RESUMO A Psicodinâmica do Trabalho considera que o trabalho pode ser fonte de prazer e sofrimento, variando de acordo com as imposições de sua natureza. A partir disso o objetivo deste trabalho/ensaio é compreender as vivências de prazer e sofrimento de trabalhadores em uma organização, face o atendimento de ocorrências envolvendo crises suicidas. Para o alcance desse objetivo foram entrevistados 15 (quinze) trabalhadores que atenderam ocorrências dessa natureza em uma organização de trabalho localizada no sudeste do Brasil. Esses trabalhadores lidam com as imposições da complexidade da crise suicida integrantes das condições de trabalho, ao tempo que buscam experimentar prazer nos espaços permitidos a sua expressão por meio do emprego de sua inteligibilidade e na premissa do reconhecimento. As vivências de sofrimento e prazer foram compreendidas em linha tênue constantemente transpassada e demarcada pelas características e comportamento da vítima em conflito, em oposição a busca dos trabalhadores em se manifestar perante as imposições do trabalho.
A partir da análise de diários de campo produzidos durante o desenvolvimento de pesquisa sobre vivências de trabalhadores que atendem ocorrências envolvendo suicídio, o objetivo desse artigo é compreender à luz da Psicodinâmica do Trabalho vivências de sofrimento experimentadas pelo pesquisador no processo de pesquisa. Para atingir o objetivo proposto, os diários foram analisados a partir da análise de conteúdo, sendo delineado como vivências de sofrimento: Imposições; Dilemas; Temas Sensíveis - suicídio e trabalho. Atinge as considerações finais, mediante a concepção de que inevitavelmente o pesquisador corre riscos, mas há possibilidades de estratégias para a manutenção de sua normalidade.
Resumo Em razão da complexidade das crises suicidas, trabalhadores que intervém nessas crises para afastar o sujeito tentante do risco elaboram estratégias de defesa com propósito de lidar com o sofrimento e permanecer em condição de trabalho. Neste contexto, o presente artigo objetiva compreender as referidas estratégias de defesa elaboradas por trabalhadores que intervêm em crises suicidas. Para atingir esse propósito, foram entrevistados 15 trabalhadores com vivência em intervenções em crises suicidas, integrantes do corpo de bombeiros militares, situado e com atuação na região Sudeste do Brasil. Os dados produzidos foram analisados com o emprego da técnica de análise de conteúdo, permitindo compreender estratégias de defesa que atuam na negação do sofrimento, enquanto outras na dissimulação do sofrimento. A elaboração dessas estratégias insere os trabalhadores em verdadeiras armadilhas: a dissimulação e a negação ao sofrimento permitem a continuidade do trabalho, mas também tornam o sofrimento de difícil identificação.
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