Recentemente, a mineração do litio tornou-se indispensável para a reprodução do sistema capitalista contemporâneo. Peça chave do modelo (neo)extrativista vigente em América Latina, este uso do território não tem sido objeto da atenção e o interesse académico que merece respeito de sua relação com o ciclo de acumulação por desapropriação iniciado durante a década de 1990 e continuado até a actualidade. Tentando cobrir essa área de vacancia, este trabalho analisa o boom da actividade em Argentina entre 1999 e 2016, tomando como estudo de caso ao mais antigo e importante depósito do país: Salgar do Homem Morto. À luz das categorias e dimensões da acumulação por desapropiación propostas pela literatura, o artigo revela e explica as diversas dinâmicas de expropriação geográfica, económico-política e sócio-ecológica do modelo e seus correlatos de fragmentação sócio-territorial e pilhagem dos bens comuns locais. Palavras-chave: mineração do litio; acumulação por desapropriação; Salgar do Homem Morto; Argentina, províncias de Catamarca e Salta.
No obstante constituir una actividad extractiva de capital importancia para la alimentación, el comercio y la producción y organización social del espacio, la pesca no ha sido objeto de abordajes frecuentes desde las ciencias sociales, y menos aún desde la geografía. Siguiendo esa tendencia, sus impactos tampoco han sido analizados en profundidad por los estudios académicos sobre el modelo extractivista, actualmente tan en boga en América Latina. Buscando cubrir esa área de vacancia, este artículo describe y analiza las vicisitudes de la pesca marítima argentina durante el período 1943-2015, valiéndose para ello de bibliografía erudita especializada, estadísticas oficiales históricas, estudios independientes e información periodística. Los resultados muestran el constante avance, durante las últimas siete décadas, de una racionalidad extractivista y depredatoria basada en el creciente sesgo exportador, la extranjerización (y consiguiente pérdida de soberanía) pesquera, la debilidad regulatoria estatal, la corrupción privada e institucional, la destructiva voracidad del capital, el constante aumento de la presión sobre el recurso, el consecuente colapso biológico del mismo y la proliferación de agudos conflictos socioeconómicos, territoriales y ambientales. Palabras-clave: pesca marítima; extractivismo; Argentina; períodos históricos. Resumo Não obstante constituir uma atividade extrativa de capital importância para a alimentação, o comércio e a produção e organização social do espaço, a pesca não foi sujeita a abordagens freqüentes das ciências sociais, e ainda menos da geografia. Seguindo essa tendência, seus impactos não foram analisados em profundidade pelos estudos acadêmicos sobre o modelo extrativista, atualmente muito em voga na América Latina. Procurando cobrir essa área de vaga, este artigo descreve e analisa as vicissitudes da pesca marítima argentina durante o período 1943-2015, valendo-se para isso de bibliografia especializada, estatísticas oficiais históricas, estudos independentes e informação jornalística. Os resultados mostram o avanço constante, durante as últimas sete décadas, de uma racionalidade extrativista e predatória baseada no crescente interesse exportador, a desnacionalização (e conseqüente perda de soberania) pesqueira, a fraqueza regulatória do estado, a corrupção privada e institucional, a destrutiva voracidade do capital, o constante aumento da pressão sobre o recurso, o consequente colapso biológico do mesmo e a proliferação de agudos conflitos socioeconômicos, territoriais e ambientais.
Onipresente, a acumulação por desapropiação é um dos elementos centrais da ordem global contemporânea. Observado a partir de uma perspectiva crítica, os usos extractivos do território são uma das principais expressões desse processo. À luz desse sistema de idéias, este artigo tenta demonstrar que o modelo da soja actualmente em vigor na Argentina é uma das formas mais completas, abrangentes, atuais e sofisticadas, de acumulação por desapropiação no país. Nesse sentido, o artigo analisa o boom da soja transgênica e seus vínculos com as formas seculares (endividamento financeiro, concentração da propriedade rural, usurpação da terra) e atuais de desapropriação (degradação da natureza, desapossamento do direito de saúde, pilhagem dos recursos genéticos) efectuada por grandes agricultores, o capital financeiro, as agroindústrias e as corporações de biotecnologia, em detrimento dos pequenos produtores, os camponeses, os povos indígenas e a população em geral.
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