ResumoEste trabalho aborda três experiências vividas por estudantes negras cotistas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), as quais foram relatadas por meio de entrevistas. O referencial teórico aporta-se nos conceitos desenvolvidos pelo sociólogo Pierre Bourdieu, principalmente quanto aos diferentes tipos de capitais abordados pelo autor -econômico, cultural, social, simbólico, linguístico, escolar, etc. -, para a análise das trajetórias de vida escolar e universitária das entrevistadas. Destaca-se, das trajetórias de vida das estudantes, especialmente, suas heranças cultural, escolar e familiar e como elas mobilizaram essas heranças em seu favor. No campo universitário, todavia, o racismo, a discriminação de gênero e as "diferenças" se interseccionam (Kimberlé Crenshaw) para a reprodução social (Pierre Bourdieu). A isso, opõem-se as ações afirmativas, que vêm tentando romper com a lógica da reprodução social, criando as condições para novas relações no campo universitário e enriquecendo as práticas sociais nesses ambientes pela inclusão das diferenças sociais, culturais e étnicas.Palavras-chave: Mulheres negras. Capitais. Herança cultural e escolar.
A proposta do ebook “Experiências formativas não escolares: história & teoria da Educação”, lançado em 2021, é colocar em evidência outras instituições que promovem a educação não legitimada, como é o caso da instituição escolar, mas que contribuem para a formação dos indivíduos, das suas subjetividades. Essas outras instituições são: o Estado, a medicina, o meio de comunicação jornalístico impresso, os livros, instituições religiosas, o meio social, como a família, a vizinhança etc. O ebook está dividido em três partes, com sete capítulos, onde os autores/pesquisadores corroboraram com a temática principal de pensar a educação e sua história a partir de lugares comuns, ou seja, fora da escola. Organizado pelo historiador, pesquisador e professor Matheus da Cruz e Zica, que tem estudado a “formação” dos indivíduos nos mais diferentes espaços, este ebook apresenta justamente este aspecto formativo das subjetividades em lugares inimaginados.
Resumo: O trabalho apresenta uma pesquisa que investigou trajetórias de mulheres negras cotistas dos cursos de graduação da Universidade Federal de Santa Catarina. Doze acadêmicas foram entrevistas. Os conceitos de habitus, campus e capital, de Pierre Bourdieu, e o de interseccionalidade, de Kimberlé Crenshaw, foram mobilizados para fundamentar a análise das trajetórias relatadas. O espaço universitário, como campus, é concebido como um campo estruturado, lugar das práticas, das relações, do reconhecimento, mas também das discriminações e do racismo institucional, que moldam os valores e as oportunidades para as diferenças identitárias que ali convivem. Identificamos quais tipos de capitais as estudantes mobilizaram para vencer os obstáculos e, considerando a categoria de habitus, evidenciamos as mudanças em curso nas suas trajetórias. A categoria de interseccionalidade foi utilizada para uma compreensão mais complexa de como duas ou mais formas de subordinação se agregam, reconhecendo também outros fatores relacionados às suas identidades sociais, tais como classe, raça, cor, etnia, religião, origem, orientação sexual, etc. que são socialmente discriminados. Nesse sentido, a pesquisa denuncia processos de produção e de reprodução das desigualdades raciais e de gênero que perpetuam injustiças sociais, e, por outro lado, vê as Políticas de Ações Afirmativas como meio de atuar coletivamente por mais igualdade, justiça e reconhecimento das diferenças.
Nesse texto apresentamos a resenha da obra: GAMBAROTTA, Emiliano. Bourdieu y lo político. Buenos Aires: Prometeo Libros, 2016. 310 p.
A Reforma Universitária de Córdoba de 1918 completa seus cem anos. Suas influências atingem o Brasil desde o final da década de 1920 no que diz respeito a um programa político de reformas universitárias. Dentre tantas reivindicações propostas nessa reforma – a democratização do acesso à educação superior, no Brasil, ainda é fundamentalmente destaque. O artigo, contextualiza a proposta da Reforma de Córdoba e coloca em pauta o surgimento das ações afirmativas em diferentes países e para fins variados. Denomina o que é uma ação afirmativa e demonstra como o programa e, posteriormente, a política de ações afirmativas foram se constituindo e sendo adotados nas universidades brasileiras, particularmente na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Também se faz uma análise documental e quantitativa que permitiu averiguar o movimento de acesso de estudantes negros após a implementação do programa de cotas nas universidades brasileiras. Por fim, são destacados dados específicos obtidos por meio de pesquisas desenvolvidas em nível de mestrado e doutorado na UFSC, as quais evidenciam avanços no acesso de estudantes negros à universidade, mas também limites a serem conhecidos e sanados.
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