitativa em que intenciona analisar os sentidos do estágio supervisionado no ensino remoto, a partir de aspectos formativos-pedagógicos de alunos/as-estagiários/as. Trata-se dos Estágios em Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, componentes curriculares obrigatórios do curso de licenciatura em Pedagogia, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Itapetinga, no ano de 2020. Metodologicamente, foram analisados os diários de bordo apresentados como relatório final dos estágios, bem como os dados provenientes dos fóruns de discussão ocorridos no decorrer dos estágios. Utilizamos a técnica da análise de conteúdo, através da análise temática (BARDIN, 2010). Os resultados apontam que as expectativas dos estagiários evidenciaram os aspectos constitutivos do estágio, considerando essa etapa formativa como um campo de construção dos saberes docentes, de ressignificação das práticas de ensino e aprendizagem. Os sentidos de estágio são tecidos quando os graduandos ao revelarem suas expectativas sobre uma perspectiva de estágio que não se materializou e, quando ressignificam o modo como este aconteceu, colocam em pauta a formação docente no contexto do ensino remoto.
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