O tratamento do significado social na variação sociolinguística organizou-se em três ondas de prática analítica. A primeira onda de estudos de variação estabeleceu amplas correlações entre as variáveis linguísticas e as categorias macrossociológicas de classe socioeconômica, sexo, classe, etnia e idade. A segunda onda empregou métodos etnográficos para explorar as categorias e configurações locais que habitam ou constituem essas categorias mais amplas. Em ambas as ondas, a variação era vista como marca de categorias sociais. Este artigo estabelece uma fundamentação teórica para a terceira onda, argumentando que (a) a variação constitui um sistema semiótico social robusto, que potencialmente expressa toda a gama de questões sociais em uma determinada comunidade; (b) os significados das variáveis são subespecificados, ganham significados mais específicos no contexto dos estilos; e (c) a variação não apenas reflete, mas também constrói o significado social e, portanto, é uma força na mudança social.
Este artigo apresenta alguns dos paradigmas teóricos (SILVA, 2007, 2015; GOMES, 2012; entre outros) e descreve algumas das práticas pedagógicas que compuseram um projeto de leitura e de escrita literária desenvolvido com turmas de sexto ano. Enquanto docentes de Literatura e de Língua Portuguesa, assumimos compromisso com a educação literária e linguística e, por isso, tornamos o texto, o ler e os e as estudantes o centro de nossas práticas. Objetivando explicitar tal perspectiva, apresentamos, aqui, fragmentos do projeto “Minha Cor, Tua Cor, Todas as Cores”, o qual se compromete especialmente com a educação para as relações etnicorraciais, mas também com a formação de leitores e de leitoras de literatura, de arte, de quadrinhos e do mundo. Um projeto de leitura com esse perfil transita entre os saberes, convocando diversas áreas do conhecimento: do currículo à sociologia; das artes à teoria da literatura; da sociologia à educação.
Este artigo investiga a motivação para inadequações ortográficas no registro escrito de dados de fala no contexto universitário, a partir da análise do par “inculcar x encucar”. Trata-se de um dado singular, conforme a metodologia adotada, o Paradigma Indiciário (GINZBURG, 1989). Nossa análise mostra que o mapeamento entre produção e percepção é afetado por processos fonológicos de aplicação variável e categórica no Português Brasileiro (PB), como também pelo mapeamento grafêmico a itens lexicais familiares ao ouvinte. Sugerimos atividades aos professores de Língua Portuguesa para explorar a relação entre ortografia e fonologia e, assim, oportunizar aos estudantes uma participação efetiva em práticas sociais variadas por meio da linguagem.
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