O discurso sobre a promoção de qualidade de vida aos trabalhadores apresenta-se disseminado tanto em empresas como em artigos acadêmicos de Psicologia, Administração e Engenharia de Produção. Entretanto, é notável a divergência dos autores quanto à definição e a origem do termo qualidade de vida aos trabalhadores, o que nos motivou a perscrutar diversas obras da área buscando compreender como esse discurso veio a ter um lugar dentre os discursos autorizados (ou considerados verdadeiros). A análise das produções acadêmicas acerca da qualidade de vida no trabalho indicou a existência de três matrizes sobre o tema: Matriz Humanista, Matriz Sociotécnica e Matriz da Qualidade Total. Também analisamos autores que, se não constituem uma matriz referencial, apresentam uma visão crítica das propostas clássicas acerca do tema e as contextualizam em relação a outras áreas do conhecimento. Conclui-se que, ao deixar de abordar o Trabalho e atrelar-se à ideia de Estilo de Vida, os discursos que versam sobre a qualidade de vida aos trabalhadores acabaram por configurar mecanismos disciplinares de internalização de valores e de promoção de hábitos, comportamentos e atitudes considerados "saudáveis" pelos empregadores.
Diferente de minha experiência de mestrado, o doutoramento foi acompanhado pela atividade docente ininterrupta que, se trazia elementos incríveis para o enriquecimento do texto, por outro lado deixava um rastro de cansaço permanente. Desta forma, estes anos de sobrecarga impactaram não só "ao professor-pesquisador", mas a todo o círculo pessoal e familiar que precisou aprender a conviver com a ausência. Ao fim deste percurso, portanto, devo imensos agradecimentos: À população que financia a USP, permitindo que pesquisas como esta sejam realizadas garantindo a autonomia na produção de conhecimento, bem como ao Departamento de Psicologia Social e do Trabalho do Instituto de Psicologia da USP, por todo o suporte possível. Aos trabalhadores que autorizaram e participaram desta tese. Os trabalhadores que foram sujeitos desta pesquisa possuem, certamente, coautoria deste trabalho. À Professora Leny Sato, pela orientação desta tese e pelo contínuo apoio. Aos Professores Fábio de Oliveira e Luís Guilherme Galeão da Silva, pelas inestimáveis contribuições durante o Exame de Qualificação desta Tese. À Equipe da Secretaria do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho, especialmente à Marinalva Almeida Santos Gil, por ser incrivelmente competente, prestativa e, principalmente, paciente. Ao grupo de orientandos de mestrado e doutorado da Professora Leny Sato que me acompanharam neste percurso e, sempre que puderam, foram generosos com sugestões e comentários.
Este artigo analisa a interseccionalidade entre gênero, raça e classe no encarceramento de mulheres no contexto da Cadeia Pública de Pato Branco/PR. O estudo tem como base teórica o feminismo decolonial, que propõe a análise da colonialidade do poder e do ser; e o feminismo negro, que preconiza a categoria de interseccionalidade. Desse modo, a pesquisa sobre encarceramento permite considerar questões mais amplas que perpassam fatores de exclusão na sociedade moderna e que se refletem no controle sobre os corpos dentro das prisões, especialmente, os corpos das mulheres. O estudo foi construído através do método de história de vida, por meio de entrevistas semiestruturadas com mulheres presas. Observamos que o ato de encarcerar, quando realizado com mulheres, além de assumir o controle sobre o corpo tido como insubordinado – visando torná-lo dócil, submisso e obediente –, acaba por reforçar a sociedade patriarcal e suas formas de controle sobre as mulheres.
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