A relação entre a Antropologia e a Educação tem sido marcada por aproximações e distanciamentos que mostram não ser esta uma história pronta e acabada; ao contrário, é ampla, difusa e complexa e, nos últimos anos, temos assistido a um processo de aproximação da Antropologia com a Educação como nunca se viu no Brasil. Mas, se, para a Antropologia brasileira esta parece ser uma nova realidade, outras experiências desenvolvidas na América Latina podem revelar um quadro fecundo ao exercício da reflexão epistemológica em perspectiva comparada. O objetivo deste artigo é analisar a relação entre a Antropologia e a Educação, com base na apropriação, por parte de pesquisadores do campo educacional brasileiro e argentino, da etnografia educacional proposta por Elsie Rockwell e Justa Ezpeleta, representantes do Departamento de Investigaciones Educativas (DIE) do Centro de Investigación y de Estudios Avanzados (CINVESTAV) do Instituto Politécnico Nacional (IPN) do México.
Comunicação, arte e educação em John Dewey 1 Resumo O artigo pretende analisar a articulação entre os conceitos de arte e comunicação propostos pelo educador norte-americano John Dewey (1856-1952), especialmente nas obras Democracia e Educação (1916) e A Arte como Experiência (1934), bem como inferir os desdobramentos desse raciocínio para a educação. Segundo o autor, a comunicação seria semelhante à arte, uma vez que os participantes, em ambos os processos, precisam desenvolver a empatia, levando em consideração a existência de um "outro" e se imaginando no lugar dele. Como para o autor a comunicação e a educação estão intimamente associadas, pode-se depreender que nos processos de educação formal o exercício de uma pedagogia comunicacional seja necessário, de modo que os professores, os alunos e os demais interlocutores na escola elaborem suas experiências levando em conta as experiências alheias.
O presente dossiê com a temática "Antropologia, Etnografi a e Educação" assume o desafi o de fornecer algumas alternativas de respostas sobre a possível coexistência das disciplinas -antropologia e educação -e como elas se exercitam enquanto campos científi cos diversos e em relação. A proposta tem por base a ideia de que o contexto disciplinar aponta para afi nidades possíveis de complementaridade, cooperação, e, também, sugere a existência de confl itos entre as duas áreas. A dimensão dessa complexa coexistência permite acreditar nas possibilidades de uma antropologia da educação e/ou antropologia e educação moderna e crítica, postas no cenário acadêmico e científi co nacional e internacional, como evidenciam as contribuições deste dossiê. Em sua interface com a educação, esse diálogo não é novo, ao contrário, reporta a uma longa tradição nas obras de Franz Boas, Marcel Mauss, Ruth Benedict e Margaret Mead.
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